A
presidenta brasileira tentou explicar o teor da conversa telefônica entre ela e
o ex-presidente e agora ministro-chefe da Casa Civil da Presidência da
República, acerca do documento de posse que havia sido enviado para ele, cuja
manobra confirma o propósito de frustrar possível medida de prisão do petista,
em absoluta afronta ao exercício do Poder Judiciário.
A petista afirma que a
conversa teve “teor republicano”,
repudia “com veemência” a divulgação
e ameaça de promover medidas para reparar o que classificou como “flagrante violação” da lei e da
Constituição Federal.
A presidenta argumenta
que o termo de posse do ex-presidente como novo ministro-chefe da Casa Civil
foi encaminhado para que ele assinasse caso não pudesse comparecer à cerimônia,
como se alguém pudesse, mesmo nessa República visivelmente destrambelhada, tomar
posse em cargo público estando fisicamente ausente, o que apenas se confirma que
o questionado documento foi enviado pela petista ao seu padrinho político para
ser utilizado em caso de haver ordem de prisão contra ele e isso ficou muito
claro, quando ela diz, somente use se for preciso, ou seja, em outras palavras,
se chegar o mandado de prisão.
É evidente que, se não
sabia se compareceria à cerimônia de posse coletiva, como corolário, ele jamais
poderia tomar posse estando ausente e não haveria o menor sentido que ele
recebesse a minuta do termo de posse, o que se confirma mais uma gigantesca trapalhada
presidencial, com a finalidade de complicar o exercício da Justiça, que tem
sido massacrada por tentar cumprir com eficiência e dignidade a sua competência
institucional.
Nos
países civilizados e desenvolvidos democraticamente, jamais o seu mandatário seria
capaz de confundir teor de conversa republicana com expediente visivelmente
destinado a impedir que a Justiça desempenhasse, na plenitude, a sua missão
constitucional de adotar as necessárias medidas à moralização do país.
A
conversa da petista considerada “republicana” não deixa a menor margem de
dúvida quanto aos fins espúrios e prejudicais à possível ação da Justiça, que
poderia ser obstaculizada caso o ex-presidente recebesse ordem de prisão pedida
na denúncia formulada pelo Ministério Público de São Paulo, que acusa o petista
de ter cometido os crimes de lavagem de dinheiro, peculato, entre outros, na
aquisição de um tríplex.
Na
verdade, o envio do termo de posse ao petista já caracteriza grave crime praticado
pela presidente, porque isso significa, juridicamente, tentativa de obstrução
da Justiça, que é totalmente inadmissível partindo da maior autoridade do país,
que tem o dever constitucional e legal de omitir e não tomar partido de nenhum
modo a favor de quem se encontra sendo investigado por denúncia da prática de
irregularidade, quanto mais ainda de providenciar nomeação para desviar a
jurisdição dos trabalhos de investigação.
No
mundo jurídico, a tentativa de obstruir o trabalho da Justiça, em se tratando
da presidente do país, chama-se golpe perpetrado contra as atividades do Poder
Judiciário, que passa a ter a sua missão prejudicada por meio de medida com o
ranço da ilegitimidade e do artificialismo forjado no Palácio do Planalto e, o
que é pior, maquiada com a mão da mandatária do país.
O
envio do documento ao petista poderia ter o poder de funcionar como salvo
conduto, pelo menos essa foi a intenção da presidente, que teve o cuidado de
alertar que o termo de posse somente deveria ser usado em caso de necessidade,
ou seja, se houver a decretação da prisão, que se delineava bastante iminente.
Convém
que os brasileiros tenham dignidade para unir esforços no sentido de mudar a
classe política dominante, que se enraizou de forma indiscutivelmente espúria
na República, conforme mostram os fatos, que são lúcidos em afirmar a realidade
sobre a deterioração das estruturas do Estado, que foi aparelhado e utilizado
em benefício de grupos políticos, com claro detrimento dos interesses
nacionais.
Nos
países sérios e evoluídos, há o saudável e sedimentado entendimento de que deva
sempre prevalecer o primado de que "A democracia é o governo do povo, pelo povo, para o povo", no dizer do celebrado
ex-presidente norte-americano Abraham Lincoln, o que
vale dizer que devem ser sempre condenáveis as ações que visam à satisfação de
causas pessoas ou partidárias, em indiscutível detrimento dos interesses
públicos, conforme mostram os fatos que são mostrados no cotidiano.
Como
se sabe que contra fatos não há argumentos, não é lícito que a autoridade máxima
do país, ante a sua autoridade republicana, possa ficar tomando partido em prol
de amigos ou companheiros de partido, por simples respeito e gratidão pelo
sentimento de apoio e defesa, que não condiz com a liturgia do cargo de
presidente da República
A
verdade é que o PT cansou e abusou do emprego de fins espúrios para atingir os
meios pretendidos, a exemplo das mentiras disseminadas de forma indigna e incorreta na última eleição presidencial, fato que
poderia ajudá-lo a entender com leveza o peso da divulgação dos grampos levados
a efeito pela Justiça Federal, que tem o condão de contribuir, em sentido
contrário ao praticado pelo PT, para a moralização das atividades
político-partidárias, mormente quando elas se apresentam completamente
desacreditas, à vista da série de grosserias pronunciadas por traz de mentes
atrofiadas e medíocres de homens públicos que pensam que são o dono do país,
exatamente por terem sido exageradamente endeusados e venerados por força de
interesses e conveniências pessoais, que têm sido o câncer da destruição dos
princípios da ética, moralidade e dignidade.
Quem
acompanha um pouco meus artigos, vai perceber que a firmeza deles prenuncia a
desgraça do país, que não chega a ser surpresa, porque ele vem sendo comandado,
há muito tempo, por pessoas que não tiveram capacidade para evitar o caos do
país, que o usam para a satisfação de seus projetos hediondos, que ainda têm o
beneplácito de brasileiros da mesma espécie e do mesmo nível de insensibilidade
quanto à grandeza do país e de mentalidade que não condiz exatamente com os
princípios republicano e democrático, sem a melhor preocupação com a
reconstrução nacional, porque eles não têm nada a oferecer senão essa tragédia
que se abateu sobre os brasileiros, inclusive sobre as pessoas trabalhadoras,
honestas e de boa vontade, que apenas têm o direito de enxergar a tragédia e de
lamuriar os tristes episódios pertinentes à destruição dos princípios da ética,
moralidade, incompetência e indignidade, que estão contribuindo para o
subdesenvolvimento de país considerado uma das potências econômicas mundiais, que
tem sido vítima da insensatez e da insensibilidade de parcela significativa dos
brasileiros.
É
preciso que o povo reaja e dê o grito de independência do jugo da maldade
protagonizada por mentes políticas debilitadas, que conseguiram manobrar, de
forma poderosa, a ingenuidade e a desinformação da população carente, pobre de
conscientização sobre os reais objetivos da absoluta dominação, sob a vil
pretensão de transformar distribuição de renda em programa com cunho
visivelmente populista e eleitoreiro, em gigantesca deformação das verdadeiras
finalidades do Estado, que deveria manter seus programas sociais tão somente
como atividade desvinculada de governo e muito menos ainda de partido, ante o envolvimento
de recursos públicos que são originários do Tesouro Nacional, sem nenhuma
vinculação com pessoa ou partido político.
Os
brasileiros precisam ser conscientizados sobre a distorção quanto à execução
dos programas custeados com recursos públicos, de modo que seja evitado o uso
como sendo de bondade que nunca existiu e que a efetividade desses programas
resultou em enorme prejuízo para os brasileiros, por eles terem ajudado à
infeliz e à dantesca perenidade do poder em mãos de homens públicos que estão
apodrecendo agora, de forma melancólica, graças aos seus atos maléficos e
contrários aos princípios da dignidade, República e democracia. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 17 de março de 2016
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