A
agência Moody's, como já era esperado, rebaixou, em dois níveis, a nota do
Brasil, tirando o grau de investimento, fato que reflete a perda do selo de bom
pagador, complicando ainda mais a situação caótica do país, que terá maior
dificuldade para conseguir empréstimos e investimentos externos, diante da
desconfiança de mau pagador que isso representa para o mercado financeiro.
A
nota do país passou de Baa3, o último nível dentro do grau de investimento,
para Ba2, que é categoria de especulação, a par de a agência também ter
colocado o Brasil em perspectiva negativa, indicando que ele pode sofrer novo
rebaixamento, a depender do desempenho econômico, que tem sido sofrível no
comando petista, que já demonstrou que não sabe o rumo que precisa seguir,
diante de tanto descalabro da sua política econômica, com a recessão, inflação,
elevação dos preços, desemprego, desindustrialização, redução de salários,
diminuição de arrecadação, inexistência de investimentos público e privado, absoluta
falta de recursos, entre tantas mazelas que estão contribuindo para o
distanciamento do país do tão sonhado desenvolvimento socioeconômico.
A
Moody’s, entre as três grandes agências internacionais de classificação de
risco, era a que mantinha o Brasil com grau de investimento, embora em dezembro
ela já tivesse colocado a nota do país em revisão para possível rebaixamento, com
a indicação que ela poderia sim ser reduzida em breve, o que foi efetivado
recentemente.
A
primeira a retirar o selo de bom pagador do Brasil foi a Standard and Poor's
(S&P), em setembro do ano passado, que voltou, há duas semanas, a rebaixar
a nota brasileira, em confirmação de que as crises somente se agravam.
Em
dezembro último, foi a vez da Fitch, que, ao mesmo tempo, colocou a nota do
país em perspectiva negativa, sob a indicação que ela pode rebaixar novamente a
situação de pagador do país, que já é péssima.
Como
principal motivo para a retirada, pela Moody’s, do grau de investimento do
país, as agências apontam a deterioração das contas públicas, o aumento do
endividamento público e a preocupação com a retomada do crescimento da economia,
à vista do terrível e nada animadora perspectiva do desempenho econômico, ante
a falta de alternativa que possa contribuir para a retomada do desenvolvimento,
em curto ou médio prazos.
A
propósito, importa de ressaltar que, no mercado financeiro, a nota de atribuída
ao país tem o significado de funcionar como um "certificado de
segurança" que as agências de classificação dão a países que elas
consideram com baixo risco de calotes a investidores.
É lamentável que as agências de classificação de
risco estejam seguidamente alertando o governo para a grave e lastimável
situação econômica e, em seguida, retirando, de forma efetiva, o grau de
investimento do Brasil, o que contribui para a forte debandada dos
investimentos estrangeiros, mas o governo, na sua eterna e crônica omissão,
nada faz, absolutamente nada, para reverter as mazelas impregnadas nas
políticas econômicas vigentes, que cada vez mais se atolam no lamaçal do caos,
com as piores perspectivas não de melhoras, mas de maior deterioração, uma vez
que as ações palacianas somente conspiram contra os dados levantados pelas
citadas agências, que não têm a menor dúvida de que o futuro é nebuloso e
incerto, com tendência de mais rebaixamento.
Causa perplexidade que o país com as potencialidades
econômicas do Brasil tenha chegado ao píncaro da decadência administrativa, em
todos seus segmentos, inclusive com a confirmação do atingimento do fundo do poço
na economia - se é que ele existe -, em termos gerenciais, à vista de os
pacotes pertinentes aos ajustes fiscal e econômico somente conterem medidas com
meras tentativas objetivando apenas minimizar o rombo das contas públicas, sem
a menor esperança de que haja alguma sobra de recursos para investimentos em obras
que possam contribuir para melhora das condições de vida da população, que vem
padecendo graças às desastrosas ações do governo, que não vislumbra nenhuma
medida concreta e efetiva, em curto prazo, com vistas à retomada do
desenvolvimento socioeconômico. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 02 de março de 2016
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