Com alto índice de reprovação, o governo e o PT são
obrigados a enfrentar gigantesca rejeição popular, robustecida por graves crises
ética, política, econômica e administrativa que sinalizam, com muita clareza,
por seus fundamentos, que elas não darão trégua em curto prazo.
A situação do país está tão preocupante e sem perspectivas
que a população enxerga incompetência, irregularidade, roubalheira e corrupção em
todos os ângulos da administração pública, que tem sido coadjuvada por partidos
políticos, que são a célula mater da representatividade política.
Tem sido muito comum, no âmbito do Executivo e
Legislativo, as negociatas, os conchavos e os ajustes, normalmente envolvendo a
máquina pública, para entendimentos visando à satisfação de interesses pessoais
ou partidários, notadamente para salvar homens públicos de punição, quer da
cassação quer da prisão, conquanto o interesse do país e dos brasileiros é
colocado em plano secundário, fato que contribui diretamente para a construção
do retrocesso da nação, eis que as questões essenciais de interesse da população
sequer são agendadas para discussão e aprovação, em clara demonstração de
irresponsabilidade e desmazelo para com a res
publica.
Conquanto muito pouco é construído em benefício
social, ante a notória precariedade dos serviços públicos, à vista das
precípuas finalidades institucionais do Estado, os brasileiros são submetidos
aos nefastos resultados do desempenho da gestão pública, conforme a ressonância
das manifestações de insatisfação e de desesperança sociais, que têm sido realidade
brasileira nos últimos tempos, fruto da terrível recessão econômica, com os inevitáveis
trágicos efeitos da inflação, do desemprego, da queda da renda dos
trabalhadores, da desindustrialização, da saída do capital estrangeiro, da
redução da arrecadação, da inexistência de investimentos público e privado,
entre tantas outras mazelas altamente prejudiciais aos interesses públicos, com
enormes reflexos no bem comum e na vida dos brasileiros.
Embora estejam faltando alguns meses para o início da
próxima campanha eleitoral, há muito a ser feito, com dependência de ingente
esforço para mudança das estruturas do Estado, que estão totalmente debilitadas
e deformadas, sem a menor perspectiva de substanciais alterações,
principalmente porque o governo apenas oferece pacote de ajustes fiscal e econômico,
tendo por base somente a criação de tributo ou o aumento da carga tributária,
submetendo a população a mais sacrifício, sem que ele tenha o mínimo de
sensibilidade para promover corte abrangente no seu orçamento, dando a entender
que as crises passam ao largo do Palácio do Planalto, quando é lá que tudo se
origina.
É evidente que as crises instaladas no governo e no
país precisam ser equacionadas e solucionadas com medidas eficientes e capazes,
não somente para se eliminar os entraves, mas, sobretudo, para a criação de
alternativas que contribuam para a consecução de políticas públicas competentes
com vistas à priorização de ações em prol do desenvolvimento em todos os
sentidos, de modo a suplantar as mazelas próprias do governo.
Na contramão da realidade, existe ala do PT que vem defendendo
formas temerárias de gestão do passado, tendo por base gastar o que não tem e
endividar mais ainda o país, sem mexer nas estruturas do Estado, como a
promoção de reformas, para a racionalização dos gastos públicos. Por sua vez,
há quem seja simpático à política expansionista do crédito, que tende a estimular
o consumo e a produção, cuja medida já começa a ser posta em prática, ante a
liberação de crédito subsidiado para empresas por parte do Programa de
Sustentação do Investimento (PSI), do BNDES.
Não adianta a mudança de ministro por pessoa que venha
com a mentalidade de implantar novo ajuste fiscal, com apresentação de medidas
ainda mais duras do que o pacote em discussão no Congresso Nacional, sem que
não sejam levados na devida conta, em contrapartida, drásticos cortes nos gastos
do governo, tendo por base a racionalização da máquina pública.
O certo é que, em quase um ano no comando da política
econômica, o ministro da Fazenda não conseguiu obter resultados capazes de
mudar o quadro de precariedade da economia, que mostra acentuado desgaste do
governo, notadamente porque não houve a tão ansiada retomada do crescimento
econômico, mas sim a piora de seus indicadores, mostrando que o país continua em
pleno processo de fragilização quanto ao desempenho da gestão pública, em todo
seu conjunto, fato que reforça a sede das agências de classificação de risco de
retirar cada vez mais o grau de investimento do país, que tem o condão de
contribuir para a maciça retida do país do capital estrangeiro.
É induvidoso que, na atualidade, a população vive em
pânico, sobressaltada com os riscos resultantes da precariedade da gestão
econômica, em face da possibilidade de ser ainda mais prejudicada,
principalmente pelas precariedades que impedem o crescimento econômico, cada
vez limitado diante das dificuldades e da incompetência gerencial e
administrativa para a criação de alternativas capazes de superação dos entraves.
A mentalidade gerencial do governo e do
petismo não tem qualquer coerência com a realidade brasileira, porque o seu
idealismo político de absoluta dominação e de perenidade no poder tem que
prevalecer sobre qualquer pensamento racional de nacionalidade, mesmo que isso
leve cada vez mais a agravar as crises política e econômica, que somente se
adensam com a teimosia de quem somente pensa com o umbigo e não com a razão,
sem a menor preocupação de já ter conduzido o país para lugar imprevisível e
incerto.
É lamentável que os brasileiros não tenham a exata
consciência sobre essa terrível situação sobre as mentalidades deletérias dos
caciques petistas, que agem em defesa de interesses pessoais e/ou partidários,
com desprezo das causas nacionais, conforme mostram os fatos do cotidiano,
cujas políticas adotadas pelo governo têm sido infrutíferas para debelar as
causas da recessão, que deverão se intensificar se não forem adotadas medidas
reformistas, de modo à racionalização das estruturas do Estado, que funciona
precariamente sobre mecanismos retrógrados e ultrapassados.
Urge que os brasileiros se mobilizem para exigir
mudanças amplas e fundamentais nas estruturas do Estado, de modo que a
administração pública possa funcionar com base exclusivamente nos princípios da
competência e da eficiência, com respeito ao conceito da meritocracia na
direção de seus órgãos e entidades, obviamente com embargo da utilização da
máquina pública para a realização de interesses pessoais e partidários, por não
se coadunar com os princípios republicanos e da administração pública. Acorda,
Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 1º de dezembro de 2015
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