segunda-feira, 21 de março de 2016

Manifestações levianas


Conforme notícia publicada na imprensa do país, o presidente da Bolívia, a propósito da grave crise do Brasil, principalmente política, solicitou ao presidente da Unasul, organismo que reúne países da América do Sul e do Caribe, a convocação de reunião de cúpula de emergência no Brasil, para defender a presidente brasileira e seu antecessor, que estão passando por monumentais dificuldades políticas.
Aquele presidente entende que alguns presidentes da América do Sul devem defender a democracia no Brasil, a presidente petista, a paz, o companheiro ex-presidente e todos os trabalhadores, como forma de expressão da solidariedade deles e de se evitar qualquer golpe do Congresso Nacional ou do Poder Judiciário.
          O mencionado mandatário se mostra grande aliado da presidente brasileira e do antecessor dela, sendo que o petista já foi chamado de irmão mais velho dele. O boliviano afirmou que a direita brasileira quer tomar o poder por meio de golpe e frustrar eventual pretensão do petista de concorrer novamente à Presidência da República.
Outros países, como Uruguai, Venezuela e Equador, todos comandados por socialistas e antidemocráticos, mostraram apoio à presidente brasileira, enquanto o colombiano secretário-geral da Unasul expressou solidariedade ao petista e afirmou que ele é vítima de "linchamento midiático", dando a entender apenas a importância, no sentido de repúdio por parte dos fanáticos pelos petistas, das “maléficas” notícias sobre os fatos denunciados contra o ex-presidente, que não foram mencionados, justamente para mostrar que vem sendo injustiçado, quando o colombiano deveria recriminar os horripilantes fatos denunciados, que precisam ser devidamente investigados, por conterem, em princípio, suspeitas de irregularidades contra a administração pública e a dignidade de homens públicos, que estão se esquivando da revelação da verdade.
Por seu turno, o presidente do Equador classificou a impressa de corrupta, pasmem, apenas por publicar, em cumprimento do seu relevante papel de informar, os fatos do cotidiano, inclusive conversas privadas, sem que ele se atrevesse a condenar os cabeludos casos de corrupção vindos à tona, que estão sendo investigados pela Operação Lava-Jato, objeto do escândalo do petróleo, como se isso não justificasse a adoção das medidas com vistas à moralização do país tupiniquim.
Na mesma linha seguida pelos outros mandatários Sul-Americanos, o presidente do Uruguai manifestou "seu total respaldo à presidente Dilma Rousseff", tendo afirmado que, "Fiel defensor do princípio de não intervenção nos assuntos internos de outros Estados, mas ao mesmo tempo respeitoso do Estado de Direito e dos valores democráticos, o Uruguai confia que as diferenças internas existentes no Brasil serão resolvidas no marco do regime democrático".
Já a Argentina, que ainda não faz parte do bloco do socialista do século XXI, apenas disse que "As instituições têm que resolver os problemas através dos canais institucionais. (Dilma) Rousseff foi eleita por um mecanismo democrático e só um mecanismo democrático, institucional, pode mudar isso. Olhamos com preocupação o que está acontecendo no Brasil. O Brasil é um parceiro estratégico, olhamos com interesse o que está acontecendo, mas com respeito porque é um processo que eles que tem que definir.".
Causa perplexidade que os mandatários socialistas, alguns dos quais meros tiranos e oportunistas, por pretenderem se perpetuares no poder, qualquer custo, classifiquem de golpe mediático e judicial, como o fez o presidente venezuelano, que afirmou que "Há um golpe de estado midiático e judicial contra a presidente Dilma Rousseff e contra Lula da Silva, líder do Brasil e da nossa América", sem se ater aos fatos atribuídos, como os que são atribuídos à autoria deles, por ação ou omissão, da atual presidente brasileira e do seu antecessor, que estão sendo investigados ou que se caracterizaram irregulares, a exemplo das pedaladas fiscais, que infringiram normais de Direito Financeiro e Orçamentário, com sede na Constituição Federal, e as obscuras reformas em imóveis relacionados ao usufruto do ex-presidente.
Infelizmente, a desinformação sobre a realidade dos fatos tem contribuído para afetar e confundir, de maneira muito grave, não somente grande maioria dos brasileiros, que ainda está apoiando a presidente petista, que sabe e tem convicção que não tem mínimas condições de governar o país, tanto que luta com indiscutível desespero para contar com a ajuda de seu antecessor, mas os governos socialistas, diante de suas tiranias absolutistas, por tentarem apodrecer no poder, preferem ignorar os casos de corrupção sistêmica que tiveram origem no governo, a exemplo do mensalão e petróleo, bem assim também não admitirem que os fatos sejam devidamente investigados, passando a inventar, de forma ridícula, essa inverossímil história de golpe, fazendo com que a mentira seja repetida por vezes, para, enfim, virar verdade absoluta, na versão dos aloprados comunistas.
Na ardorosa defesa da mandatária brasileira, os presidentes socialistas não fazem sequer menção aos seríssimos casos de corrupção que mancharam a reputação da presidente tupiniquim e do seu antecessor, uma vez que cada nova delação enterra na lama podre o legado do petismo, fazendo com que os brasileiros honrados e realmente trabalhadores se sintam cada vez mais ultrajados e indignados com a sujeira ética e moral que não tem limites.
Na verdade, não somente os presidentes socialistas, mas todos os interessados de boa vontade precisam saber que a direita brasileira não pretende tomar o poder mediante golpe e muito menos frustrar o retorno do ex-presidente ao Palácio do Planalto, porque o que se anseia e isso é muito claro e objetivo é que os fatos de corrupção protagonizados nos seios do governo e do PT, como mostram os fatos vindos à tona aos borbulhões, sejam devidamente investigados e esclarecidos pela competente e eficiente Operação Lava-Jato, a exemplo das importantíssimas descobertas de clamorosos esquemas de desvios de recursos da Petrobras, por meio de contratos com preços superfaturados, para alimentar os cofres de partidos políticos, como o PT, PMDB e PP, além do beneficiamento a políticos e ex-diretores da estatal, além de outras graves irregularidades que conseguiram quebrar a mais importante empresa estatal brasileira.
A grosso modo, também se percebe a manifestação de extremo desespero de pessoas lideradas e organizadas por movimentos sociais, sindicais, entidades de classes e partidos políticos, em especial o PT, PCdoB e PCO, muito mais  em defesa das conquistas financeiras extratrabalhistas, a exemplo das bolsas e dos repasses às entidades sociais, como o MST, a UNE etc., mantidos de forma até injustificável pelos contribuintes – ante a possibilidade da destinação desses recursos para outras prioridades sociais relevantes -, cujos programas são transformados em benefícios de bondade pelo “esforço” do governo, que tira proveito da situação para mostrar falsa e inexistente popularidade, que não condiz exatamente com realidade socioeconômica.
Trata-se sim de situação exclusivamente de dependência de repasses de recursos para as entidades e movimentos sociais interessados na manutenção do status quo, que, para eles, não pode e nem deve ser mudado, sob terrível medo da perda dos benefícios e das facilidades garantidas às duras penas pelo governo petista, que tem como prioridade tão somente programas sociais, que são importantes, mas as ações e políticas governamentais não deveriam ser restringidas, em termos de prioridade, somente neles, por haver nisso cristalino detrimento das demais políticas de governo, com vistas ao desenvolvimento do país, principalmente com destaque para a execução das políticas macroeconômicas, que são fundamentais para o progresso do país, mas elas foram abandonadas por falta de medidas compatíveis com o seu alavancamento e a sua reestruturação como instrumentos capazes de contribuir para a retomada do desenvolvimento.  
Os brasileiros precisam se conscientizar, atentos ao seu dever patriótico, que os presidentes da América do Sul aproveitam a crise política brasileira para mostrar, a seu modo, o mesmo pensamento de imaturidade política prevalecente nos seus países, ao se posicionarem, com rara exceção, a favor da mandatária brasileira e do ex-presidente do país, destituídos da indispensável inteligência que devem eles possuir, como principais representantes de países estrangeiros, no sentido de se colocarem à disposição do Brasil tão somente em termos absolutamente diplomáticos, uma vez que eles devem ter respeito ao protocolo de acatamento aos princípios de autonomia e independência das nações e de não intervenção nas suas relações de Estado e muito menos nos problemas internos de outros países. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 21 de março de 2016

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