sexta-feira, 25 de março de 2016

Referendo como solução



A oposição venezuelana anunciou que convocará referendo revogatório e promoverá emenda constitucional para tirar do poder o presidente daquele país, a par de fazer grande mobilização para pressionar a renúncia do chefe de Estado.
Importante membro da oposição disse que "A Mesa da Unidade Democrática (MUD) tomou a decisão unânime de convocar o povo da Venezuela a formar o maior movimento de pressão popular que já existiu para ativar todos os mecanismos de mudança".
Ele disse também que o Parlamento, de maioria opositora pela primeira vez em 17 anos de hegemonia chavista, planeja aprovar emenda constitucional, tendo por base o voto dos venezuelanos, ou seja, a vontade popular, para dar legitimidade à redução do mandato presidencial e conseguir eleições este ano.
Em convergência com o afastamento do presidente, o oposicionista ponderou sobre a necessidade de se "iniciar o processo de referendo revogatório", que pode ser ativado, porquanto o presidente, eleito em abril de 2016 para período de seis anos, cumpre, dentro de menos de mês, a metade de seu mandato.
Com a finalidade de cumprir a estratégia aprovada pela oposição, foi convocada "ampla mobilização popular e pacífica" para a consecução da imediata renúncia do presidente do país e também apoiar as vias legais que paralelamente antecipem as medidas do Parlamento.
O oposicionista disse que a unidade do povo é o caminho para a união de mecanismos apropriados, como forma de junção de estratégias de luta contra o desgoverno daquele país.
Não obstante aos esforços da oposição, analistas constitucionalistas entendem, a título de advertência, que os mecanismos imaginados para agilizar a saída do presidente terão que passar pelo filtro do Tribunal Supremo de Justiça, acusado pela oposição de ser órgão subordinado ao governo e que há uma semana reduziu drasticamente os poderes do Legislativo, como forma de fragilizá-lo e tirar suas forças contra a tirania bolivariana.
O oposicionista disse que "O governo trancou o jogo e aprofundou o desastre econômico (...) Já não aguentamos. Somos vítimas da pior crise da história do país. Nada funciona. Por isso, a Venezuela assumiu o caminho da mudança". Ele concluiu seu pensamento, declarando-se convicto de que, com esta estratégia múltipla, serão conseguidos avanços em seus objetivos.
Não é de agora que a principal estratégia adotada pelo comunismo é tentar demonstrar que seus governantes sempre defendem a democracia, como forma de reafirmação da disseminação da popularidade em primeiro plano, sob a estrutura de socialização, que, em muitos casos, tem o nome de bolivarianismo, mas a tacanha fundamentação desse famigerado regime despreza, por completo, um dos pilares da importante democracia, que se traduz exatamente na rotatividade do poder.
Nos países que implantaram o socialismo, não existe outro pensamento ideológico senão a perenidade no poder, a qualquer custo e sob os piores argumentos, porquanto os esquerdopatas tentam de todas as formas corromper as instituições e ludibriar a população com insinuações absurdas de que só há futuro para o país se eles permanecerem no poder, mesmo que as estruturas das instituições estejam depauperadas e fragilizadas, como é o caso específico da Venezuela, onde há falta de tudo e maneira generalizada para a população, desde gêneros de primeira necessidade até remédios, fazendo com que o país se encontre mergulhado, em especial, em verdadeiro caos humanitário.
Em que pese a visível desgraça que se apoderou da administração bolivariana, o governo ainda tenta se sustentar e se apoiar na figura do líder e "herói" carismático do fundador do chavismo, que foi a figura de extrema maldade para os interesses dos chamados "fracos e oprimidos", uma vez que as ações centradas nos princípios instituídos por ele conduziram o país à falência e à degeneração, em especial quanto às políticas econômicas, que se consumem nas graves crises comandadas pela fortíssima inflação de mais de 180% a.a., cujos efeitos são destruidores e dramáticos para a população, que foi submetida aos horrores da violência, da miséria e da incerteza sobre o futuro sob o comando de governo sem rumo e completamente perdido, em termos administrativos.
Não há dúvida de que, diante de comprovado grave dano aos interesses da nação, obviamente da população, não somente na Venezuela, mas em todos os países deveriam existir mecanismo, disposição jurídica prevendo, por meios  legais e constitucionais, como o referendo pretendido na naquele país, o imediato afastamento do principal causador da desgraça ao povo, que não merece e não pode, por questão de bom senso e razoabilidade, continuar sendo prejudicado pela incompetência, insensibilidade e insensatez da insistência da permanência no comando da nação, quando isso somente contribui para agravar cada vez mais as gravíssimas dificuldades administrativas e demonstrar a extrema falta de amor e zelo para com o interesse da população e do país. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 25 de março de 2016

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