quarta-feira, 2 de março de 2016

A decadência econômica


A agência Moody's, como já era esperado, rebaixou, em dois níveis, a nota do Brasil, tirando o grau de investimento, fato que reflete a perda do selo de bom pagador, complicando ainda mais a situação caótica do país, que terá maior dificuldade para conseguir empréstimos e investimentos externos, diante da desconfiança de mau pagador que isso representa para o mercado financeiro.
A nota do país passou de Baa3, o último nível dentro do grau de investimento, para Ba2, que é categoria de especulação, a par de a agência também ter colocado o Brasil em perspectiva negativa, indicando que ele pode sofrer novo rebaixamento, a depender do desempenho econômico, que tem sido sofrível no comando petista, que já demonstrou que não sabe o rumo que precisa seguir, diante de tanto descalabro da sua política econômica, com a recessão, inflação, elevação dos preços, desemprego, desindustrialização, redução de salários, diminuição de arrecadação, inexistência de investimentos público e privado, absoluta falta de recursos, entre tantas mazelas que estão contribuindo para o distanciamento do país do tão sonhado desenvolvimento socioeconômico.
A Moody’s, entre as três grandes agências internacionais de classificação de risco, era a que mantinha o Brasil com grau de investimento, embora em dezembro ela já tivesse colocado a nota do país em revisão para possível rebaixamento, com a indicação que ela poderia sim ser reduzida em breve, o que foi efetivado recentemente.
A primeira a retirar o selo de bom pagador do Brasil foi a Standard and Poor's (S&P), em setembro do ano passado, que voltou, há duas semanas, a rebaixar a nota brasileira, em confirmação de que as crises somente se agravam.
Em dezembro último, foi a vez da Fitch, que, ao mesmo tempo, colocou a nota do país em perspectiva negativa, sob a indicação que ela pode rebaixar novamente a situação de pagador do país, que já é péssima.
Como principal motivo para a retirada, pela Moody’s, do grau de investimento do país, as agências apontam a deterioração das contas públicas, o aumento do endividamento público e a preocupação com a retomada do crescimento da economia, à vista do terrível e nada animadora perspectiva do desempenho econômico, ante a falta de alternativa que possa contribuir para a retomada do desenvolvimento, em curto ou médio prazos.
A propósito, importa de ressaltar que, no mercado financeiro, a nota de atribuída ao país tem o significado de funcionar como um "certificado de segurança" que as agências de classificação dão a países que elas consideram com baixo risco de calotes a investidores.
É lamentável que as agências de classificação de risco estejam seguidamente alertando o governo para a grave e lastimável situação econômica e, em seguida, retirando, de forma efetiva, o grau de investimento do Brasil, o que contribui para a forte debandada dos investimentos estrangeiros, mas o governo, na sua eterna e crônica omissão, nada faz, absolutamente nada, para reverter as mazelas impregnadas nas políticas econômicas vigentes, que cada vez mais se atolam no lamaçal do caos, com as piores perspectivas não de melhoras, mas de maior deterioração, uma vez que as ações palacianas somente conspiram contra os dados levantados pelas citadas agências, que não têm a menor dúvida de que o futuro é nebuloso e incerto, com tendência de mais rebaixamento.
Causa perplexidade que o país com as potencialidades econômicas do Brasil tenha chegado ao píncaro da decadência administrativa, em todos seus segmentos, inclusive com a confirmação do atingimento do fundo do poço na economia - se é que ele existe -, em termos gerenciais, à vista de os pacotes pertinentes aos ajustes fiscal e econômico somente conterem medidas com meras tentativas objetivando apenas minimizar o rombo das contas públicas, sem a menor esperança de que haja alguma sobra de recursos para investimentos em obras que possam contribuir para melhora das condições de vida da população, que vem padecendo graças às desastrosas ações do governo, que não vislumbra nenhuma medida concreta e efetiva, em curto prazo, com vistas à retomada do desenvolvimento socioeconômico. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 02 de março de 2016

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