sexta-feira, 4 de março de 2016

A decadência do socialismo?


O presidente boliviano, no poder desde 2006, enfim, foi obrigado a reconhecer sua derrota no referendo que poderia levá-lo ao quarto mandato, mas a sua pretensão foi rejeitada, o que o impede de se candidatar à perenidade no poder, como fazem ultimamente os tiranos da América Latina e do Caribe.
Na sua prepotência ditatorial, ele disse "Respeitamos os resultados, faz parte da democracia. Perdemos a batalha, mas não perdemos a guerra. A luta continua".
Segundo o resultado oficial do referendo, o "não" venceu com 51,30%, contra 48,70% para o "sim", mostrando que o povo cansou do governo socialista que deixou cristalina a sua vontade de não permitir a alternância no poder, conquanto a sua intenção era de permanecer eternamente comandando os bolivianos, em evidente materialização da ditadura retrógrada e ultrapassada na atualidade, em que a democracia corresponde à vontade popular.
Desde a sua chegada ao poder em 2006, essa é a primeira derrota eleitoral do presidente boliviano, que terá de rever sua estratégia para garantir seu projeto político para depois de 2020, quando terminar seu longevo mandato.
Os analistas políticos entendem que o cocaleiro boliviano ainda mantém incólume seu poder com pleno domínio do Congresso, o que permite que ele siga com suas reformas socialistas em seu benefício, mas ele deverá administrar muito bem esta derrota, avaliar os danos e buscar junto a seu partido socialista o discurso que possa recuperar a confiança perdida, para se alcançar o consenso favorável à continuidade de seu partido no poder.
O resultado do referendo teve reflexo marcante na população, que foi entusiasticamente às ruas das principais cidades daquele país, principalmente nos redutos da oposição, para festejar o importante fato político, em claríssima disposição dos bolivianos de que o charme do socialismo somente agrada à classe dominante, que tem o direito de usufruir as benesses e as influências do poder, que é exercido de forma absoluta.
Aliás, a decadência do socialismo já é notória e a maior realidade dos últimos tempos nas Repúblicas cujos mandatários se esforçam para se perenizar no poder, como demonstram os resultados das urnas na Bolívia, Venezuela e Argentina, onde os governos foram obrigados a aceitar a vontade da população, que teve coragem e dignidade para contrariar as sebosas, injustas e cruéis políticas de absoluta dominação, tendo como pano de fundo a distribuição de migalhas para os pobres, que normalmente garante, graças à sua ingenuidade e pouca informação sobre os fatos políticos, os currais eleitorais e a continuidade no poder, que vem sendo desacreditado fruto da incompetência, da ineficiência e do desastre da execução das políticas públicas, que estão levando os países ao retrocesso e à falência, a exemplo do que vem acontecendo, infelizmente, no país tupiniquim.
Na verdade, os povos dos países que tiveram eleição mais recentemente deram importante lição de civismo e patriotismo ao mundo, por votarem em contrariedade aos anseios de perenidade de tirânicos no poder, em demonstração de que suas políticas socialistas não se aplicam de forma benéfica e vantajosa para a população, que precisa, além das ações populistas, de liberdade e de democracia para o livre exercício de suas vontades individuais de dignidade do ser humano, que normalmente são negadas, como forma de negação às conquistas humanitárias.    
Os brasileiros precisam se imbuir de dignidade e de vergonha na cara, para resolver eliminar, com urgência, da vida pública os maus políticos que quebraram o Brasil, em nome de seus egoístas planos de absoluta dominação e de perenidade no poder, assegurados por meio do mesquinho projeto de redistribuição de renda aos pobres, tendo como pano de fundo o viés populista que assegura a formação de currais eleitorais, em detrimento da salutar alternância de poder, que impede a realização de mudanças estruturais em benefício dos brasileiros e não somente daqueles que estão na margem da pobreza absoluta, permitindo que o país se eternize na mediocridade das precariedades administrativas, sem a menor perspectiva da retomada, em curto prazo, do desenvolvimento socioeconômico. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 04 de março de 2016

Nenhum comentário:

Postar um comentário