O petista, ex-presidente da República, manifestou
apoio ao cantor e compositor que foi hostilizado por um grupo antipetista,
quando ele saia de restaurante no Leblon, na zona sul do Rio de Janeiro,
acompanhado de amigos cineasta, jornalista e escritor, que bateram boca com um
integrante do grupo e discutiram sobre ideologia política.
Segundo relatos, o cantor e compositor, que é
simpatizante do PT e já participou ativamente de várias campanhas do partido,
manteve o tom de voz baixo e o bom humor durante a discussão, que começou com
pergunta de um interlocutor: “Quero ouvir
da sua boca: quem apoia o PT o que é?”. Respondeu o compositor: “É petista”. Retrucou o rapaz: “É um merda”.
Na mensagem de apoio ao compositor, o ex-presidente
disse que “Chico Buarque é um patrimônio
da cultura e do povo brasileiro; nosso maior artista, o mais fino intérprete da
alma de nossa gente. É admirado, por tudo o que fez e faz na música e na
literatura, e respeitado, como cidadão consciente que jamais se omitiu nas
lutas pela democracia e justiça social. Um brasileiro com essa trajetória,...
não merece ser ofendido, muito menos por sua coerência. É muito triste ver a
que ponto o ódio de classe rebaixa o comportamento de alguns que se consideram
superiores, mas não passam de analfabetos políticos... Receba, querido Chico,
nossa solidariedade, sempre.”.
Em princípio, parece não haver o menor sentido o
ex-presidente tentar qualificar de analfabetos políticos aqueles que demonstram
antipatia pelo PT, dando a entender, ao contrário, que os simpatizantes fanatizados
desse partido são doutores em política, capazes de dar aula sobre conhecimento
e autoridade sobre política, quando na, realidade, não se pode questionar a
formação intelectual de ninguém, quanto ao seu sentimento ideológico, quando
seria ideal que os brasileiros convergissem seus pensamentos em benefício do
Brasil, porquanto as ideologias partidárias tem sua importância quando ela não
contribui para prejudicar os interesses nacionais.
Por seu
turno, também não se pode tachar de ódio de classe a atitude de alguém que
demonstra antipatia pela forma deletéria como o governo e o seu partido vêm
conduzindo os interesses dos brasileiros, cuja atuação, à toda evidência, que
tem sido da pior qualidade possível, merecendo a reprovação dos cidadãos sensatos,
patrióticos e honrados, que têm o direito cívico de repudiar o desmando, a
incompetência, a inércia e a degradação da ética e das políticas públicas, com
destaque para a desestruturação dos princípios da economia, comandados pela
lastimável e perversa recessão econômica, responsável pelos atraso e
subdesenvolvimento da nação.
É completamente incompreensível que intelectuais e
doutores políticos, petistas de verdade, segundo a versão do todo-poderoso, sejam
inflexíveis e incapazes de enxergar que o país se encontra abaixo do volume
morto, considerados todos os aspectos da sua administração, preferindo ignorar
a realidade nua e crua, em nome de ideologia naufragada e ultrapassada, que não
consegue mostrar o contrário do caos que atormenta os brasileiros.
À luz da
realidade brasileira e dos fatos político-administrativos, não parece ser
inteligente a pessoa que ainda comunga com os mesmos ideários petistas, diante
da indiscutível degeneração dos princípios da ética, competência e eficiência
na gestão pública, cujo governo foi incapaz de evitar que o país entrasse de
peito aberto no pior colapso da sua história, com destaque para a economia, com
profunda e terrível recessão, desemprego, inflação ascendente, juros nas
alturas, dívidas públicas incontroláveis, falta de investimentos,
desindustrialização, resistência às reformas das estruturas do Estado,
prestação de serviços públicos de péssima qualidade, insensibilidade para as
priorizações das políticas públicas, entre tantas mazelas que contribuíram, de
forma afirmativa, para o rebaixamento do grau de investimento do Brasil, por
duas agências de classificação de risco, propiciando a debandada do capital
estrangeiro investido no país.
Diante das
pressões, o ministro da Fazenda foi obrigado a se mandar porque o seu plano de
trabalho não estava satisfazendo a vontade dos caciques do partido do governo, uma
vez que as medidas econômicas que ele tentava implantar estavam contribuindo
para tornar o governo e o PT impopulares, por elas serem contrárias às
ideologias petistas, motivando, com isso, inquietação nos grupos sociais, como
se a economia do país devesse ser pensada e gerenciada de modo a agradar
somente os petistas e seus fanatizados simpatizantes, em completa dissonância
com os reais interesses nacionais.
É absolutamente
inconcebível que pessoa inteligente, considerada celebridade nacional e
internacional, seja capaz de utilizar seu potencial criativo em defesa não do
país, como seria normal, ante o seu maior poder de discernimento sobre os
fatos, mas sim de partido que se notabilizou, como nesse caso do ministro da
Fazenda, pela utilização da máquina pública em benefício exclusivo de seus
interesses e suas conveniências políticas, principalmente no caso da manutenção
no poder, para cujo projeto têm sido empregados expedientes nada republicanos
para a conquista e a manutenção da absoluta dominação, em total desprezo às
causas nacionais, que ficaram em planos secundários.
Não há a menor dúvida
de que, como compositor, ele é incomparável e fantástico, mas é lamentável que não
tenha um pingo de consciência quanto à avaliação da situação caótica que se
encontra o país, graças às políticas desastradas do governo e do partido que
ele defende com ardor, em que pese o princípio democrático possibilitar opção
pela ideologia que melhor se adeque ao seu pensamento e sua posição política,
mas é muito difícil compreender como o intelectual não seja capaz de enxergar,
com nitidez, a realidade dos fatos, em que o país tomou o rumo da decadência
própria das republiquetas.
O certo é
que a governança do país não condiz com a grandeza e as potencialidades
brasileiras, porque a preferência pelo socialismo, como forma de governo, não
passa de populismo retrógrado e incapaz de propiciar os verdadeiros
desenvolvimento, paz e harmonia sociais, a exemplo do que acontece na
Venezuela e em outras nações que se encontram encalacradas com terríveis
crises política, ética, social, econômica e democrática, impossibilitadas de
propiciar bem-estar para a população.
A
sociedade anseia por que haja governo capaz de estabelecer prioridades quanto
às políticas públicas, de modo que elas sejam planejadas e executadas em
harmonia exclusivamente com o princípio republicano, na compreensão de que
todos são iguais perante a lei, na forma estabelecida na Carta Magna, com
embargo da defesa de políticas públicas destinadas à exclusiva satisfação de
agremiações e grupos sociais simpatizantes e aliados do governo, à vista da
patente inconstitucionalidade de privilégios criados para segmentos sociais, em
detrimento dos interesses dos brasileiros. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 24 de dezembro de 2015
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