sexta-feira, 21 de outubro de 2016

A força do espírito patriótico

O jornal inglês Financial Times, a par de fazer análise sobre o resultado das últimas eleições municipais e de dar destaque à vitória consagradora do candidato tucano para a Prefeitura de São Paulo, logo no primeiro turno, ressaltou que o Partido dos Trabalhadores sofreu “humilhação nacional” nesse pleito eleitoral.
O aludido jornal asseverou que a estrondosa ruína do PT pode contribuir para a fragmentação do voto e isso sinaliza que, na próxima eleição presidencial, cresça o grau de imprevisibilidade do que o habitual.
O periódico citou a perda do controle da prefeitura do Rio de Janeiro, a segunda cidade do Brasil, pelo PMDB, legenda liderada pelo presidente da República.
O jornal britânico entende que o resultado das eleições municipais no Brasil terá importância fundamental para a corrida presidencial de 2018, além de ter reflexos sobre as reformas fiscais, consideradas vitais para a retomada do desenvolvimento do país, as quais estão na pauta de votação do Congresso Nacional.
O Financial Times também considera que as eleições municipais são importante indicador sobre o “estado de ânimo” dos eleitores, à vista do registro de enorme abstenção.
A publicação destacou que quase meio milhão de candidatos a prefeito, vice-prefeito e vereador competiu para as posições em 5.568 municípios.  
Na avaliação do jornal britânico, o PT é alvo de sucessivas derrotas, a começar com o impeachment da ex-presidente da República, por crime de responsabilidade, e agora com a fragorosa surra nas urnas.
O Financial Times diz ainda que o PT foi “dizimado” pelos esquemas criminosos envolvendo a Petrobras, que foi vítima dos maus políticos. 
À luz da verdade, não se pode dizer que se trate de humilhação nacional arranjada para o PT, porque o resultado da eleição municipal trás no seu bojo o verdadeiro sentimento de rejeição aos métodos arcaicos e de conveniência de administração pública, tendo como centralismo o projeto de plena dominação das classes política e social e de perenidade no poder como forma essencial ao usufruto das benesses e dos privilégios propiciados pelo poder, inclusive pelos recursos públicos disponibilizados, que têm a serventia do indecente aparelhamento do Estado, por meio do famigerado fisiologismo, e da garantia da execução de programas assistenciais, que têm o viés populista e eleitoreiro, conforme bem retratam o Bolsa Família e outros projetos afins.
O resultado das eleições expressa, em termos diretos e claros, o nítido recado dos brasileiros insatisfeitos com os estragos protagonizados pelos governos incompetentes, que pouco fizerem para o bem da população e deixaram legado de muita destruição dos princípios da administração pública, em termos de incompetência e ineficiência na aplicação dos recursos públicos, entre outras mazelas representadas pelas graves crises moral, social, política, econômica e administrativa, a ponto de deixar o país no fundo do poço e em enormes dificuldades de retomar os rumos do desenvolvimento.
Em razão das desastradas gestões dos governos incompetentes, tendo como pelotão de frente a terrível recessão econômica e a assombrosa onda de desemprego, o PT não poderia ter tido tratamento diferente do merecido nas urnas, que corresponde exatamente aos sentimentos de brasilidade e de amor à verdade e aos princípios de moralidade e dignidade que devem orientar a administração do país, não importando a ideologia partidária, mas sobretudo as relevâncias econômica e social brasileiras.
Não há dúvida de que os brasileiros demonstraram, nas últimas eleições municipais, além de enorme vontade de urgentes mudanças na gestão pública, espírito patriótico em defesa da integridade dos melhores princípios de conduta político-administrativa, com vistas à moralização da administração do país, que exige ser governado sob os rigorosos conceitos da competência, eficiência, dignidade, transparência, austeridade, entre outros que tenham por objetivo o exclusivo atendimento aos interesses públicos, com embargo de abomináveis arranjos políticos com vistas à satisfação de conveniências pessoais e partidárias. Acorda, Brasil! 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 21 de outubro de 2016

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