quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Mobilização em defesa do Brasil


O ministro da Fazenda disse, logo após ser anunciado o rebaixamento da nota de crédito do Brasil, pela agência de classificação de risco Fitch, que é preciso “partir em defesa do Brasil.”, tendo pedido “esforço de todos os brasileiros” e que Congresso Nacional vote, segundo ele, as medidas necessárias do ajuste fiscal para enfrentar a crise econômica.
Ele disse que “Nós temos, inclusive em vista do rebaixamento, que partir em defesa do Brasil. Temos que votar, tanto a Câmara como o Senado. Estive agora com o presidente Renan, ele está disposto a apoiar esse esforço, e eu acho que tem que ser um esforço de todos os brasileiros nesse momento”.
É óbvio que o ministro se referia, de forma patética, com a cara pra lá de desolada, aos pacotes de ajustes fiscal e econômico, preparados pelos Ministérios da Fazenda e do Planejamento, que foram enviados pelo governo ao Congresso, objetivando aumentar as receitas no exercício de 2016 e suavizar, pelo menos, a terrível crise da economia, que vem arrasando as estruturas da administração do país.
O ministro da Fazenda diz que está engajado “em atacar os desequilíbrios fiscais existentes, buscando um orçamento 2016 robusto que proporcione sustentabilidade à dívida pública, confiança ao mercado e tranquilidade às famílias.”, porém a robusteza não se refere a nenhuma novidade, em termos de economicidade e eficiência senão na sistemática da arrecadação, com a recriação da CPMF, como mais encargo para o contribuinte, que o governo denomina de orçamento robusto.
Em que pese a absoluta certeza da agência Fitch sobre o pífio desempenho das políticas econômicas do governo, o ministro da Fazenda ainda diz que “tem a convicção de que o Brasil possui as condições para enfrentar o atual choque negativo nos preços de alguns dos itens da sua pauta de exportação, assim como os desequilíbrios fiscais decorrentes da expansão do gasto fiscal e para-fiscal nos últimos anos.”.
Ele reforçou a imperiosidade do “enfrentamento sereno, mas firme, das atuais necessidades de financiamento do setor público e das reformas exigidas para dar as condições para o crescimento à economia continuarão proporcionando segurança aos investidores domésticos e internacionais e, especialmente, às famílias brasileiras. Nós temos que tomar as medidas necessárias e agora o mais importante é a votação das MPs, que dão suporte ao nosso orçamento”.
Ele, na sua sinceridade habitual, afirmou à agência Reuters que se sentia “ligeiramente ofuscado”, após a decisão do governo de propor redução da meta de superávit primário (economia para pagar os juros da dívida) de 2016 para 0,5% do Produto Interno Bruto, quando ele havia defendido a meta de 0,7% a.a.
Esse fato mostra, de forma indiscutível, o desentrosamento entre a equipe econômica e a presidente do país, ante a falta de sintonia quanto à meta de superávit primário, que prevaleceu aquela indicada pela presidente, enquanto o ministro da Fazenda foi, mais uma vez, desprestigiado, por não emplacar a sua proposta de 7%.    
Em razão do rebaixamento da nota do Brasil pela agência Fitch, o Ministério da Fazenda atribuiu a decisão em causa “às dificuldades oriundas do ambiente político e da capacidade e da determinação do governo em implantar medidas para corrigir o déficit orçamentário de 2016, por meio de políticas voltadas a resultados fiscais consistentes com uma trajetória mais benigna de endividamento público.”.
Não há a menor dúvida de que o rebaixamento do grau de investimento do Brasil é reflexo natural da realidade nua e crua existente no país, que nada mais traduz senão a materialização das precariedades na condução das políticas econômicas do governo, que, apesar da medida de rebaixamento realizada recentemente, por outra agência de classificação de risco, ele nada fez para dar consistência à economia e melhorar os pontos críticos, que, ao contrário, até pioraram.
Apesar dos pesares, o desprestigiado ministro ainda ousa dizer que “reitera a confiança na capacidade da economia brasileira de retomar um ciclo de crescimento. Apesar dos indicadores de curto prazo e da incerteza atual, a economia brasileira tem fundamentos positivos e sólidos.”.
Por seu turno, o ministro do Planejamento afirmou que a decisão da agência Fitch é “temporária” e poderá ser revertida "tão logo os resultados das medidas em andamento comecem a ter impacto sobre a economia, levando à recuperação do crescimento, à geração de empregos e ao reequilíbrio fiscal".
Os ministros da área econômica deveriam ter a real sensibilidade de assumir o fiasco total e ridículo das políticas econômicas do governo, em consonância com as agências de classificação de risco, que, tendo compromisso somente com a verdade, tomam suas decisões no sentido de orientar os investidores, sob o prisma da responsabilidade institucional, enquanto as informações palacianas procuram incursionar em meras teorias infundadas e destituídas de fundamentos consistentes, ante os resultados sempre contrariarem as expectativas dos brasileiros, a exemplo do rebaixamento em apreço.
É lamentável que o governo insista na tentativa de mostrar situação absolutamente diferente da realidade, por meio de mentiras como a de que, segundo o ministro da Fazenda, há possibilidade da “retomada do consumo, passadas as dúvidas sobre a política econômica. A base industrial é robusta e diversificada, capaz de reagir com presteza e vigor aos novos preços relativos... o sistema financeiro brasileiro como um dos mais líquidos, diversificados, abertos e transparentes do mundo”, e assim vai por aí afora, com afirmações que não correspondem à realidade dos fatos, porque isso contribui para confundir ainda mais a já conturbada cabeça dos brasileiros.
O ministro da Fazenda precisa saber, urgentemente, que a única forma de defender o Brasil é simplesmente afastar a presidente do cargo, porque ela e sua equipe são os responsáveis por tamanha tragédia que assola a economia brasileira, sempre desacreditada, diante da fragilidade das políticas adotadas.
Não adianta, absolutamente nada, ficar insistindo na continuidade de governo ineficiente, inepto e incompetente, cujas políticas têm sido contrárias aos resultados almejados.
Trata-se de governo que já demonstrou sua total contribuição perniciosa e maléfica aos interesses nacionais, justamente porque suas desastradas medidas econômicas são inadequadas aos princípios da austeridade e da economicidade na gestão dos recursos públicos, que se impõem em momentos de graves dificuldades e de crises.
Por suas atitudes, pode-se inferir que o ministro da Fazenda se comporta muito mais como pessoa que foi seduzida e enganada pelo governo, que também iludiu o povo com suas mentiras, visto que a presidente não garante a ele a prometida autonomia e independência para a implantação, na administração pública, de suas ideias econômicas, fato que o torna verdadeira marionete e figura decorativa, que tem sido obrigado a dizer tudo aquilo que não tem sido factível, permitindo que a economia seja trucidada pela recessão e degeneração, em total descrédito, graças ao seu desempenho catastrófico.
Os brasileiros precisam realmente se conscientizar sobre a urgência de união e mobilização em defesa do Brasil, porém no sentido da radical mudança de governança e das políticas econômicas postas em prática, que sendo modelo de destruição, regressão e recessão, conforme reiterados entendimentos das agências de classificação de risco, que estão mostrando a real situação econômico-financeira do país, que perde credibilidade a todo instante e, mesmo assim, continuam as políticas deletérias no comando de quem não demonstra a mínima competência para conduzir os importantes negócios dos brasileiros. Acorda, Brasil!  
          ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 17 de dezembro de 2015

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