terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Em defesa da mediocridade


Um ex-ministro da Integração Nacional, hoje filiado ao PDT, disse, em recente jantar no Palácio da Alvorada, que fará de tudo para ajudar a presidente da República a sair da crise e derrotar o PMDB. Ele também afirmou que o vice-presidente da República "conspira" dentro do Palácio do Planalto e faz "dobradinha" com o presidente da Câmara dos Deputados.
Ele afirmou que "O que mais me impressiona é a deslealdade do vice, que, depois de empurrar uma montanha de múmia paralítica para dentro do governo, vem com uma carta patética para Dilma".
Ex-ministro afirmou que sente "vergonha e pena do PSDB, que decidiu unificar posição em favor do impeachment. O PSDB perdeu o pudor e jogou sua história na lata do lixo. Está imitando o pior do PT. Eu vou para a rua contra o impeachment.".
Provável candidato do PDT à Presidência, em 2018, o ex-ministro recomendou que a presidente promovesse mudanças na economia, para evitar o agravamento da crise e denuncie o "golpe”. Ele afirmou que “Vou para a rua contra o impeachment”.
O ministro disse que estava “... na luta contra o golpe. Vou fazer minha militância com o PDT. É preciso ajudar o povo a entender que essa quadrilha representada por Eduardo Cunha está cometendo crimes em série e quer o golpe. Michel Temer é homem do Eduardo Cunha. Eu sei o que estou dizendo.”.
As análises e os comentários do ex-ministro miram basicamente seus adversários políticos, com destaque para peemedebistas, com o propósito de denegrir a imagem deles, não ressaltando, exatamente por falta substrato ou realizações administrativas, os feitos da presidente a quem ele promete defender nas ruas, fato que apenas tem o condão de igualar seu entusiasmo vazio aos desprezíveis legados da governação do país.  
Não se pode fazer juízo de valor sobre a personalidade do político nordestino que defende com unhas e dentes o governo modelo de estrondoso fracasso administrativo, em todos os sentidos de incompetência e de ineficiência, por ter conduzido o país à indiscutível bancarrota, com a predominância da recessão econômica, com suas consequências nefastas e perniciosas para os interesses dos brasileiros, por conta dos indicadores da economia, que são os piores possíveis, demonstrando que o país vem sendo administrado de forma desastrosa e sem perspectivas de recuperação em curto prazo.
De forma descontrolada e irresponsável, o governo privilegiou a gastança, que tem sido causadora dos maiores rombos nas contas públicas, em clara demonstração de infidelidade ao salutar princípio da economicidade, que deve imperar, notadamente nos momentos de crises, nos governos zelosos com o patrimônio público.
          De seu turno, o governo tem sido acusado de descurar do princípio da moralidade, notadamente no que se refere ao escândalo pertinente aos esquemas de desvios de dinheiros da Petrobras, contribuindo para que a maior empresa brasileira fosse completamente destroçada economicamente, passando da 12ª para a 406ª posição do ranking mundial, em tão pouco tempo, em evidente decadência da gestão do patrimônio público, visto que se trata de empresa integrante da gestão petista.
As precariedades em destaque da administração do país são tantas que fica muito difícil se intuírem sobre os reais motivos pelos quais alguém ainda se atreve, com tanta convicção, a defendê-la com tamanha garra e destemor, como se tivesse protegendo seus interesses, quando, à toda evidência, trata-se de socorro ao governo absolutamente inexistente, inepto e prejudicial aos interesses nacionais, à vista de os fatos demonstrarem, de forma substancial e inequívoca, os resultados melancólicos e desastrosos da gestão pública, ante a péssima qualidade dos serviços públicos prestados, em que pese a pesada carga tributária, considerada uma das maiores do mundo.
Causa perplexidade se perceber que ainda existe alguém que tenha a insensibilidade, a ingenuidade e a imaturidade políticas de avaliação quanto à obstinada e injustificável defesa da continuidade do governo que não mais administra senão as crises política, ética, econômica e administrativa criadas por ele, não tendo a mínima possibilidade para contribuir senão para piorar a decadência dos conceitos da incompetência administrativa e da inaptidão para solucionar os graves problemas que grassam de forma prejudicial no país.
É inacreditável que ainda tenha homem público que consegue vislumbrar luz onde não há mais nada sequer de esperança no fundo do poço, quando os fatos mostram que o governo se encontra em estado terminal, ainda sobrevivendo por pura insistência e que a sua saída traria enorme contribuição para o bem-estar do país e dos brasileiros, porque a presidente não consegue sequer administrar seus intrincados problemas, quanto mais as relevantes questões nacionais, que saíram há bastante tempo do seu controle, em indiscutível evidência de que o país se encontra em pleno estado de acefalia, com a nave Brasil totalmente à deriva, obviamente sem rumo e sem perspectiva de aportar em terra firme, diante das dificuldades de recuperação dos fundamentos da administração pública.
Convém que os homens públicos tenham os necessários equilíbrio e sensibilidade para entender que os interesses nacionais devem prevalecer sobre causas pessoais e partidárias, devendo sim condenar os abusos e as irregularidades, mas jamais se posicionar a favor da incompetência administrativa, das precariedades e da desmoralização, que têm contribuído ainda mais para a degeneração dos conceitos de progresso e de desenvolvimento nacionais. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 15 de dezembro de 2015

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