Nem
parecia que a Venezuela continuava sendo mergulhada nas profundezas das crises
crônicas, especialmente nos cenários político, econômico e administrativo, enquanto
o seu presidente era recebido solenemente pelo papa, no Vaticano, conforme
noticiam o gabinete de imprensa da Santa Sé e a imagem dele com o Santo
Pontífice, que ainda o abençoa no encontro.
A
audiência teve caráter “privado”, uma vez que ela sequer havia sido
anunciada, mas o papa houve por bem incentivar “o diálogo sincero e construtivo” entre governo e oposição
venezuelano, com a finalidade de “aliviar
o sofrimento” das pessoas e promover “a
coesão social”, conforme destaca a nota da Santa Sé.
A
crise venezuelana, que já era grave, se agravou depois que houve a suspensão do
referendo revogatório contra o impopular e incompetente presidente do país, dias
atrás.
A
situação crítica da Venezuela somente se agrava, tendo a Assembleia
Nacional do país, liderada pela oposição, denunciado “golpe de Estado” dado pelo governo e pedido por rebelião popular,
em sessão tumultuada.
Segundo
informações veiculadas posteriormente ao citado encontro, os dois
interlocutores teriam acordado verdadeiro armistício na Venezuela, para se
negociar entendimento entre o governo e a oposição.
À
toda evidência, a referida medida somente faz sentido para selar o adiamento do
referendo revogatório, que precisa ser realizado ainda este ano, sob pena de se
perder de vista a vontade do povo de afastar do cargo o presidente responsável
pelo terrível sofrimento da população.
Ressalte-se
que, tempos atrás, o papa foi a Cuba e aproveitou a visita oficial naquela ilha
para beijar a mão de um anticristo, que se acha afastado do governo, por motivo
de doença, que tem no seu negro currículo cruel histórico de matança sumária de
milhares de opositores à revolução cubana.
Agora,
o papa recebe no Vaticano e abençoa outro tirano da mesma estirpe, que tem
histórico de massacrar os venezuelanos e de punir com severidade seus
opositores, além de impor à população dramáticas restrições de gêneros de
primeira necessidade, como alimentos e remédios.
Nesses
dois casos, percebe-se o quanto o papa é condescendente com governos
socialistas/comunistas, que negam os princípios e as doutrinas cristãos, fatos
estes que não condizem com o exercício pontifical, que deveria se opor e de
forma contundente à intransigência doutrinária defendida pelos governos
totalitários, que martirizaram a população com seus métodos desumanos.
Causa
enorme estranheza que o papa, com o seu já costumeiro gesto de acolhimento aos
ditadores, demonstre simpatia a mandatários que se identificam com regimes
socialistas que, à toda evidência, não têm o menor pudor de impor sacrifício à
população de seus países, como nos casos de Cuba e da Venezuela, como se os
cidadãos desses países estivessem vivendo maravilhosamente em paz e com a
preservação de seus direitos humanos e das suas liberdades individuais.
O
santo papa sabe muito bem, porque a imprensa vem denunciando constantemente,
sobre as crises social, política, econômica, administrativa, entre outras, que
afetam, de forma dramática e devastadora, tais países, cujas consequências
maléficas estão atingindo a população, que vem sofrendo os piores castigos, em
termos de desumanidade, que não condiz absolutamente com os princípios cristãos
que devem ser defendidos por ele, como o principal representante de Deus na
Terra e tem autoridade para exigir tratamento humanitário para as pessoas.
Com
a demonstração de tolerância papal aos tiranos cubano e venezuelano, o povo
deixa de contar com a autoridade que poderia se contrapor aos terríveis métodos
de intolerância e de desumanidade impostos por governos totalitários, que ainda
se acham prestigiados com a complacência da autoridade máxima de Cristo entre
os homens, que simplesmente consegue deslustrar a imagem de intransigente
defensor dos direitos humanos, porque estaria em completa harmonia com os
verdadeiros princípios disseminados por Jesus Cristo.
O
santo papa é digno do mais expressivo repúdio dos filhos de Deus, ao acolher no
Vaticano, pessoa com ideologia ditatorial que jamais deveria merecer a bênção
papal, porque isso desmerece e apequena a autoridade do Vaticano, que deveria
se distanciar, ao máximo, dos tiranos, além de repudiar, com veemência, seus
governos totalitários, por serem extremamente contrários aos ensinamentos
humanitários pregados por Jesus Cristo. Acorda, Brasil!
ANTONIO
ADALMIR FERNANDES
Brasília,
em 26 de outubro de 2016
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