segunda-feira, 10 de outubro de 2016

A vitória do povo

O período de absoluto poderio político do Partido dos Trabalhadores, iniciado em 2003, pode ter tido término melancólico com o impeachment da então presidente petista, mas esse acontecimento será avaliado como marco inicial para as mudanças que se impõem nas estruturas e conjunturas do Estado, nunca sequer lembradas pelo governo afastado.
É de se louvar a consciência cívica dos brasileiros, que, na sua lucidez democrática, foi às ruas, em movimentos organizados, para exigir o afastamento de governo visivelmente deletério aos interesses nacionais, à vista da destruição da economia, da degeneração da prestação dos serviços públicos, do fisiologismo exacerbado, da gastança desenfreada, do rombo das contas públicas, da corrupção endêmica e sistêmica, a exemplo do mensalão e petrolão, entre tantas precariedades que levaram o país ao generalizado abismo da desgovernabilidade.
          Diante de administração tão desastrada e maléfica aos interesse nacionais, convém se avaliar como foi possível que a nação tenha sido enganada, por tanto tempo, por homens públicos que se preocuparam exclusivamente em defender seus interesses e suas conveniências políticas, tendo como essência o projeto de poder e de dominação das classes política e social, havendo a concretização do populismo por meio de programas com viés eleitoreiro, a exemplo do Bolsa Família, entre outros, com a finalidade de vincular o partido à proteção das classes carentes, quando, na verdade, a finalidade não era nada disso, conforme mostra o fim melancólico da gestão petista.
O que se viu mesmo foi a predominância da demagogia e da hipocrisia como instrumentos que exploravam, de forma despudorada, a enorme carência que permeia famílias pobres, em afronta aos princípios da dignidade humana, quando a seriedade republicana exige que o governo tivesse instituído programas visando ao emprego para pessoas carentes, ao invés de distribuição graciosa de renda, sem qualquer contraprestação, diferentemente do que fazem os países sérios, civilizados e evoluídos econômico e democraticamente.
A liderança política foi utilizada como forma de aversão aos princípios democráticos, ante a imposição de ideologia truculenta que contribuiu para a implosão do seu próprio partido, por ter sido transformado em verdadeira fábrica de corrupção e em sinônimo de incompetência, ineficiência e inépcia administrativas, cujos resultados não poderiam ser diferentes das crises que tragaram os projetos de dominação e de perenidade no poder.
A certeza da supremacia era tanta que a arrogância e a humilhação serviram para afrontar a dignidade das pessoas honradas, a exemplo da eleição de muitos “postes” – expressão cunhada pelo líder-mor para políticos sem expressão ou sem experiência administrativa -, em demonstração da soberania política placitada possivelmente por beneficiários de programas de distribuição de renda e outros simpatizantes fanatizados do populismo, que ajudavam a confirmar a brutal estupidez dos desenfreados carisma e dominação então alcançados pelo petismo.
À exceção daqueles desinformados e dos que perderam o interesse de pensar ou enxergar a realidade dos fatos, os cidadãos conscientizados sobre o momento político nutriram extremo desprezo às atitudes e à ideologia de conveniência do PT e de suas lideranças, mostrando a urgente necessidade de mudança da estrutura perniciosa dos interesses dos brasileiros, ante a degeneração dos princípios da competência, dignidade, moralidade, entre outros que levaram a governança à vala comum da ruína e da destruição.
Os planos destinados a reverter e desmoralizar os princípios democráticos já estavam em estágio avançado, arquitetados por esquemas hauridos nos tempos sindicais, tendo como base o completo aparelhamento dos órgãos e das entidades públicos, com vistas à plena dominação pelo partido, de modo a possibilitar a perenidade no poder, sob o argumento fajuto da revolução social contra a pobreza dos brasileiros.
          Os bestas dos incautos brasileiros acreditaram piamente nas ideias do ex-metalúrgico, que se apresentava como autêntico representante da classe trabalhadora, que tinha a capacidade de se comunicar por meio de linguajar própria do povo e entender com facilidade as reais aspirações das famílias pobres, como sendo a encarnação do próprio povão e, de consequência, seus projetos seriam os mesmos da população pobre, numa mensagem demagógica e populista que visava tão somente à conquista da confiança das massas carentes, para a consecução de seus projetos políticos de absoluta dominação e da permanência no poder.
Até as nações mais desenvolvidas e civilizadas resolveram reconhecer a liderança empolgante e maquiavélica do petista, que era recebido mundo afora com tapete vermelho, em homenagem ao homem que se dizia ter descoberto a fórmula mágica para eliminar a fome no país tupiniquim, em que pesem seus ambiciosos projetos representassem mera expressão de megalomania; os sintomas da corrupção sistêmica de seu governo já evidenciassem com muita clareza; a retórica de ironia e desprezo às manifestações de seus adversários, entre outras pantominas destinadas a atrair o foco da mídia para si.
Surfando nas ondas dos elogios internacionais, os seguidores fanatizados do político ainda tiveram a esperteza de indicá-lo para os importantíssimos prêmio Nobel da Paz e cargo de secretária-geral da ONU, cujas sugestões, felizmente, não prosperaram, para o bem da dignidade e da racionalidade, à vista dos fatos lamentáveis que vieram à tona, posteriormente.
À toda evidência, a história mostra que jamais um brasileiro com as qualidades do ex-presidente, possuidor de currículo recheado de denúncias degradantes e contrárias aos interesses nacionais, foi tão longe, chegando a impressionar o mundo com suas fantasiosos e revolucionárias ideias de ajuda à pobreza, quando, na verdade, elas não passavam de planos concretos de plena dominação das classes política e social e de permanência ad aeternum no poder, os quais prevaleceram até a revelação da verdade sobre elas, inclusive das maracutaias de que tratam os esquemas de corrupção objeto das investigações da Operação Lava-Jato.
É induvidoso que os brasileiros têm eterno preito de gratidão à ex-presidente da República afastada - embora ela seja responsável por graves crises social, econômica, política, moral e de governabilidade -, por ter contribuído, de forma brilhante, para mostrar ao país que a grandiosidade das suas ineficientes e infrutíferas ações e políticas de governo eram fruto da mediocridade das ideologias destruidoras da criatura que pensava exclusivamente na realização de seus projetos megalomaníacos de absoluta dominação e de perpetuação no poder, não importando os fins empregados para o atingimento de seus objetivos, nem mesmo os interesses maiores de uma nação com as potencialidades econômica, política e social do Brasil, que foi extremamente prejudicado por meio da gestão deletéria da incompetência, ineficiência, inépcia, com a conjuminância dos esquemas sistêmicos de corrupção, que contribuíram para desacreditar o país sobre as reais condições de recuperação dos destroços resultantes das traquinagem a invencionice de político com seus projetos exclusivamente de dominação e de poder, que vem sendo desmascarado pela eficiência das investigações da Operação Lava-Jato.  
Os brasileiros anseiam por que os sucessores no poder sejam capazes de promover, com o máximo de urgência, as reformas estruturais e conjunturais do Estado, indispensáveis à restauração do Brasil, que se encontra envelhecido, sucateado, decadente e distanciado das potências econômicas mundiais, que souberam empregar os mecanismos de competência, eficiência, moralidade, legalidade e dignidade a serviço de seu povo, com embargo das ideologias ultrapassadas e degradantes da civilidade e da humanidade. Acorda, Brasil! 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 10 de outubro de 2016  

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