O jornal inglês Financial Times, a par de fazer
análise sobre o resultado das últimas eleições municipais e de dar destaque à
vitória consagradora do candidato tucano para a Prefeitura de São Paulo, logo no
primeiro turno, ressaltou que o Partido dos Trabalhadores sofreu “humilhação nacional” nesse pleito eleitoral.
O aludido jornal asseverou que a estrondosa ruína do
PT pode contribuir para a fragmentação do voto e isso sinaliza que, na próxima
eleição presidencial, cresça o grau de imprevisibilidade do que o habitual.
O periódico citou a perda do controle da prefeitura
do Rio de Janeiro, a segunda cidade do Brasil, pelo PMDB, legenda liderada pelo
presidente da República.
O jornal britânico entende que o resultado das
eleições municipais no Brasil terá importância fundamental para a corrida
presidencial de 2018, além de ter reflexos sobre as reformas fiscais,
consideradas vitais para a retomada do desenvolvimento do país, as quais estão
na pauta de votação do Congresso Nacional.
O Financial Times também considera que as eleições
municipais são importante indicador sobre o “estado de ânimo” dos eleitores, à vista do registro de enorme
abstenção.
A publicação destacou que quase meio milhão de
candidatos a prefeito, vice-prefeito e vereador competiu para as posições em
5.568 municípios.
Na avaliação do jornal britânico, o PT é alvo de sucessivas
derrotas, a começar com o impeachment da ex-presidente da República, por crime
de responsabilidade, e agora com a fragorosa surra nas urnas.
O Financial Times diz ainda que o PT foi “dizimado” pelos esquemas criminosos envolvendo
a Petrobras, que foi vítima dos maus políticos.
À
luz da verdade, não se pode dizer que se trate de humilhação nacional arranjada
para o PT, porque o resultado da eleição municipal trás no seu bojo o
verdadeiro sentimento de rejeição aos métodos arcaicos e de conveniência de
administração pública, tendo como centralismo o projeto de plena dominação das
classes política e social e de perenidade no poder como forma essencial ao
usufruto das benesses e dos privilégios propiciados pelo poder, inclusive pelos
recursos públicos disponibilizados, que têm a serventia do indecente aparelhamento
do Estado, por meio do famigerado fisiologismo, e da garantia da execução de
programas assistenciais, que têm o viés populista e eleitoreiro, conforme bem
retratam o Bolsa Família e outros projetos afins.
O
resultado das eleições expressa, em termos diretos e claros, o nítido recado dos
brasileiros insatisfeitos com os estragos protagonizados pelos governos incompetentes,
que pouco fizerem para o bem da população e deixaram legado de muita destruição
dos princípios da administração pública, em termos de incompetência e ineficiência
na aplicação dos recursos públicos, entre outras mazelas representadas pelas
graves crises moral, social, política, econômica e administrativa, a ponto de deixar
o país no fundo do poço e em enormes dificuldades de retomar os rumos do
desenvolvimento.
Em
razão das desastradas gestões dos governos incompetentes, tendo como pelotão de
frente a terrível recessão econômica e a assombrosa onda de desemprego, o PT
não poderia ter tido tratamento diferente do merecido nas urnas, que
corresponde exatamente aos sentimentos de brasilidade e de amor à verdade e aos
princípios de moralidade e dignidade que devem orientar a administração do
país, não importando a ideologia partidária, mas sobretudo as relevâncias
econômica e social brasileiras.
Não
há dúvida de que os brasileiros demonstraram, nas últimas eleições municipais,
além de enorme vontade de urgentes mudanças na gestão pública, espírito
patriótico em defesa da integridade dos melhores princípios de conduta
político-administrativa, com vistas à moralização da administração do país, que
exige ser governado sob os rigorosos conceitos da competência, eficiência,
dignidade, transparência, austeridade, entre outros que tenham por objetivo o
exclusivo atendimento aos interesses públicos, com embargo de abomináveis arranjos
políticos com vistas à satisfação de conveniências pessoais e partidárias. Acorda,
Brasil!
ANTONIO
ADALMIR FERNANDES
Brasília,
em 21 de outubro de 2016
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