segunda-feira, 14 de março de 2016

O retrato da degeneração


Conforme pesquisa Datafolha divulgada recentemente no jornal Folha de S.Paulo, o governo da presidente da República foi avaliado como 64% para ruim/péssimo, 25% regular e 11% ótimo/bom, indicando que a situação administrativa do país é lastimável, por desagradar a quase dois terços dos entrevistados, que, em estatística das pesquisas, convencionou-se seja a situação que representa o pensamento dos brasileiros.
Na anterior pesquisa realizada, em dezembro último, o governo havia recebido a aprovação de 12%, que consideravam sua gestão ótima ou boa, mantendo-se agora quase no mesmo patamar.
Os entrevistados responderam 60% favoráveis e 33% desfavoráveis ao processo de impeachment contra a presidente, em cristalina demonstração de que a insatisfação contra o governo é superior à maioria dos brasileiros, que não suportam mais tanta desgraça pela falta de governança do país, uma vez que a incompetência e a ineficiência já conseguiram ultrapassar os limites da tolerância e do razoável.
A pesquisa também indica que 58% dos ouvidos disseram que a presidente deveria renunciar ao cargo e 37% discordam dessa medida, o que indica concordância com o imediato afastamento da petista da Presidência.
Para 80% dos entrevistados, a economia teve piora de desempenho, 5% acham que houve melhora, o que indica que a visão dos brasileiros sobre a execução das políticas é bastante preocupante, diante dos resultados sempre negativos e prejudiciais aos interesses da população, como inflação alta - com os preços corroendo os salários -, desemprego, desindustrialização, juros nas alturas, falta de investimentos e degeneração crônica dos serviços públicos prestados ao povo, que cada vez mais é prejudicado pelo fracasso econômico, que tem retrocesso sobre retrocesso, por força da forte recessão.
Os resultados sobre a avaliação do desempenho da presidente do país, mostrando percentuais bem sofríveis e péssimos, evidenciam o quanto a administração pública está padecendo da acefalia e da incompetência, sem governo, sem comando, permitindo que o país seja comparável com uma nave absolutamente à deriva, que pode afundar a qualquer instante, diante da plena instabilidade de suas estruturas, que ainda resiste bravamente por um triz, mas pode naufragar a qualquer momento.
As avaliações sobre a atuação da presidente, com percentuais muito abaixo da crítica, revelam a extrema insensibilidade e insensatez dos brasileiros, que nada fazem de efetivo para mudar essa desastrada situação de penúria administrativa, em que o país se afunda cada vez mais no profundo abismo, com a perspectiva de inevitável piora, mas a presidente continua firme e resistindo aos apelos sobre mudanças desse terrível quadro, em que não há menor esperança de que a bancarrota tenha fim, uma vez que ela já deu cabal demonstração de completas incompetência e incapacidade para vislumbrar medidas capazes de solucionar as piores crises conjunturais já instaladas no governo e no país.
À toda evidência, se a dramática situação de penúria e desmantelo que grassa no Brasil fosse em um país com o mínimo de seriedade e de desenvolvimento democrático, o próprio presidente já teria tido a sensatez e a dignidade de entregar o cargo, sob o argumento de que a sua continuidade nele é indiscutível indicativo de potencialização e consolidação das dificuldades criadas por ele e que o seu esforço não foi capaz de sequer minimizá-las, por falta de condições gerenciais e administrativas.
É evidente que a situação lastimável de desgoverno deve ser atribuída à parcela expressiva de brasileiros, que, apesar de ter sido devidamente alertada sob o perigo que o país corria sob o comando da presidente, que não tinha condições para administrar país com as potencialidades do Brasil, ante as comprovadas ineficiência e incompetência impregnadas na sua primeira gestão, quando o seu péssimo desempenho já causara enormes rombos nas contas públicas, com as seguidas inobservâncias dos limites das metas fiscais de que tratam as Leis de Responsabilidade Fiscal e de Diretrizes Orçamentárias, que teriam como caracterização o crime de responsabilidade fiscal caso o Congresso Nacional não as abonasse, por permitir que os citados limites fossem colocados a salvo, como se nada tivesse acontecido de tão grave.
Diante da situação de calamidade administrativa do país, os brasileiros precisam se conscientizar, com urgência, sobre o verdadeiro estado de degeneração das estruturas institucionais, que exigem, para a sua recuperação, a adoção de medidas no sentido de mudanças radicais na administração do Brasil, de modo que sejam evitados maiores transtornos para a população, que tem o dever cívico e patriótico de responder por sua omissão e complacência com a bandalheira que se transformou o estado brasileiro, sob o comando de governo e partido sem compromisso senão com o seu único projeto megalomaníaco de absoluta dominação e de perenidade no poder, em indiscutível detrimento das verdadeiras causas nacionais. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 14 de março de 2016

Nenhum comentário:

Postar um comentário