O
Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) manteve, por unanimidade, o promotor que investiga o caso do tríplex, situado no Guarujá, no comando da ação, depois de apreciar o recurso apresentado
por um petista, em socorro ao ex-presidente acusado de ter se beneficiado das
reformas promovidas nesse imóvel, à custa de empreiteira envolvida nas
investigações da Operação Lava-Jato.
Em
que pese o resultado desfavorável ao pleito, os advogados do ex-presidente pretendem
fazer uso, como peça de defesa, da decisão adotada pelo mencionado conselho,
mesmo que o veredicto tenha sido por unanimidade, considerando legítima a manutenção
do promotor à frente do caso, em contrariedade ao pedido formulado por deputado
do PT de São Paulo, que considera que a decisão abre brecha para que a atuação
do promotor originário seja contestada na Justiça.
O
relator do recurso, na pessoa do conselheiro que havia concedido liminar para a
suspensão do depoimento do petista, defendeu a manutenção do status quo, sob o argumento de que a
distribuição do caso contraria entendimento do Supremo Tribunal Federal.
Por
seu turno, o Instituto Lula assegura que “A
ação do promotor contraria entendimento do STF sobre distribuição de processos.
Reconheceu também que é necessário fazer uma revisão das normas do próprio CNMP
para garantir, daqui em diante, o princípio do promotor natural, não só para
Lula mas para todos os cidadãos”.
Já
o deputado autor do recurso disse que a decisão do CNMP não pode ser tratada
como derrota, porque, na opinião dele: “Foi
uma vitória da sociedade brasileira, pois serviu para jogar água numa fervura
criada por um conjunto de irregularidades. Não perdemos a ação. Nosso problema
era de ânimo, de predisposição (do promotor)”.
Como
não poderia ser diferente, em consonância com a ideologia partidário, o
deputado autor do recurso formalizou pedido de abertura de processo
administrativo na Corregedoria do Ministério Público de São Paulo, para apurar
a atuação do promotor que investiga o ex-presidente, ou seja, deixando claro
que aquele que tentar contrariar a imaculabilidade do petista-mor está sujeito
a represália, mesmo que o ato tenha por escopo apenas aquilatar a veracidade
sobre fatos denunciados sobre possível irregularidade, que é justamente o cerne
da questão em causa.
O
episódio em comento espelha muito bem o desespero do PT, que é sistematicamente
acusado de ser responsável em potencial pelos descalabros protagonizados contra
os brasileiros, nos últimos 13 anos, em termos ético, moral e administrativo,
em que, ao país tem sido impingido vexame atrás de vexame, com a revelação de
atos nada republicanos, em contrariedade aos princípios da dignidade, legalidade
e honorabilidade, em prejuízo dos interesses nacionais, principalmente no que
diz respeito ao gerenciamento com eficiência, competência e moralidade.
Causa
estranheza que a defesa ou até mesmo o próprio pivô da demanda não abordarem absolutamente
nada sobre o mérito da acusação objeto das investigações do Ministério Público,
preferindo focar o trabalho da mídia e outros assuntos, inclusive para chicanas
jurídicas, como forma de contribuir para travar os trâmites burocráticos da
demanda, em claro detrimento da celeridade para a elucidação desse lamentável
episódio envolvido o ilustre petista, que prefere se manter silente sobre os
fatos, que deveriam ser encarados com a maior transparência, por envolver a
figura expressiva do principal homem do país, que tem o dever moral e
constitucional de prestar contas à sociedade sobre seus atos.
Enquanto
o parlamentar petista se esforça para evitar, por todos os meios, que o
ex-presidente sequer seja investigado por suspeita de envolvimento em ato
nebuloso, fica claríssima a falta de compromisso com a verdade e a elucidação
de mais um caso rumoroso comprometendo o imaculado histórico do homem que se
considera o mais honesto do país, justamente pelas reiteradas tentativas de
comprovar, com provas contundentes a sua inocência.
Por
sua vez, o parlamentar petista chega a ser extremamente incoerente, quando alega
que a sua derrota na injustificável demanda em comento - por dizer respeito a
outrem - foi vitória da sociedade, quando esta, na verdade, aspira tão somente
a vitória no oposto sentido do deputado, de que haja, o quanto antes possível, a
conclusão das investigações sobre as denúncias em apreço, não tendo ela nenhum
interesse que as investigações se prolonguem ad eternum, como pretendem aqueles que estão inconformados com as
mudanças que visam passar o Brasil a limpo, impedindo que os reiterados e
vergonhosos casos suspeitos de irregularidades continuem prosperando
impunemente, em benefício da desmoralização e da indignidade, que são
contrários aos conceitos de legalidade, dignidade, modernidade e civilidade,
extremamente observados nos países sérios e desenvolvidos democraticamente.
Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 03 de março de 2016
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