O ex-lateral-esquerdo
Nilton Santos, conhecido como “Enciclopédia do Futebol” e um dos maiores ídolos
da história do Botafogo de Futebol e Regatas, partiu para planos mais altos,
deixando enorme saudade, em especial para os torcedores do Glorioso, clube onde
ele se firmou como o maior lateral de todos os tempos. A sua passagem pelo
clube alvinegro, único defendido por ele como profissional, foi sempre marcada
por muitas vitórias e conquistas memoráveis. Ele foi o jogador que mais vestiu
a camisa da Estrela Solitária, chegando a atingir a marca de 723 partidas, no interregno
de 16 longos anos de clube, tendo conquistado o Campeonato Carioca por quatro
vezes (1948, 1957, 1961 e 1962) e o Torneio Rio-São Paulo por duas vezes (1962
e 1964). Com o seu talento e a sua competência futebolística, ele foi destacado
partícipe da Seleção Brasileira nos campeonatos mundiais de 1958 e 1962, tendo
conquistado, de forma gloriosa, o bicampeonato na Suécia e no Chile,
respectivamente. Em 2000, a Fifa lhe outorgou, com o devido mérito, o título de
melhor lateral-esquerdo de todos os tempos, demonstrando o reconhecimento pelo
excelente desempenho de quem conhecia com profundidade o setor que sempre
dominava com singular desenvoltura, a ponto de os jogadores que atuam na mesma posição,
depois dele, se espelharem no seu maravilhoso trabalho que se eterniza como
sendo inigualável, mas sempre invejado. Diante do infausto acontecimento, o
clube da Estrela Solitária, ao lamentar o ocorrido, prestou homenagem ao grande
ídolo, transcrevendo, no seu site, versos do jornalista Armando Nogueira, também
botafoguense, já falecido, nestes termos: "Quanta majestade no trato de uma bola! O moço jamais fez um truque com
a bola. Só fazia arte. Nilton não era um jogador de futebol, era uma
exclamação. Tu em campo parecia tantos /E, no entanto - que encanto - eras um
só: Nilton Santos". O amigo Amarildo, outro ídolo do Botafogo, disse
que “Nilton Santos foi um dos maiores. O
amor que ele tinha pelo Botafogo e pelo esporte nenhum outro demonstrou. Ele
dava o sangue pelo clube. Um homem e atleta perfeito.”. Tratava-se,
induvidosamente, de um dos maiores jogadores de futebol de todos os tempos, que
procurou desempenhar seu mister com invulgar elegância, acurada técnica e
refinado talento no trato com a bola. Ele se destacou principalmente por ter
revolucionado, por completo, a maneira defensiva de atuação dos laterais, com a
introdução da ousadia dos constantes avanços em direção ao gol adversário. Com Nilton Santos,
vai o exemplo de profissional que cumpriu com extremados empenho, dedicação e
amor a sua missão no clube que nunca deixou de venerar e de defender com o ardor
dos grandes e eternizados atletas, pelo qual sempre mereceu especiais veneração
e distinção, em reconhecimento ao seu valor e à sua importância para a história
do futebol brasileiro. Todos os profissionais do futebol poderiam se espelhar
no majestoso legado deixado por esse grande jogador, símbolo eterno dos
laterais de futebol. O Botafogo sempre se orgulhou por ter tido no seu time jogador
de caráter e de perfeição modelar como Nilton Santos, por sua marca de fibra,
garra e abnegação, tão relevantes que serão lembradas por muitas gerações. As
inúmeras homenagens prestadas nesse momento difícil e os penhorados
agradecimentos partem, com pleno merecimento, não somente do Glorioso, mas
também da Seleção Brasileira, por quem ele honrou com o seu talento e a sua
dedicação. Todo carinho ao iluminado Nilton Santos, por sua importante obra
construída em benefício da renovação e do enriquecimento das técnicas e dos
conceitos do futebol, que passou a ser praticado diferentemente, para melhor, após
a sua participação nessa apaixonante modalidade desportiva. Ele será sempre lembrado por
sua importante contribuição ao futebol moderno e vitorioso do Brasil. No Olimpo dos deuses do futebol, alguém vai amargar a passagem para a reserva, pois o astro principal acaba ingressar, para brilhar como e para sempre, na posição de lateral-esquerda. Muito obrigado, mestre Nilton Santos, por ter pertencido ao sempre amado Botafogo de Futebol e Regatas.
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 29 de novembro de 2013