O ministro da Fazenda disse, logo após ser
anunciado o rebaixamento da nota de crédito do Brasil, pela agência de
classificação de risco Fitch, que é preciso “partir em defesa do Brasil.”, tendo pedido “esforço de todos os brasileiros” e que Congresso Nacional vote,
segundo ele, as medidas necessárias do ajuste fiscal para enfrentar a crise
econômica.
Ele disse que “Nós
temos, inclusive em vista do rebaixamento, que partir em defesa do Brasil. Temos que votar, tanto a Câmara
como o Senado. Estive agora com o presidente Renan, ele está disposto a apoiar
esse esforço, e eu acho que tem que ser um esforço de todos os brasileiros
nesse momento”.
É óbvio que o ministro se referia, de forma patética,
com a cara pra lá de desolada, aos pacotes de ajustes fiscal e econômico,
preparados pelos Ministérios da Fazenda e do Planejamento, que foram enviados
pelo governo ao Congresso, objetivando aumentar as receitas no exercício de
2016 e suavizar, pelo menos, a terrível crise da economia, que vem arrasando as
estruturas da administração do país.
O ministro da Fazenda diz que está engajado “em atacar os desequilíbrios fiscais
existentes, buscando um orçamento 2016 robusto que proporcione sustentabilidade
à dívida pública, confiança ao mercado e tranquilidade às famílias.”, porém
a robusteza não se refere a nenhuma novidade, em termos de economicidade e
eficiência senão na sistemática da arrecadação, com a recriação da CPMF, como
mais encargo para o contribuinte, que o governo denomina de orçamento robusto.
Em que pese a absoluta certeza da agência Fitch
sobre o pífio desempenho das políticas econômicas do governo, o ministro da
Fazenda ainda diz que “tem a convicção de
que o Brasil possui as condições para enfrentar o atual choque negativo nos preços
de alguns dos itens da sua pauta de exportação, assim como os desequilíbrios
fiscais decorrentes da expansão do gasto fiscal e para-fiscal nos últimos anos.”.
Ele reforçou a imperiosidade do “enfrentamento sereno, mas firme, das atuais
necessidades de financiamento do setor público e das reformas exigidas para dar
as condições para o crescimento à economia continuarão proporcionando segurança
aos investidores domésticos e internacionais e, especialmente, às famílias
brasileiras. Nós temos que tomar as
medidas necessárias e agora o mais importante é a votação das MPs, que dão
suporte ao nosso orçamento”.
Ele, na sua sinceridade habitual, afirmou à agência
Reuters que se sentia “ligeiramente
ofuscado”, após a decisão do governo de propor redução da meta de superávit
primário (economia para pagar os juros da dívida) de 2016 para 0,5% do Produto
Interno Bruto, quando ele havia defendido a meta de 0,7% a.a.
Esse fato mostra, de forma indiscutível, o
desentrosamento entre a equipe econômica e a presidente do país, ante a falta
de sintonia quanto à meta de superávit primário, que prevaleceu aquela indicada
pela presidente, enquanto o ministro da Fazenda foi, mais uma vez, desprestigiado,
por não emplacar a sua proposta de 7%.
Em razão do rebaixamento da nota do Brasil pela
agência Fitch, o Ministério da Fazenda atribuiu a decisão em causa “às dificuldades oriundas do ambiente
político e da capacidade e da determinação do governo em implantar medidas para
corrigir o déficit orçamentário de 2016, por meio de políticas voltadas a
resultados fiscais consistentes com uma trajetória mais benigna de
endividamento público.”.
Não há a menor dúvida de que o rebaixamento do grau
de investimento do Brasil é reflexo natural da realidade nua e crua existente
no país, que nada mais traduz senão a materialização das precariedades na
condução das políticas econômicas do governo, que, apesar da medida de
rebaixamento realizada recentemente, por outra agência de classificação de
risco, ele nada fez para dar consistência à economia e melhorar os pontos críticos,
que, ao contrário, até pioraram.
Apesar dos pesares, o desprestigiado ministro ainda
ousa dizer que “reitera a confiança na capacidade
da economia brasileira de retomar um ciclo de crescimento. Apesar dos
indicadores de curto prazo e da incerteza atual, a economia brasileira tem
fundamentos positivos e sólidos.”.
Por seu turno, o ministro do Planejamento afirmou
que a decisão da agência Fitch é “temporária”
e poderá ser revertida "tão logo os
resultados das medidas em andamento comecem a ter impacto sobre a economia,
levando à recuperação do crescimento, à geração de empregos e ao reequilíbrio
fiscal".
Os ministros da área econômica deveriam ter a real sensibilidade
de assumir o fiasco total e ridículo das políticas econômicas do governo, em
consonância com as agências de classificação de risco, que, tendo compromisso
somente com a verdade, tomam suas decisões no sentido de orientar os investidores,
sob o prisma da responsabilidade institucional, enquanto as informações
palacianas procuram incursionar em meras teorias infundadas e destituídas de
fundamentos consistentes, ante os resultados sempre contrariarem as
expectativas dos brasileiros, a exemplo do rebaixamento em apreço.
É lamentável que o governo insista na tentativa de
mostrar situação absolutamente diferente da realidade, por meio de mentiras
como a de que, segundo o ministro da Fazenda, há possibilidade da “retomada do consumo, passadas as dúvidas
sobre a política econômica. A base industrial é robusta e diversificada, capaz
de reagir com presteza e vigor aos novos preços relativos... o sistema
financeiro brasileiro como um dos mais líquidos, diversificados, abertos e
transparentes do mundo”, e assim vai por aí afora, com afirmações que não
correspondem à realidade dos fatos, porque isso contribui para confundir ainda
mais a já conturbada cabeça dos brasileiros.
O ministro da Fazenda precisa saber, urgentemente,
que a única forma de defender o Brasil é simplesmente afastar a presidente do
cargo, porque ela e sua equipe são os responsáveis por tamanha tragédia que
assola a economia brasileira, sempre desacreditada, diante da fragilidade das
políticas adotadas.
Não adianta, absolutamente nada, ficar insistindo na
continuidade de governo ineficiente, inepto e incompetente, cujas políticas têm
sido contrárias aos resultados almejados.
Trata-se de governo que já demonstrou sua total
contribuição perniciosa e maléfica aos interesses nacionais, justamente porque
suas desastradas medidas econômicas são inadequadas aos princípios da
austeridade e da economicidade na gestão dos recursos públicos, que se impõem em
momentos de graves dificuldades e de crises.
Por
suas atitudes, pode-se inferir que o ministro da Fazenda se comporta muito mais
como pessoa que foi seduzida e enganada pelo governo, que também iludiu o povo
com suas mentiras, visto que a presidente não garante a ele a prometida
autonomia e independência para a implantação, na administração pública, de suas
ideias econômicas, fato que o torna verdadeira marionete e figura decorativa,
que tem sido obrigado a dizer tudo aquilo que não tem sido factível, permitindo
que a economia seja trucidada pela recessão e degeneração, em total descrédito,
graças ao seu desempenho catastrófico.
Os
brasileiros precisam realmente se conscientizar sobre a urgência de união e
mobilização em defesa do Brasil, porém no sentido da radical mudança de
governança e das políticas econômicas postas em prática, que sendo modelo de
destruição, regressão e recessão, conforme reiterados entendimentos das
agências de classificação de risco, que estão mostrando a real situação
econômico-financeira do país, que perde credibilidade a todo instante e, mesmo
assim, continuam as políticas deletérias no comando de quem não demonstra a
mínima competência para conduzir os importantes negócios dos brasileiros.
Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 17 de dezembro de 2015
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