O
vice-presidente da República, que é também presidente nacional do PMDB, enviou
carta à Presidente da República, com a revelação de fatos que, ao contrário de reiteradas
declarações da petista, demonstram plena "desconfiança" que o governo
tem em relação a ele e ao PMDB.
A
mensagem é direta, dura e incisiva, com esclarecimento de que se trata de
documento de "caráter pessoal"
à presidente, onde ele "não propôs
rompimento" com o governo ou entre partidos, mas defende a
"reunificação do país".
O
peemedebista expõe, de forma minuciosa, situações passadas entre ele e a
presidente petista que o teriam deixado magoado, como as de que ele teria sido "vice decorativo", no primeiro mandato,
perdendo "todo protagonismo político";
no passado, somente chamado "para
resolver as votações do PMDB e as crises políticas"; desprestigiado
nas suas indicações de ministros e desconsiderado na última reforma ministerial;
mal interpretado, por ministros, sobre conversa dele com a presidente; desleal ao
apresentar o programa “Uma ponte para o futuro”; entre outras divergências que
põem às claras as relações tumultuadas entre os ocupantes dos dois principais
cargos da República.
Segundo
a imprensa, o vice-presidente não teria gostado de sua carta ter se tornado ostensiva,
tendo ele dito: “Estou estarrecido com o
vazamento. Fiz um registro por escrito, para uma conversa que seria feita na
sequência. Isso não é possível!”.
A carta do vice-presidente mostra, com bastante
clareza, a extrema falta de sinceridade da presidente do país quando pretende
resolver questões de seu interesse, que o faz, segundo se pode deduzir do texto
em comento, atropelando o bom sendo e a razoabilidade, mesmo que possa ferir
susceptibilidades, porque isso para ela parece de somenos importância, eis que
se encontram em demanda questões de interesse e conveniência que dizem respeito
diretamente à continuidade do poder, em que, segundo exemplos da vida real, se
justificam práticas destrutivas e até desonestas, que são repudiadas nas
atividades políticas e republicanas, à vista das mentiras que foram capazes de
modificar o quadro da disputa presidencial do último pleito eleitoral, cujas
consequências todos sabem perfeitamente, porque a presidente foi obrigada a
engoli-las por meio da efetivação de atos que ela jurava que não os cometeria.
Aos poucos, os brasileiros ficam sabendo sobre detalhes
dos bastidores da politicagem, sempre suja e sórdida, em que os protagonistas
não poupam a arte rasteira da hipocrisia para construir o seu precioso mundo
representado pelo poder, que se encontra no cerne das absurdas paixões ínsitas
nos homens públicos, que são capazes de iludir e distorcer situações, em nome
de outra realidade sobre os fatos, a exemplo das revelações vindas à tona por
quem teve a dignidade de dizer a verdade e mostrar que a República estava nua e
poucas pessoas a viam com essa clareza, porque preferiam vê-la, por conveniência, sob a máscara de
sempre, ou seja, sob o manto da hipocrisia e da enganação, imaginando que
existia santidade na política, enquanto se escondia a transparência que não
pode subsistir à luz dos salutares princípios republicano e democrático, que a
todos são permitidos, sob o usufruto do conhecimento sobre a verdade acerca dos
acontecimentos.
Salve a redenção do Brasil, se possível o quanto
antes, com a saudável mudança não somente das mentalidades dos homens públicos,
mas, em especial, do governo que conseguiu destruir e destroçar o país, em
todos os sentidos imagináveis, tanto em ternos da economia, da política, da
moralidade, da legalidade, da dignidade, do decoro, da probidade e, enfim, de
todos os princípios da administração pública, que nunca foi tratada com tamanha
esculhambação, como, entre outros, os indecentes loteamentos de cargos públicos
entre aliados, em aviltantes trocas de apoio pessoal, a exemplo da tentativa da
blindagem no Congresso Nacional da presidente da República, caracterizada pela
propalada fidelização à petista contra o impeachment, conforme a materialização
efetivada na última reforma ministerial, em completo ferimento aos conceitos de
dignidade e nobreza no exercício de cargos públicos eletivos.
O
Brasil está precisando, com urgência, de verdadeiro banho de civilidade e de
moralização por parte dos homens públicos, para que as atividades
político-administrativas sejam cuidadas com rigoroso zelo, na forma que se
exige quando se trata da administração dos interesses dos brasileiros, situação
que deve merecer absoluta prioridade, em detrimento dos interesses pessoais,
que atualmente são tratados erroneamente na calada da noite, como se tivessem
relação com as causas nacionais.
Embora sempre se saiba que o PMDB é o partido que
mais se beneficiou das benesses propiciadas pelo poder, tanto que jamais se
desvinculou dos governos, essa carta mostra um pouco da dignidade que deve
prevalecer como atributo ínsito nos homens públicos: a sinceridade, por
evidenciar a lado podre da politicagem e a forma sempre desonesta de se
conseguir apoio político.
Sem dúvida, a carta em apreço é verdadeira tapa de
pelica na hipocrisia que reina no mundo político e na cara de seus inescrupulosos
simpatizantes.
O texto de autoria do vice-presidente da República foi
apresentado no melhor momento da vida política republicana, por contribuir para
desmascarar os que se julgam no pleno gozo da “santidade” política, se
vangloriando de nunca ter cometido ilicitudes, e ainda por ela ser uma beleza
em forma de verdades que o PT simplesmente abomina, justamente porque mantém
seus aliados a seu modo, em completa submissão às suas regras de conveniências,
sob absoluto domínio, tendo por objetivo a perenidade do poder. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 08 de dezembro de 2015
Nenhum comentário:
Postar um comentário