sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Repúdio ao populismo e caudilhismo

Segundo pesquisa realizada a pedido da Confederação Nacional do Transporte (CNT), o ex-presidente da República petista lidera a carreira ao Palácio do Planalto, na eleição a ser realizada em 2018, tanto na intenção espontânea quanto na de votação estimulada, nos cenários expostos para o primeiro turno.
Na intenção de voto espontânea, o petista é favorito para 11,4% dos entrevistados, seguido por um deputado carioca e ex-militar, com 3,3%, e um senador tucano por Minas Gerais, com 3,1%, vindo em quarto lugar o atual presidente da República, com 3% das intenções espontâneas de voto; e, por último, aparece a ex-senadora ambientalista, com 2,4%.
No cenário 1, em que a pesquisa apresentou aos entrevistados, na condição de futuros candidatos - o ex-presidente, o senador tucano, a ambientalista, o ex-governador do Ceará, o deputado ex-militar, o presidente da República -, o petista desponta com 24,8% das intenções de voto, seguido pelo senador tucano, com 15,7%, e a ambientalista, com 13,3%, mostrando ampla margem de distância dele dos demais candidatos.
Em um cenário 2, agora figurando o petista, a ambientalista, o governador de São Paulo, o ex-governador do Ceará, o deputado ex-militar e o presidente da República, mais uma vez o ex-presidente petista aparece em primeiro lugar, com 25,3% das intenções de voto, seguido pela ambientalista, com 14% e o governador de São Paulo, com 13,4%.
No terceiro cenário, que teria como candidatos o petista, o senador tucano, a ambientalista e o deputado ex-militar, o ex-presidente repete o desempenho de liderança, com 27,6% dos entrevistados, sendo seguido pelo senador tucano, com 18,9%, a ambientalista, com 16,5%, e o deputado ex-militar, com 7,9%.
Conforme o resultado da pesquisa em apreço, o político do PT, apesar do enfrentamento de seguidas denúncias de irregularidades, continua, pelo menos no primeiro turno, sendo imbatível e verdadeiro fenômeno de voto, embora trata-se da participação bastante insignificante de apenas 2.002 pesquisados, mas nem por isso se pode de levar em conta o carisma do petista, que ainda conta com o seu eleitor fiel.
Não obstante, a pesquisa mostra que o petista leva desvantagem a partir das disputas do segundo turno, quando poderia ser obrigado a enfrentar o senador tucano ou a ambientalista, para um ou outro ele perderia, respectivamente, com 37,1% contra 33,8% e 35,8% contra 33,2%, segundo a pesquisa.
Para 80,3% dos entrevistados, não faz diferença se o presidente da República é homem ou mulher. Já 13% preferem um presidente homem e 5,7%, uma mulher.
A pesquisa CNT/MDA foi realizada entre os dias 13 a 16 deste mês, tendo sido entrevistados 2.002 eleitores, em 137 municípios de 25 estados brasileiros, das cinco regiões.
Sendo verdadeiros os resultados da pesquisa em referência, não há a menor dúvida de que não pode ser simples falácia o brocardo segundo o qual "o povo tem o governo que merece", à vista da sua preferência eleitoral por político que se encontra respondendo na Justiça, como réu, a três processos, sob a acusação da prática de graves crimes contra a administração pública, tais como corrupção passiva, lavagem de dinheiro, organização criminosa e trágico de influência, constituindo fatos extremamente contrários aos princípios da ética, moralidade, legalidade, honestidade e dignidade, que são conceitos de conduta inalienáveis dos homens públicos, porque dizem respeito ao nível de responsabilidade social.
Embora as denúncias signifiquem, por enquanto, os resultados de investigações que se transformaram em objeto de ações em exame na Justiça, a extensão e a gravidade dos fatos, nas condições dadas a público, recomendam o máximo de cautela por parte da sociedade, sendo aconselhável que o povo tenha o máximo de cuidado e precaução, no sentido de se aguardar o resultado dos julgamentos dos processos pelo poder Judiciário.
Convém que a sociedade somente se pronuncie sobre a sua preferência eleitoral, no caso da escolha ao cargo presidencial, depois dos veredictos sobre as denúncias a serem exarados pela Justiça, tendo em vista que a representatividade política exige, necessariamente, que o homem público deva comprovar lisura absoluta sobre seus atos e esteja completamente isento de denúncia ou suspeita sobre a prática de atos irregulares, como forma de garantir a sua fiel observância aos princípios da ética, da moralidade, do decoro, da honestidade, da dignidade, entre outros conceitos de conduta honrada e insuspeita, além da capacidade para representar condignamente os interesses do povo.
Nas condições de moralidade comprometidas por reiteradas suspeitas de irregularidades na administração do país, convém que os brasileiros se conscientizem sobre a premência da renovação dos quadros políticos, de modo que a necessária reciclagem política possa oferecer ao país novos estadistas com mentalidade moderna, em condições de compreender que a representatividade política exige exclusiva dedicação ao atendimento do interesse público, com embargo daqueles que insistem na defesa de causas pessoais e partidárias, como fazem, sem o menor pudor, os velhos caciques da política tupiniquim, ainda com os ranços nefastos de populismo e caudilhismo extremamente prejudiciais ao interesse dos brasileiros e ainda ao aperfeiçoamento e à modernidade dos sistemas político-partidários. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 28 de outubro de 2016

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