Com bastante ironia, a revista de economia
norte-americana Forbes publicou,
tempos atrás, artigo com forte crítica aos políticos brasileiros, vazado nos
seguintes termos: “Parabéns, Brasília,
você deu um tiro no pé do país com uma espingarda de cano duplo”.
A revista considera que o “drama político” na capital do país está empurrando a economia do
Brasil para o fundo do poço e pode contribuir para que o país continue a ver
sua nota de crédito rebaixada por agências internacionais.
A Forbes
entende que “A crise política no Brasil
pode ter começado com o governo do Partido dos Trabalhadores e a estatal de
energia Petrobras. Mas desde que a Polícia Federal agiu de forma histórica e
prendeu oligarcas intocáveis do país, e que políticos da coalizão como o ainda presidente
da Câmara, Eduardo Cunha, foram considerados suspeitos de corrupção, todo o
aparato político brasileiro está uma confusão”.
De acordo com o artigo, Brasília é atualmente
metade uma tragédia grega e a metade comédia-pastelão.
Em data anterior à presente publicação, a Forbes disse que o Brasil estava se
tornando a Grécia da América Latina, em referência a derrocada da economia.
As
análises tecidas pela Forbes são tão
evidentes que todos enxergam com maior facilidade a gravidade sobre as crises
tupiniquins, com exceção de alguns brasileiros que preferem não as perceber e
também não fazer a menor questão de se conscientizar acerca das graves questões
que afetam o desenvolvimento do país.
Não
é de agora que a situação político-administrativa brasileira entrou em completo
colapso, mas, mesmo assim, a classe política dominante comanda o país com
incompetência e o maior descaramento, mas mesmo assim sempre tem firme e forte
apoio do povo, nas urnas, onde implicitamente fica registrada a falta de
vontade e de interesse de mudar o status
quo, em evidente falta de responsabilidade cívica e de consciência política.
Isso
é exatamente a evidência da pequenez e da desinformação de muitos brasileiros,
que, alheios à gravidade sobre a realidade da caótica situação, acomodaram-se ao
abrigo das benesses representadas pela chamada distribuição de renda tão
generosamente aos carentes, como o Bolsa Família e outras assistências afins, sem
que estes tenham a conscientização de que se trata de processo estrategicamente
planejado com o propósito da consolidação do populismo e caudilhismo ultrapassados
e interesseiros.
À
toda evidência, os programas assistencialistas têm por finalidade a
potencialização de fins estritamente eleitoreiros, com vistas ao fortalecimento
dos projetos de absoluta dominação das classes sociais carentes, visando à perenidade
no poder, sob os auspícios de governo dito diferenciado, que não se cansava de
alardear a sua preocupação com a pobreza, em que pese o desprezo às demais
políticas públicas, que foram relegadas ao ostracismo e à vala comum das
incompetências e precariedades, como mostra a periclitante situação de penúria
do Brasil, que já enfrentava drástica crise, com destaque para a fragilidade
econômica, representada pela recessão da economia, falta de investimentos em
obras públicas, pelo desemprego, elevado endividamento público, entre outras
dificuldades que o levaram a perder o grau de investimento e a confiabilidade dos
investidores internacionais.
É
indiscutível que a classe política, responsável pelos destinos dos brasileiros,
tem demonstrado completa incompetência e incapacidade de administrar o país com
as potencialidades econômicas e sociais do Brasil, que não conseguiu evitar a
destruição da economia e dos princípios da competência e da eficiência e ainda
contribuiu para cavar a sepultura da nação, que saiu há muito tempo dos trilhos
do desenvolvimento, graças à recessão econômica e às suas consequências de
desemprego, falta de competitividade e de tantas precariedades próprias da má
gestão de recursos públicos. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 21 de outubro de 2016
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