Nas
busca e apreensão promovidas no Instituto Lula, os Policiais Federais
constataram que houve completa "limpeza" antes da deflagração da Operação
Aletheia, em atendimento à 24ª fase da Operação Lava-Jato, dando a entender que
houve vazamento de informação sobre o trabalho pertinente.
A
aludida operação teve por principal alvo o ex-presidente da República petista,
razão pela qual era importante a apreensão de computadores e arquivos no
cumprimento do mandado pertinente, com vistas às análises de pretendidas. A
força-tarefa concluiu que "O
instituto foi 'limpo' antes das buscas. Alguém se precaveu, escondendo o que
podia".
Ressalte
que, em casos análogos na Operação Lava-Jato, esse tipo de obstrução às
investigações já serviu de fundamento para que os investigadores pedissem a
prisão preventiva do investigado, a exemplo do que aconteceu com um ex-diretor da
Petrobras, que teria pedido às filhas para sumir vasta documentação existente nos
escritórios, fato que motivou, de forma justificada, que a Polícia Federal pedisse
a prisão dele, que teve o acolhimento da Justiça. Do mesmo modo, um operador
também foi preso quando foi localizado vídeo em que a mulher dele saía pelos
fundos da casa, pouco antes da chegada dos policiais, carreando material
relevante para a investigação.
O
ex-presidente foi obrigado a prestar depoimento, mediante mandado de condução
coercitiva, em razão das fortes suspeitas de que ele teria sido favorecido com dinheiro
desviado da Petrobras, conhecido pelo esquema nada republicano do petróleo, que
causou um dos piores rombos financeiros da história brasileira, a ponto de transformar
a estatal em uma das últimas empresas no ranking mundial, bem além das
quatrocentas empresas, quando antes desse lastimável episódio ela representava
simplesmente a 12ª empresa, como potência econômica respeitável, por sua eficiência e seu eficiente
desempenho no ramo petrolífero.
Era
evidente que as investigações sobre as suspeitas das atividades do petista
estavam em fase bastante avançada, diante dos fatos relevantes que as
ensejaram, notadamente com as reformas em imóveis sob o usufruto dele, em que
pese não haver registro como sendo eles da sua propriedade, mas isso é somente
um detalhe, porque as empreiteiras jamais iriam promover benfeitorias em imóveis,
com as extravagantes finesses se não esteve por propósito agradar autoridade de
relevância nacional e internacional, que tem sido cortejada com exagerados mimos
próprios do mundo empresarial, que não esconde de ninguém a forma espúria da
celebração de contratos com a administração pública.
À
toda evidência, o escândalo do petróleo revelou, de forma sobeja, que não resta
dúvida, diante da robusta comprovação material e testemunhal, que as
empreiteiras conseguiram desviar montanhas de dinheiros para políticos,
partidos políticos e diretores da estatal, numa verdadeira sangria de recursos
dos brasileiros, tudo com o beneplácito de autoridades públicas, que promoveram
a seu talante o aparelhamento da estatal com partidos e pessoas ajustados à
maior roubalheira que se tem conhecimento da história republicana, cujas
falcatruas estão mostrando o péssimo nível dos homens públicos tupiniquins, que
se beneficiam indevidamente de recursos públicos, mas ainda têm a indignidade
de tentar se passar por pessoas imaculadas, com conduta ilibada, quando os
fatos põem por terra toda espécie de arrogância e prepotência que não mais existe
nas piores republiquetas, onde o patrimônio da população é preservado da sanha
dos políticos inescrupulosos.
O
fato é que a Polícia Federal planejava, há algum tempo, a realização, a
qualquer momento, de busca e apreensão de material para os devidos exames sobre
a regularidade das atividades empresariais do petista, mas a constatação da “limpeza”
de seu principal escritório é muito
grave, pelo fato de que a retirada de equipamentos e documentos conspira contra
a finalidade da comprovação de lisura e legitimidade das operações pertinentes
ao patrimônio dele, dando a entender que pode haver algo errado ou suspeito de
irregular, que jamais poderia ser acessado pela força-tarefa da competente
Operação Lava-Jato, o que valeria como verdadeiros arquivo e armazenamento de
provas contra o petista, evidentemente na suposição da existência de
irregularidade, que, ao contrário, a “limpeza” estratégica em comento não teria
acontecido, ficando preservado o ambiente, por não haver motivo para a retirada
de documentos, computadores e demais objetos desfavoráveis ao investigado.
A
“limpeza” em referência somente comprova a possível insensatez de alguns homens
públicos, que não se cansam de falar da boca para fora que são a prova de
honestidade, mas na hora de comprovar o que afirmam são capazes de omitir os
elementos probantes, em clara demonstração de pura hipocrisia, em negar por
atos suas palavras, à vista dessa constatação pela Polícia Federal, que tem se
tornado praxe em relação aos fatos acontecidos com a maioria das investigações
envolvendo políticos, que sempre os negam, embora as evidências os desmentem
inapelavelmente.
Os
brasileiros precisam se mobilizar, com urgência, contra os falsos homens
públicos que garantem absoluta honestidade na vida pública, quando os fatos
falam por si sós, ao mostrarem que a realidade tem sido implacavelmente
contrária às alegações sempre destituídas da legitimidade e da dignidade que
devem integrar o autêntico compromisso no desempenho das funções públicas, em
estrita defesa das causas públicas. Acorda,
Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 06 de março de 2016
Nenhum comentário:
Postar um comentário