Segundo
a imprensa, o Palácio do Planalto teria avaliado como “desnecessária” a carta do vice-presidente da República, por acreditar
que o peemedebista poderia ter abordado suas insatisfações de formas diferentes,
sem explicitar quais seriam elas, dando a entender que poderiam ser de maneira
que não expusesse, tão às claras, os pontos fracos da presidente, que vinha
assegurando sua confiança no vice, sem se tocar sobre a sua frágil relação com
ele, diante das reiteradas estocadas de desconsideração contra o seu sucessor.
A
fonte palaciana disse que a carta “Pegou
mal”, tendo ressaltado que a maneira como ocorreu nem combina com o estilo
discreto do vice-presidente, tendo ponderado, até com convicção de que foi a
própria Vice-Presidência que promoveu o vazamento do documento para a imprensa.
Como
é sabido, na carta enviada à petista, o peemedebista fez questão de destacar
"fatos reveladores da desconfiança
que o governo tem em relação a ele e ao PMDB", deixando muito clara a
sua insatisfação pela forma nada republicana como ele é tratado pelo Palácio do
Planalto.
Não
obstante, segundo a fonte, em que pese o tom duro e incisivo da mensagem, a
avaliação palaciana é que o vice não defende o imediato rompimento do PMDB com
o governo, tendo ainda o entendimento de que não haverá mudança da rotina de
diálogo com o maior partido da base governista e o vice.
Também
por absoluta cautela, a recomendação da Presidência da República é de não estimular
polêmica sobre o caso e manter "reserva
e silêncio sobre a carta", segundo revelou outra fonte palaciana.
Os
especialistas analisam a expedição da carta em apreço como estratégia política
do vice-presidente, que também preside o PMDB, é o principal sucessor da
presidente petista, no caso de seu afastamento do cargo, embora, no momento, o
partido dele esteja dividido sobre o processo de impeachment contra a
presidente.
Realmente, a carta do vice-presidente parece
ser absolutamente dispensável, notadamente porque ela expõe sob absoluta transparência
verdades sobre assuntos que comprometem as relações entre a petista e o
peemedebista, mostrando as entranhas sobre verdades que nem sempre agradam à
ideologia petista, porque há revelação nela de fatos verdadeiros, que existiram
nas relações entre ambos, conquanto o PT tenha demonstrado que não é lá muito
chegado à verdade, principalmente quando ela desmascara situações que não
agradam ou sejam inconvenientes aos interesses do partido.
Vejam que, até agora, a presidente nunca se
referiu às mentiras protagonizadas por ela na última eleição, ou seja, ela não
teve coragem de assumir seus erros com a mesma desenvoltura como os inventou de
forma indevida, em se tratando que, à época, ela já ocupava o cargo mais
importante da República, cabendo somente ao petista, ex-presidente da
República, trazer o assunto à baila e se encorajar a dizer que o maior erro político
do partido, que causou enorme repercussão negativa, à vista da rejeição ao
partido e da insatisfação do povo, foi a sua sucessora fazer depois das
eleições tudo aquilo que teria prometido que não seria feito no seu governo.
Os fatos mostram, não somente por meio do
vice-presidente, que o PT, nessa seara envolvendo sinceridade e verdade na
política, tem muita dificuldade para se conduzir sob os princípios ético e
moral, a partir dos escândalos de corrupção, com a deflagração de dois
gigantescos casos: o mensalão e petrolão, todos altamente prejudiciais aos
interesses nacionais, mas o ex-presidente e seus seguidores fanatizados garantem
que o mensalão sequer existiu, tanto que os protagonistas dele são tratados
pelos petistas como "guerreiros do povo brasileiro" e até de "heróis",
em verdadeira alusão ao menosprezo à verdade dos fatos e clara demonstração de
afronta à dignidade dos brasileiros, principalmente daqueles cônscios da
necessidade da defesa da integridade moral e da probidade na administração
pública, inclusive nas atividades político-partidárias.
Na verdade, os governistas entendem que a
carta seria dispensável justamente porque ela não expõe absolutamente nada em
reconhecimento aos possíveis feitos do PT, se existentes, quando isso teria
sido de suma importância para mostrar a imprescindibilidade do partido para o
país, mesmo diante de tanta desgraça atribuída ao governo, que foi capaz de
conduzi-lo à terrível e trágica recessão, cujos reflexos maléficos e
prejudicais já são responsáveis pelo pesadelo dos brasileiros, em razão do frenético
aumento do desemprego, da alta das taxas de inflação e de juros, do crescimento
das dívidas públicas, da drástica redução da arrecadação, da falta de
credibilidade do governo, do sumiço do capital estrangeiro, da inexistência de
investimentos público e privado, entre tantas dificuldades que contribuem para
atormentar as condições de vida dos brasileiros, que estão cada vez mais
preocupados com o futuro nada promissor da economia.
A situação da presidente do país fica cada
vez mais periclitante, diante da sua comprovada incapacidade de esboçar medidas
capazes de contornar as crises e de acenar para o norte seguro do
desenvolvimento, que tem se tornado cada vez mais incerto com a continuidade do
governo incompetente e ineficiente, que ainda tem o descrédito da opinião
pública e dos investidores, estando, agora, muito enfraquecido e se debatendo,
em processo de incômoda e contínua agonia, sobre suas incompetências e fragilidades administrativas,
à procura de porto seguro que parece cada vez mais distante e inacessível, ante
as terríveis dificuldades arquitetadas, projetadas e materializadas por ele
próprio, graças às políticas desastradas, principalmente no campo econômico,
conforme mostram os respectivos indicadores. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 09 de dezembro de 2015
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