A
Câmara dos Deputados aprovou, em primeiro turno, o texto da chamada "PEC
do Teto", que disciplina o congelamento dos gastos federais pelos próximos
20 anos, incluindo setores estratégicos como saúde e educação.
Não
obstante, a oposição esperneou e demonstrou toda a sua agressividade contrária
à medida, por entender que ela pode prejudicar políticas vulneráveis da
prestação de serviços aos brasileiros.
Os
opositores ao disciplinamento do orçamento público são exatamente aqueles que
não tiveram o menor gesto para organizar e planejar, de forma eficiente, os gastos
do governo federal, a exemplo dos rombos nas contas públicas, deixando muito
claro o total desleixo quanto à falta de prioridades nos gastos governamentais,
cuja desorganização teve como consequência os desastres representados pela
recessão e o desemprego, de triste legado do governo que foi afastado por
incompetência e crime de responsabilidade.
A
oposição aproveita o momento para denunciar vulnerabilidade dos programas
essenciais do governo, em especial a saúde e a educação, como se no passado
recente essas políticas merecessem o mínimo de atenção do governo, que foi
simplesmente reprovado em todas as ações governamentais, à vista da fragilidade
na prestação dos serviços públicos de incumbência do Estado.
O
que causa vulnerabilidade à educação, à saúde, à segurança pública, ao
saneamento básico etc. é a falta de planejamento e de organização dos
orçamentos públicos, na forma como fez o governo anterior que não estabeleceu
prioridades para as políticas públicas, tendo prejudicado a prestação de
serviços públicos por meio do estrondoso rombo das contas públicas, causando enormes
dificuldades para a melhoria das ações de incumbência do Estado.
Os
parlamentares e as pessoas que estão contra a racionalização das contas
públicas, de se gastar em conformidade com o teto dos recursos arrecadados, em
estrita harmonia com a responsabilidade fiscal, algo que deixou de ser feito
nos últimos tempos, precisam pensar no bem do país e não ficar fazendo campanha
para as coisas ficarem bem pior ainda do que se encontram, em que não há
dinheiro para bancar os serviços básicos e indispensáveis à melhoria das
condições de vida da população.
As
pessoas sensatas e preocupadas com a gestão competente e responsável precisam
entender que a medida aprovada em primeiro turno pela Câmara dos Deputados nada
mais é do que forma racional de se gastar dentro dos limites que possam ter
desenvolvimento harmonioso com relação aos compromissos do Estado, de modo a se
evitar os rombos costumeiros do passado nas contas públicas, que aumentavam o
endividamento do país e degeneravam cada vez mais a prestação dos serviços
públicos, exatamente por falta de recursos para investimentos em serviços e
obras.
Os
parlamentares que estão contra a racionalidade dos gastos públicos são
exatamente aqueles integrantes de partidos que nunca se preocuparam em gastar
recursos públicos de forma prioritária e racionalmente, tanto que as contas
públicas extrapolaram os limites prudenciais e contribuíram para aumentar o
endividamento e o pagamento dos juros, tendo como consequência a diminuição dos
investimentos em obras e serviços públicos.
Os
opositores às medidas sensatas e essenciais à eficiência dos gastos públicos
precisam pensar melhor sobre os interesses nacionais e não nas suas causas
pessoais e partidárias, tendo como premissa os princípios da racionalidade e da
responsabilidade fiscal, no sentido de que há realmente necessidade de que algo
precisa ser feito para se estancar o caos enquanto se encontra alguma
alternativa que possa melhorar a situação difícil da prestação de serviços
públicos de incumbência do Estado, que certamente não é com medida simplesmente
contrária à iniciativa do governo, que encontra apoio da expressiva maioria dos
deputados e do Judiciário, que enxergam méritos nela, enquanto a oposição é
contra e pronto.
Convém
que a oposição tenha capacidade para apresentar sugestão como forma de
contribuir para mudar o status quo,
com vistas à eficiência do sistema orçamentário, ao invés de achar que não
precisa mudar absolutamente nada, dando a entender que o caos existente é capaz
de satisfazer o interesse público e as precariedades devam continuar imperando,
porque é assim que o país precisa para ficar mergulhado no mar das mesmas dificuldades
das gestões recentes, que foram tragadas pelo descontrole dos gastos públicos.
Agora,
o mais grave de tudo isso é a insensata complacência de pessoas que
simplesmente aceitam as precariedades existentes, não concordando com as
necessárias e inadiáveis mudanças na execução das despesas públicas, objetivando
a busca de caminhos que possam levar ao conserto dos sistemas que não atendem de
forma satisfatória às necessidades dos brasileiros, embora elas precisam
entender que as ideologias do passado devem ser modificadas, como forma de se
sepultar as mazelas que já sacrificaram em muito a população.
No caso específico, a oposição luta para que sejam excluídas
do teto as despesas com educação e saúde, permitindo, se o for caso, a
continuidade do rombo nas contas públicas, que tem sido absolutamente prejudicial
ao restante das demais políticas de governo, o que significa privilegiar essas
duas atividades governamentais, que são relevantes, mas haveria detrimento das
demais políticas, que são igualmente importantes, haja vista que as políticas públicas
devem ser executadas no seu conjunto, que deve ser contemplado no orçamento
único, equilibrado e identificado com o propósito de se evitar descontrole da
execução orçamentária.
Convém que o orçamento seja racionalmente
equilibrado e factível, sem exagero nos gastos pertinentes a determinada
atividade, quando a harmonia das despesas é forma indispensável ao equilíbrio
das contas públicas, principalmente sob o indispensável controle dos
endividamentos, que são a forma clássica de desvio de recursos públicos para o
pagamento de altos juros, que normalmente contribui para a diminuição dos investimentos
em projetos e atividades governamentais.
À toda evidência, as medidas contrárias à PEC 241
não condizem com o melhor sentimento de brasilidade, porque a falta de controle
orçamentário ou o seu fatiamento é forma que não atende aos propósitos de
racionalidade e razoabilidade que devem imperar na execução das despesas públicas.
Causa espécie que a oposição, a par de se mostrar contrária
à PEC 241, ainda briga, como alternativa, para retirar do limite do teto as
despesas pertinentes à saúde e educação, esquecendo que ela, quando na
situação, nunca demonstrou preocupação na observância dos limites
orçamentários, conforme evidenciam os rombos seguidos das contas públicas, fato
que demonstra que a lição não serviu absolutamente de nada.
Convém que a oposição, ao invés de somente se posicionar
contrária ao projeto em discussão, apresente proposta capaz de contribuir para
o aperfeiçoamento do orçamento, de modo que os gastos públicos não tenham teto,
mas fiquem atrelados à regra segundo a qual as despesas não podem ultrapassar
as receitas e os endividamentos devem ficar congelados, por força da
austeridade que impõe, como fazem os países sérios e desenvolvidos
democraticamente.
Ou
seja, a falta de aprovação de medida tendente a alterar o sistema falido é o
mesmo que concordar com a desgraça existente e que isso certamente não condiz
com as ansiedades de desenvolvimento socioeconômico.
É
preciso ficar muito claro que não vai haver congelamento, porque as despesas
públicas vão ficar jungidas ao crescimento econômico do país e isso somente
será possível com rigoroso disciplinamento que se impõe, diante da desorganização
das contas públicas, que ainda estão completamente fora de plumo e de
equilíbrio de onde jamais deveriam ter saído, considerando que o limite a ser
observado nos gastos é forma essencial de regramento impositivo ao controle
necessário à eficiência da gestão pública moderna, que tem urgência para ser
implantada, como forma possível da consecução da retomada do desenvolvimento
socioeconômico. Acorda, Brasil!
ANTONIO
ADALMIR FERNANDES
Brasília,
em 20 de outubro de 2016
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