Não
há dúvida de que o conjunto das obras arquitetadas e protagonizadas pelo
petista-mor, conforme os levantamentos mostrados pelas investigações da
Operação Lava-Jato, robustece os elementos probantes à indispensabilidade da
prisão dele, à vista das informações disponíveis neste momento, que foram
reforçadas pelas graves denúncias feitas pelo senador ex-líder do governo, que
teria dado importantes informações sobre a conduta delituosa do ex-presidente,
inclusive com a afirmação de que ele teria sido o mentor de pagamentos ilícitos
a ex-diretor da Petrobras, que se encontra preso, fato que representa tentativa
de atrapalhar as investigações, com vistas ao silêncio de testemunhas
detentoras de informações relevantes.
Em
situação idêntica a essa, o citado senador foi para a prisão, em ato inédito na
história republicana, por ter ficado patente que ele pretendia prejudicar as
investigações, fato que representa crime permanente, a justificar a prisão em
flagrante, como efetivamente aconteceu.
A
condução coercitiva do petista, reforçada pelas busca e apreensão de equipamentos
e documentos, com vistas ao levantamento de pistas para o prosseguimento das
investigações, serviu de verdadeiro teste sobre a reação dele ao cerco que se
formou no sentido de se mostrar que ninguém pode se esconder por trás do seu
legado político e muito menos de que o exercício do poder possa imunizá-lo
eternamente.
Em
que pese ter perdido parcela expressiva do enorme crédito de popularidade, o
petista ainda continua sendo símbolo para toda a geração que o apoiou por muito
tempo, para o bem e para o mal, mas a Justiça precisa cumprir a sua missão de
fazer o que é obrigada a fazer, sem levar em conta o grau da autoridade ou a
popularidade de pessoas denunciadas e investigadas, como forma de
aperfeiçoamento da democracia, que se consolida com a observância do salutar
princípio da transparência.
Não
há desconhecer que o ex-presidente foi transformado em símbolo político, como
importante líder não só do petismo como da esquerda brasileira, que o venera
como sendo a cara das reformas políticas geradas desde 2003, especialmente com
a estratégica distribuição de renda, que, inegavelmente, tem viés populista e
eleitoreiro e tem servido para justificar, de forma equivocada, que as
investigações sobre denúncias contra ele são forma de “vingança” política, como
se o governante que cumpriu apenas o seu papel de administrar o país possa se
escudar em seus atos para ficar imune às investigações indispensáveis ao
esclarecimento e à verdade sobre fatos denunciados, dando a impressão de que
ele teria se tornado insuspeito e acima das leis do país, que não tendo
obrigação de prestar contas sobre seus atos praticados como homem público, que
tem o dever constitucional e legal de mostrar à sociedade a lisura sobre eles.
À
luz da verdade e da razoabilidade, não há motivo algum para se classificar de vingança
contra o petista a maneira de haver investigações regulares sobre fatos denunciados,
cuja autoria vem sendo atribuída a ele, os quais agora eles têm o peso das
denúncias do ex-líder do governo de sua sucessora, que também era importante
membro do partido governista, fato que constitui prevaricação por parte da
Polícia Federal se deixar de investigá-los.
Não
há dúvida que existe clima de muito ódio contra o ex-presidente, que é mostrado
em repulsa ao ideário petista, que não esconde de ninguém que trata o país como
sendo seu território, cujas instituições vêm sendo usadas como monopólio
petista, à vista da sua nomeação para o cargo de ministro da Casa Civil, que
tem por exclusiva finalidade salvar a sua pele das garras do juiz de Curitiba,
que tem sido implacável contra os terríveis esquemas de corrupção, a exemplo do
que poderia ter sido o seu o último alvo o petista, que foi salvo
momentaneamente da prisão graças à citada nomeação, que implicou a conquista do
foro privilegiado.
É
inacreditável que ainda tenha gente neste país que defende político com
histórico monstruoso de fatos dignos de investigações e de esclarecimentos, que
são representativos e capazes de levá-lo para a prisão, imediatamente, em se
tratando de envolvido pé rapado, linguajar popular.
Este
país não pode evoluir nunca para o tão ansiado estágio de desenvolvimento, de
evolução com essa gente que ainda tem a indignidade de defender político envolvido
em atos suspeitos de irregulares, que fica zombando das autoridades constituídas
e das medidas policiais e judiciais pertinentes às investigações sobre fatos
com fortes suspeitas de irregularidades, dando a entender que ele está acima de
todos e das leis do país.
Ao
invés de ter a humildade de se dignar a esclarecer os fatos, o petista fica com
sarcasmo contra as autoridades que tiveram coragem de enfrentá-lo em condições
de igualdade, sem rebaixá-lo à real situação de investigado pelo tanto de casos
suspeitos de irregulares, à vista dos expressivos repasses de recursos, mais de
40 milhões de reais a título de palestras promovidas pela autoria de iletrado,
como ele próprio se autointitula, com muito orgulho.
Não
chega a ser surpresa que os fatos tenham acontecido com tamanha facilidade, que
sabidamente eles fluíam graças às influências junto ao poder, para a liberação de
financiamentos para a execução de obras no estrangeiro, com a concessão de
recursos do BNDES, que, de forma inexplicável, escassearam ou deixaram de
existir depois das graves denúncias, fato que pode demonstrar a patente ilicitude
dos repasses a título de pagamento de palestras, a evidenciar as suas
inutilidade, dispensabilidade e ilegitimidade.
Os
brasileiros precisam se conscientizar sobre a urgente necessidade de
moralização do país e da sumária eliminação da vida pública dos homens públicos
com a índole dos políticos que estão sendo investigados por atos de corrupção
explícita, mas que ainda têm a indignidade de achar que seus atos são normalíssimos
e apenas fruto da sua dedicação às causas da pobreza e do país, quando os fatos
mostram outra realidade bem diferente daquela defendida por eles, em total
inversão de valores de boas condutas que devem imperar nas práticas
político-partidários.
O
Brasil precisa ser passado a limpo, com urgência, com a reformulação dos
princípios da ética, moral, legalidade, dignidade e honestidade que vêm sendo
disseminadas por maus homens públicos, de modo que possa ser extirpada do
quadro político a escória representada pela bandidagem que campeia nas
atividades político-partidárias, como forma de possibilitar a retomada das boas
condutas, a limpeza moral e da dignidade na administração do país. Acorda,
Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 20 de março de 2016
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