Tempos
atrás o jornal Libération
comentou as dramáticas crises que já afetavam com intensidade o Brasil, tendo dedicado
páginas especialmente sobre a ruína da sua economia, com a ilustração da
matéria sobressaindo a imagem da então presidente brasileira de cabeça baixa,
sob o título: "No Brasil, a festa
acabou".
A
matéria ressaltava que, “Depois da rica
era Lula, é hora da ruína”, o crescimento emperrou no Brasil após a posse
da então presidente, em 2010, quando a sétima economia mundial entrou em aguda recessão,
após período de forte estagnação, cujo círculo virtuoso iniciado por seu
antecessor - que não se cansava de alegar ter conseguido tirar 40 milhões de
brasileiros da pobreza - acabou e foi substituído por desemprego explosivo, com
a evidência de que milhões de trabalhadores ficaram desempregados, tendo como legado
a revelação do gigantesco escândalo de corrupção na Petrobras, cuja empresa foi
desestruturada economicamente, passando a ser uma das maiores devedoras do
mundo.
O
jornal questionava como o Brasil, que era estrela do Brics, o grupo de países
emergentes com taxa de crescimento acelerado, caiu nesse buraco de ascendentes
taxas de desemprego.
Embora
tenha contribuído para o caos a notória e expressiva queda dos preços das
matérias-primas, a principal fonte das exportações brasileiras e motor da
economia, o Libération apontou também como importante razão para as dificuldades brasileiras
a intervenção direta da então presidente do país na economia, além
de suas escolhas nem sempre acertadas no comando dos negócios da nação, a exemplo
dos incentivos fiscais exagerados e injustificáveis concedidos a algumas empresas.
Essa
política suicida contribuiu para diminuir a arrecadação da receita e agravar o
déficit público que não foram compensados, em concomitância, com cortes no
orçamento, por serem necessários ao reequilíbrio das contas públicas.
O
jornal francês ouviu, à época, eleitores e opositores da ex-presidente, tendo
um aposentado afirmado que a petista teria mentido sobre a situação da economia
durante a campanha presidencial à reeleição, enquanto uma eleitora dela disse
que foi "pega de surpresa pela
violência da crise, e que passou a comprar carne só uma vez por semana,... surpreendida pela crise".
O jornal Libération relata os problemas enfrentados
pelos brasileiros, como inflação em alta, juros estratosféricos, insolvência,
aumento de impostos, queda da atividade industrial, desemprego em massa, entre
outras dificuldades contrárias ao desenvolvimento.
Ele
também disse que "Foi preciso a
agência Standard and Poor's rebaixar a nota do Brasil para a presidente
anunciar um plano de austeridade", que veio muito tarde, não tendo
condições de frear os efeitos da crise econômica.
O
Libération disse que
a ex-presidente foi tragada pela quebra da antiga aliança com o PMDB, fato que
dificultou sobremodo a aprovação dos projetos de interesse do governo, que
ficou estagnado diante das dificuldades.
O
jornal francês disse que a realidade mostrava que a então presidente somente
contabilizava o apoio e a aprovação de, no máximo, 12% dos brasileiros, sendo a
chefe de Estado mais impopular do Brasil, nos últimos 25 anos.
Embora
o título da matéria tivesse sido bastante sugestivo e conclusivo, com o “fim de festa”, a análise do jornal
francês foi bastante superficial, por poupar as fragilidades da então presidente
brasileira, que demonstrou no seu governo completo despreparo para enfrentar a
crise que desestruturou a economia e aumentou o desemprego, quando o caos teve
plena dominação, com a predominância da dramática recessão, cujos parâmetros de
eficiência e competência foram relegados a planos secundários, exatamente
porque eles jamais fizeram sentido na sua gestão.
O
governo afastado preferiu privilegiar o populismo, com a perseguição ao
preciosismo pelo domínio das classes política e social e pela obsessão à perenidade
no poder, mesmo que isso apenas importasse, como era evidente, em causar
enormes prejuízos à nação e aos brasileiros, quando muitos deles foram subservientes
e passivos às precariedades de toda ordem do governo, como mostravam os fatos
do cotidiano, principalmente pela degeneração dos princípios da moralidade,
ética, dignidade e legalidade, expostos às claras, entre outras formas, por
meio dos acordos e das barganhas junto aos congressistas, para a fidelização de
apoio à então presidente, em indecente troca de ministérios e empresas
estatais.
De
tanto a imprensa brasileira e estrangeira publicar reportagens retratando a
realidade nua e crua sobre as deficiências do então governo petista, mostrando
a triste e lamentável situação da gestão pública, totalmente entregue à
degeneração e ao frangalho administrativos, enfim era normal a chegada do momento
em que os fanáticos, ingênuos, cegos e crédulos sobre os malfeitos petistas perceberiam
que tudo o que se propagava de ruim sobre a decadência e a precariedade da administração
do país era pura realidade e o resultado da última eleição municipal apenas confirmou
o tamanho da enorme rejeição aos métodos obsoletos e retrógrados impostos aos
brasileiros, por ideologia igualmente ultrapassada e prejudicial aos interesses
da população.
Diante
das ácidas críticas sobre a má administração do país, a insensibilidade do governo
afastado apenas admitia que as acusações sobre a derrocada da gestão pública era
obra da oposição e da imprensa contrárias à sua forma de administrar, que divergiam
das ultrapassadas e obsoletas ideologias petistas de populismo e caudilhismo como
forma de governo, que eram empregados a servido da continuidade de seus
objetivos de pura conveniência política.
A
demonstração de inconsistência administrativa contribuía para a perda de
sustância e de confiança do governo, diante da ruina e da derrapagem da
economia, que foi fragilizada pelas desastradas políticas adotadas pela então
presidente, que preferiu destoar dos saudáveis princípios macroeconômicos, ao
adotar políticas próprias de incentivo à produtividade, que resultaram em
verdadeiros insucesso e fracasso, principalmente com o agravamento do déficit
das contas públicas, que foram adjutoradas pelas irresponsáveis gastanças, ao
arrepio das normas de administração orçamentária e financeira.
Urge
que os brasileiros tenham exata consciência sobre como era a verdadeira forma desastrada
e deletéria de administração do país, que teve como princípio a obsessão pela
perseguição de meros objetivos pessoais e partidários, notadamente quanto à
absoluta dominação das classes política e social e a perenidade no poder, em
detrimento dos interesses nacionais, que sempre têm predominância sobre
quaisquer outras pretensões político-ideológicas. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 18 de outubro de 2016
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