Em
duro editorial publicado pelo The
New York Times, o jornal dos Estados Unidos da
América houve por bem classificar como "ridículas"
as explicações da presidente brasileira sobre a escolha do ex-presidente da
República petista para o cargo de ministro-chefe da Casa Civil.
Entre
outros motivos, a presidente justificou a decisão pelo fato de o petista ser negociador
talentoso para ajudar o Brasil a enfrentar a crise, conquanto o jornal
americano disse que a petista se encontra agonizante e "luta por sobrevivência política",
mas que "supreendentemente, parece
ter achado que tinha capital político de sobra", quando fez a questionada
escolha.
Com
o título "A crise política no Brasil
se aprofunda", o editorial do Times também conta que a estratégia da
petista cresceu, de forma alarmante, a insatisfação popular e levou milhares de
pessoas às ruas, no último domingo, para pedir a saída dela do cargo de presidente
e a prisão do ex-presidente, a par de apoiar os trabalhos da Operação
Lava-Jato, que é liderada por juiz que não teme as fortes intimidações dos
políticos e empresários corruptos e delinquentes, que foram capazes de
protagonizar o maior escândalo da história republicana e ainda planejar
artifícios para dificultar as investigações e a limpeza moral da administração do
país.
No
entendimento do Times, o ato da presidente teve o condão de criar outra crise
de confiança em seu próprio julgamento. O texto ainda reforça esclarecimentos
de que o ex-presidente está sendo investigado por possível crime de enriquecimento
ilícito e que pessoas muito próximas a ele, como o ex-ministro da Casa Civil, encontram-se
presas, por crimes de lavagem de dinheiro e de corrupção passiva, entre outras
delinquências contrárias à civilidade.
O
texto ainda enfatiza que o objetivo da nomeação em causa era de blindá-lo das
investigações da Operação Lava-Jato, que tem sido implacável com os bandidos que
dilapidaram o patrimônio da Petrobras, por meio do desvio de recursos para
alimentar cofres de partidos como o PT, PMDB e PP, além de bolsos de políticos e
servidores da estatal, com a marca da pura bandidagem.
Segundo
o jornal, o ex-presidente e a atual mandatária do país tentam, de toda maneira,
atrasar, pelo máximo prazo possível, as investigações sobre os fatos
denunciados e eventual julgamento dele, por meio da medida que o torna
ministro, abrigando-o por baixo das saias do Palácio do Planalto, com a
conquista do igualmente ridículo foro privilegiado, que jamais deveria existir
para ninguém, porque se trata de
diferenciar os cidadãos que a Constituição, que é a lei maior do país,
estabelece que todos são iguais perante a lei, em condições de direitos e
obrigações.
Não
é prudente nem lícito que alguém tenha o direito de se posicionar acima dos
demais cidadãos do país, em grau de prerrogativa que somente existe nos países
totalitários com nível baixo de desenvolvimento democrático, onde os amigos do
rei são agraciados com deferências especiais, a exemplo do que está acontecendo
com o ex-presidente, que não tem a dignidade de se defender, moto próprio, das
acusações da prática de atos irregulares, em que pese se considerar o homem
mais honesto da face da terra, em desprezo às pessoas efetivamente honradas e
honestas, que não se gabam de realmente ser virtuosas e probas.
Os brasileiros precisam se conscientizar, à vista da
sua obrigação cívica e patriótica, de que a República brasileira foi
transformada, de forma irresponsável e inconsequente, em gigantesco
departamento de propriedade dos petistas, com a exclusiva finalidade de
solucionar seus faraônicos problemas de corrupção representados pelo mensalão e
petrolão e de atender às suas conveniências na perenidade do poder.
Com certeza, nem nas republiquetas, os mandatários
teriam a insensatez e a insensibilidade de dá guarida e tentar blindar homem
público alvo de investigações por suspeitas da prática de atos irregulares,
porque isso representa medida de extrema afronta à dignidade do povo e aos
princípios da moralidade, legalidade e probidade, que não podem ser ignorados
nem mesmo nas republiquetas.
O que se percebe com o ato de extrema generosidade
da presidente brasileira é a progressiva degeneração dos saudáveis princípios
da administração pública, que não deveriam ter sido ultrajados, na forma como
foi, para beneficiar quem quer que seja, mesmo quem foi presidente do país,
porque o ato em si representa indiscutível privilégio que não pode ser
concedido, à luz dos princípios da civilidade e da razoabilidade.
Os brasileiros precisam se mobilizar, com urgência, em
compreensão de que a administração do país vem sendo explorada em benefício de
grupos políticos, que aproveitam a fragilidade da formação cultural da população
para solucionar as questões relacionadas aos interesses e às conveniências
pessoais e partidárias, os quais devem, o mais rapidamente possível, ser exortados
da vida pública, como forma de moralização que tem sido imperiosamente necessária
no momento de graves crises criadas pela própria governante, visivelmente
culpada por tal estado de degeneração, conforme a classificação de ridículas as
explicações da presidente para ato representativo da desmoralização do país. Acorda,
Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 19 de março de 2016
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