A
revista britânica The
Economist publicou reportagem com análise das eleições municipais
no Brasil, tendo dado destaque para o elevado índice de abstenções, dizendo
que, “Embora o voto seja obrigatório,
quase um quinto dos eleitores não compareceu às urnas”.
A
revista sublinha que os brasileiros se cansaram dos políticos tradicionais, quando
afirma que “em muitos lugares, as
abstenções e os votos brancos e nulos somam mais votos do que os obtidos
pelos vencedores”.
A
reportagem chama a atenção para a fragorosa derrota do Partido dos
Trabalhadores (PT), agremiação da ex-presidente da República, afastada em
agosto, que irá “lutar para
recuperar sua antiga influência”.
A
Economist enfatiza
que o PT viu encolher cerca de dois terços dos prefeitos que havia eleito na
eleição de 2012, incluída a cidade de São Paulo, fato que evidencia possível dificuldade
para o partido indicar nome de peso para concorrer à Presidência da
República, em 2018.
A
revista ressalta que o clima antipolítico no país tem origem tanto na recessão econômica
quanto no escândalo da corrupção da Petrobras, que envolve novo político ou
empresário a qualquer momento. Exemplo disso é “O porta-estandarte do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, um ex-presidente
que já foi popular, foi acusado de corrupção”.
A
reportagem ressalta, exemplificando a aversão dos brasileiros aos
políticos, que os candidatos à prefeitura de Belo Horizonte são
um ex-goleiro e um ex-presidente de clube de futebol (Atlético Mineiro), e
que o candidato do PSDB, “o primeiro a
vencer no primeiro turno” em São Paulo, é empresário e novato na política.
Em
conclusão, a análise da revista deixa claro que o resultado das eleições
municipais é boa notícia para o “impopular
presidente Michel Temer”, porque ele tem o condão de enfraquecer a tese
petista de que a ex-presidente teria sido vítima de golpe, além de o PMDB,
partido do presidente, ter se mantido como força na política brasileira, em que
pese estar envolvido no escândalo do petrolão.
O
texto é finalizado com a afirmação de que “É
difícil vislumbrar um retorno do PT. Lula,
que esperava concorrer à Presidência, apesar das acusações e da idade (70
anos), se tornou tóxico para muitos de
seus colegas petistas (…) Em uma
competição de perdedores, ele foi o maior perdedor de todos”.
Por
dever de absoluta justiça, em contraposição à indicação, com todos os méritos,
do maior perdedor nas últimas eleições municipais, convém que se ressalte que
também houve, nelas, grande e herói vencedor, que a revista britânica cometeu o
perdoável lapso de não ter mencionado, qual seja, o povo, que, enfim, se
conscientizou de que o Brasil precisa afastar, com urgência, os maus políticos
da vida pública, porque estes já deram provas cabais e definitivas da
incompetência administrativa e altíssima capacidade para enganar o povo com
promessas nunca realizadas e para destruir as suas esperanças, a exemplo da
gestão do governo afastado, por crime de responsabilidade, conjuminado com os grandiosos
rombos nas contas públicas.
Há
forte evidência de que essa constatação decorre depois de avaliação pelo povo de
que os maus políticos conseguiram destruir e arruinar o país, notadamente no
que refere se às suas estruturas moral, política, econômica, administrativa,
entre outras que confirmam a incompetência das lideranças políticas, que foram
capazes de transformar o país com a pujança econômica do Brasil em uma nação
desacreditada e distanciada do desenvolvimento socioeconômico, ante a imposição
de forte recessão e do recorde de desemprego, fazendo com que a mediocridade político-administrativa
prevalecesse sobre a competência e a eficiência na gestão dos recursos públicos.
Não
há dúvida de que a debacle política tem a importante contribuição do povo,
igualmente despreparado e desinformado, por ter sempre apoiado cegamente os homens
públicos populistas, demagogos e hipócritas, que foram erigidos à condição de
líderes incontestáveis e donos da razão e da verdade, mesmo tendo sido capazes
de empregar fins escusos para o atingimentos de seus objetivos políticos, quais sejam, a absoluta dominação
das classes política e social e a conquista do poder e nele permanecer
secularmente.
Salve
os brasileiros, que, por certo, foram vitoriosos na última eleição, pela firme
demonstração que urgem necessidade da assepsia das atividades
político-partidárias e esperança de melhores dias para o povo, em princípio com
a urgente renovação dos homens públicos, de modo que a nova geração de
políticos seja capaz de entender que a essencialidade da representatividade
política precisa ser vinculada tão somente ao atendimento da satisfação do
interesse público, com embargo da defesa de causas pessoais e partidárias, como
vem sendo histórica e fartamente praticada pelos ultrapassados e inescrupulosos
políticos da velha-guarda tupiniquim. Acorda, Brasil!
ANTONIO
ADALMIR FERNANDES
Brasília,
em 12 de outubro de 2016
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