O
período de absoluto poderio político do Partido dos Trabalhadores, iniciado em
2003, pode ter tido término melancólico com o impeachment da então presidente
petista, mas esse acontecimento será avaliado como marco inicial para as
mudanças que se impõem nas estruturas e conjunturas do Estado, nunca sequer
lembradas pelo governo afastado.
É
de se louvar a consciência cívica dos brasileiros, que, na sua lucidez
democrática, foi às ruas, em movimentos organizados, para exigir o afastamento
de governo visivelmente deletério aos interesses nacionais, à vista da
destruição da economia, da degeneração da prestação dos serviços públicos, do
fisiologismo exacerbado, da gastança desenfreada, do rombo das contas públicas,
da corrupção endêmica e sistêmica, a exemplo do mensalão e petrolão, entre
tantas precariedades que levaram o país ao generalizado abismo da desgovernabilidade.
Diante
de administração tão desastrada e maléfica aos interesse nacionais, convém se
avaliar como foi possível que a nação tenha sido enganada, por tanto tempo, por
homens públicos que se preocuparam exclusivamente em defender seus interesses e
suas conveniências políticas, tendo como essência o projeto de poder e de
dominação das classes política e social, havendo a concretização do populismo
por meio de programas com viés eleitoreiro, a exemplo do Bolsa Família, entre
outros, com a finalidade de vincular o partido à proteção das classes carentes,
quando, na verdade, a finalidade não era nada disso, conforme mostra o fim
melancólico da gestão petista.
O
que se viu mesmo foi a predominância da demagogia e da hipocrisia como
instrumentos que exploravam, de forma despudorada, a enorme carência que
permeia famílias pobres, em afronta aos princípios da dignidade humana, quando
a seriedade republicana exige que o governo tivesse instituído programas visando
ao emprego para pessoas carentes, ao invés de distribuição graciosa de renda,
sem qualquer contraprestação, diferentemente do que fazem os países sérios,
civilizados e evoluídos econômico e democraticamente.
A
liderança política foi utilizada como forma de aversão aos princípios
democráticos, ante a imposição de ideologia truculenta que contribuiu para a implosão
do seu próprio partido, por ter sido transformado em verdadeira fábrica de
corrupção e em sinônimo de incompetência, ineficiência e inépcia
administrativas, cujos resultados não poderiam ser diferentes das crises que
tragaram os projetos de dominação e de perenidade no poder.
A
certeza da supremacia era tanta que a arrogância e a humilhação serviram para
afrontar a dignidade das pessoas honradas, a exemplo da eleição de muitos “postes”
– expressão cunhada pelo líder-mor para políticos sem expressão ou sem experiência
administrativa -, em demonstração da soberania política placitada possivelmente
por beneficiários de programas de distribuição de renda e outros simpatizantes fanatizados
do populismo, que ajudavam a confirmar a brutal estupidez dos desenfreados
carisma e dominação então alcançados pelo petismo.
À
exceção daqueles desinformados e dos que perderam o interesse de pensar ou
enxergar a realidade dos fatos, os cidadãos conscientizados sobre o momento
político nutriram extremo desprezo às atitudes e à ideologia de conveniência do
PT e de suas lideranças, mostrando a urgente necessidade de mudança da
estrutura perniciosa dos interesses dos brasileiros, ante a degeneração dos
princípios da competência, dignidade, moralidade, entre outros que levaram a
governança à vala comum da ruína e da destruição.
Os
planos destinados a reverter e desmoralizar os princípios democráticos já
estavam em estágio avançado, arquitetados por esquemas hauridos nos tempos
sindicais, tendo como base o completo aparelhamento dos órgãos e das entidades
públicos, com vistas à plena dominação pelo partido, de modo a possibilitar a
perenidade no poder, sob o argumento fajuto da revolução social contra a
pobreza dos brasileiros.
Os
bestas dos incautos brasileiros acreditaram piamente nas ideias do
ex-metalúrgico, que se apresentava como autêntico representante da classe
trabalhadora, que tinha a capacidade de se comunicar por meio de linguajar
própria do povo e entender com facilidade as reais aspirações das famílias
pobres, como sendo a encarnação do próprio povão e, de consequência, seus projetos
seriam os mesmos da população pobre, numa mensagem demagógica e populista que
visava tão somente à conquista da confiança das massas carentes, para a
consecução de seus projetos políticos de absoluta dominação e da permanência no
poder.
Até
as nações mais desenvolvidas e civilizadas resolveram reconhecer a liderança
empolgante e maquiavélica do petista, que era recebido mundo afora com tapete
vermelho, em homenagem ao homem que se dizia ter descoberto a fórmula mágica
para eliminar a fome no país tupiniquim, em que pesem seus ambiciosos projetos
representassem mera expressão de megalomania; os sintomas da corrupção sistêmica
de seu governo já evidenciassem com muita clareza; a retórica de ironia e desprezo
às manifestações de seus adversários, entre outras pantominas destinadas a
atrair o foco da mídia para si.
Surfando
nas ondas dos elogios internacionais, os seguidores fanatizados do político ainda
tiveram a esperteza de indicá-lo para os importantíssimos prêmio Nobel da Paz e
cargo de secretária-geral da ONU, cujas sugestões, felizmente, não prosperaram,
para o bem da dignidade e da racionalidade, à vista dos fatos lamentáveis que
vieram à tona, posteriormente.
À
toda evidência, a história mostra que jamais um brasileiro com as qualidades do
ex-presidente, possuidor de currículo recheado de denúncias degradantes e
contrárias aos interesses nacionais, foi tão longe, chegando a impressionar o
mundo com suas fantasiosos e revolucionárias ideias de ajuda à pobreza, quando,
na verdade, elas não passavam de planos concretos de plena dominação das
classes política e social e de permanência ad aeternum no poder, os quais
prevaleceram até a revelação da verdade sobre elas, inclusive das maracutaias
de que tratam os esquemas de corrupção objeto das investigações da Operação
Lava-Jato.
É
induvidoso que os brasileiros têm eterno preito de gratidão à ex-presidente da
República afastada - embora ela seja responsável por graves crises social, econômica,
política, moral e de governabilidade -, por ter contribuído, de forma brilhante,
para mostrar ao país que a grandiosidade das suas ineficientes e infrutíferas
ações e políticas de governo eram fruto da mediocridade das ideologias
destruidoras da criatura que pensava exclusivamente na realização de seus
projetos megalomaníacos de absoluta dominação e de perpetuação no poder, não
importando os fins empregados para o atingimento de seus objetivos, nem mesmo
os interesses maiores de uma nação com as potencialidades econômica, política e
social do Brasil, que foi extremamente prejudicado por meio da gestão deletéria
da incompetência, ineficiência, inépcia, com a conjuminância dos esquemas
sistêmicos de corrupção, que contribuíram para desacreditar o país sobre as
reais condições de recuperação dos destroços resultantes das traquinagem a
invencionice de político com seus projetos exclusivamente de dominação e de poder,
que vem sendo desmascarado pela eficiência das investigações da Operação
Lava-Jato.
Os
brasileiros anseiam por que os sucessores no poder sejam capazes de promover,
com o máximo de urgência, as reformas estruturais e conjunturais do Estado, indispensáveis
à restauração do Brasil, que se encontra envelhecido, sucateado, decadente e
distanciado das potências econômicas mundiais, que souberam empregar os mecanismos
de competência, eficiência, moralidade, legalidade e dignidade a serviço de seu
povo, com embargo das ideologias ultrapassadas e degradantes da civilidade e da
humanidade. Acorda, Brasil!
ANTONIO
ADALMIR FERNANDES
Brasília,
em 10 de outubro de 2016
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