O
presidente boliviano, no poder desde 2006, enfim, foi obrigado a reconhecer sua
derrota no referendo que poderia levá-lo ao quarto mandato, mas a sua pretensão
foi rejeitada, o que o impede de se candidatar à perenidade no poder, como
fazem ultimamente os tiranos da América Latina e do Caribe.
Na
sua prepotência ditatorial, ele disse "Respeitamos
os resultados, faz parte da democracia. Perdemos
a batalha, mas não perdemos a guerra. A luta continua".
Segundo
o resultado oficial do referendo, o "não" venceu com 51,30%, contra
48,70% para o "sim", mostrando que o povo cansou do governo
socialista que deixou cristalina a sua vontade de não permitir a alternância no
poder, conquanto a sua intenção era de permanecer eternamente comandando os
bolivianos, em evidente materialização da ditadura retrógrada e ultrapassada na
atualidade, em que a democracia corresponde à vontade popular.
Desde
a sua chegada ao poder em 2006, essa é a primeira derrota eleitoral do presidente
boliviano, que terá de rever sua estratégia para garantir seu projeto político
para depois de 2020, quando terminar seu longevo mandato.
Os
analistas políticos entendem que o cocaleiro boliviano ainda mantém incólume
seu poder com pleno domínio do Congresso, o que permite que ele siga com suas
reformas socialistas em seu benefício, mas ele deverá administrar muito bem esta
derrota, avaliar os danos e buscar junto a seu partido socialista o discurso
que possa recuperar a confiança perdida, para se alcançar o consenso favorável
à continuidade de seu partido no poder.
O
resultado do referendo teve reflexo marcante na população, que foi
entusiasticamente às ruas das principais cidades daquele país, principalmente
nos redutos da oposição, para festejar o importante fato político, em
claríssima disposição dos bolivianos de que o charme do socialismo somente
agrada à classe dominante, que tem o direito de usufruir as benesses e as
influências do poder, que é exercido de forma absoluta.
Aliás,
a decadência do socialismo já é notória e a maior realidade dos últimos tempos
nas Repúblicas cujos mandatários se esforçam para se perenizar no poder, como
demonstram os resultados das urnas na Bolívia, Venezuela e Argentina, onde os
governos foram obrigados a aceitar a vontade da população, que teve coragem e
dignidade para contrariar as sebosas, injustas e cruéis políticas de absoluta
dominação, tendo como pano de fundo a distribuição de migalhas para os pobres,
que normalmente garante, graças à sua ingenuidade e pouca informação sobre os
fatos políticos, os currais eleitorais e a continuidade no poder, que vem sendo
desacreditado fruto da incompetência, da ineficiência e do desastre da execução
das políticas públicas, que estão levando os países ao retrocesso e à falência,
a exemplo do que vem acontecendo, infelizmente, no país tupiniquim.
Na
verdade, os povos dos países que tiveram eleição mais recentemente deram
importante lição de civismo e patriotismo ao mundo, por votarem em
contrariedade aos anseios de perenidade de tirânicos no poder, em demonstração
de que suas políticas socialistas não se aplicam de forma benéfica e vantajosa
para a população, que precisa, além das ações populistas, de liberdade e de
democracia para o livre exercício de suas vontades individuais de dignidade do
ser humano, que normalmente são negadas, como forma de negação às conquistas
humanitárias.
Os brasileiros precisam se imbuir de dignidade e de
vergonha na cara, para resolver eliminar, com urgência, da vida pública os maus
políticos que quebraram o Brasil, em nome de seus egoístas planos de absoluta
dominação e de perenidade no poder, assegurados por meio do mesquinho projeto
de redistribuição de renda aos pobres, tendo como pano de fundo o viés populista
que assegura a formação de currais eleitorais, em detrimento da salutar
alternância de poder, que impede a realização de mudanças estruturais em
benefício dos brasileiros e não somente daqueles que estão na margem da pobreza
absoluta, permitindo que o país se eternize na mediocridade das precariedades
administrativas, sem a menor perspectiva da retomada, em curto prazo, do
desenvolvimento socioeconômico. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 04 de março de 2016
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