Embora
sempre acostumada a se passar por herói nacional, o principal político
tupiniquim agora prefere protagonizar o papel de vítima, como forma de ser
acolhido pelo público como o político perseguido de maneira seletiva, tendo por
objetivo a destruição da sua reputação de importante homem público e assim ficar
impossibilitado de continuar lutando pelo seu projeto de retorno à Presidência
da República, nos braços do povo.
Em
demonstração de total alienação à realidade sobre os acontecimentos, à vista
dos resultados das investigações levadas a efeito pela Operação Lava-Jato e por
outras operações da Justiça, o político não compreende, conforme encenação em público,
as motivações pelas quais ele já se tornou réu, até agora, em cinco processos,
tendo por base a indicação das práticas de corrupção, com enquadramento nos crimes
de corrupção passiva, tráfico de influência, organização criminosa, lavagem de
dinheiro, tudo da maior gravidade contra a administração pública.
Agora,
o que impressiona mesmo é a visível falta de argumentos sólidos de defesa, o
que faz que o político apenas encene espetáculos circenses para mostrar aos ingênuos
e fanatizados que a campanha do mal cooptou a Justiça, que, segundo ele, de
forma infundada e injustificável, vem aceitando as denúncias destituídas de
provas contra ele, dando a entender que um inocente poderá ser condenado, visto
que o homem “mais honesto do Brasil”
pode ser punido, pasmem, pelo crime de ter governado para os pobres,
naturalmente com a distribuição de renda, que teve viés comprovadamente
político-eleitoral, em dissonância com a essencialidade dos princípios da
administração pública.
Na
pior das hipóteses, o político considera que os processos em tramitação na
Justiça passaram a ter a roupagem própria da politização, em que ele procurar desprezar
os resultados como se os fatos levantados estivessem tão somente no cenário da
normalidade, evidentemente, à luz da sua mentalidade, que demonstra
naturalidade diante das fortes evidências de envolvimento dele e da sua família
em uma série de episódios altamente suspeitos e comprometedores, que acenam
para possíveis recebimento de benefícios, por conta do tráfico de influência, à
vista do recebimento de vantagens materiais e financeiras indevidas ou pura e
simplesmente de propina.
A
referida estratégia tenta envolver aqueles que ainda o apoiam, por força do
clima de pura emoção, que vem sendo alimentada por notícias que podem ter sido
criadas de propósito sobre a iminente prisão do político, como balão de ensaio
lançado para a criação de clima em defesa dele, inclusive a justificar as
suspeitas de perseguição e de vitimização.
Não
à toa que a Folha de S.Paulo
já publicou artigo assinado pelo político, com o título muito a propósito,
nestes termos: “Por que querem me
condenar?”, cujo introito diz que, desde que ele ingressou na vida pública,
sua vida pessoal foi “permanentemente
vasculhada, mas jamais encontraram um
ato desonesto de minha parte. Não
posso me calar, porém, diante dos abusos cometidos por agentes do Estado que
usam a lei como instrumento de perseguição política”. Não é o Lula que pretendem condenar: é o projeto político que
represento junto com milhões de brasileiros. O que me preocupa, e a todos os democratas, são as contínuas violações
ao Estado de Direito”.
Os
fatos mostram à saciedade que a bem-sucedida trajetória política do principal
homem público do país – até o surgimento da Operação Lava-Jato -, foi promovida
sob os cuidados refinados do marketing político, que sempre rendeu bons frutos,
e, agora, ele busca os mesmos recursos de pesado marketing pessoal para tentar se
sair, a todo custo e o quanto antes possível, da terrível enrascada em que se
meteu, à míngua, como se pode perceber diante dos fatos, de elementos concretos
e convincentes de defesa, quando insiste em se apresentar como vítima dos “inimigos do povo”, numa linguagem bem
apelativa e só.
À
vista dos acontecimentos, passadas as festas de final de ano, é esperado que,
doravante, as atividades da Justiça vão ser intensificadas, por meio de medidas
de maior contundência por parte da contraofensiva da defesa do político, nas
áreas judicial e popular.
Os
especialistas afirmam que a prisão do político poderia beneficiá-lo, à medida
que isso traria ingrediente que mexeria com os simpatizantes dele e poderia criar
“enorme comoção nacional”, diante da manipulação
em favor dos “interesses populares”.
O
político já demonstrou que suas estratégias não lá próprias da apresentação de
defesas por meio de provas consistentes, mas sim tentar, por todos os meios,
mostrar a invalidade das provas levantadas contra ele pela força-tarefa da
Operação Lava-Jato, bem assim tentar desmoralizar a Justiça e convencer a
opinião pública mundial que o Brasil não é um país sério, por utilizar métodos
próprios de ditadura, por permitir que uma pessoa honesta seja perseguida e
punida injustamente.
Trata-se
de possível ato de desespero que o político poderá projetar em sua defesa,
embora não passe de último recurso que será cobrado pela consciência cívica dos
brasileiros honrados, que anseiam pela moralização do país, com o fim da
impunidade.
Precisamente
agora, a impressão que se tem é a de que o político-mor torce as mãos
freneticamente, pedindo ao deus petista (o partido dele deve ter seu deus, que
pode ser ele próprio) que lhe conceda a graça de ser preso o quanto antes,
principalmente pelo juiz de Curitiba, para que ele (o petista) possa, mais uma
vez, dizer que a ideia de vitimização foi confirmada, sacramentada, e agora não
tem saída: ele é vítima mesmo e perseguido político, que teia sido preso
injustamente, apesar dos infindáveis apelos, por não ter sido encontrada
nenhuma prova contra ele.
É
bem provável que o restante do acervo de fanatizados proteste, de forma
alucinada, contra ato absurdo cometido contra a pessoa que se diz o suprassumo
da honestidade, que nunca se beneficiou de suas atividades político-administrativas.
Os
brasileiros precisam fazer acurado exame de consciência sobre a precisa
realidade acerca dos acontecimentos que levaram o país ao enfrentamento de
graves crises, principalmente de moralidade e de incompetência administrativa,
em que as irregularidades tomaram conta da administração pública, mas assim as
pessoas envolvidas, ao invés de assumir a culpa ou responsabilidade pelos fatos
delituosos, preferem tentar a liderança de processo para se incutir nos
incautos a ideia de que as pessoas imaculadas estão sendo destruídas e
injustiçadas sem fatos que as justifiquem.
Isso
dá a ideia de que os brasileiros perderam totalmente a noção da verdade e da
legitimidade sobre os acontecimentos recentes, que estão estampados em
transparências incontestáveis, à luz dos resultados de investigações da mais
alta insuspeitabilidade, que apenas são rebatidas com falácias, palavras vazias
e destituídas de conteúdo, como forma de se tentar confundir a opinião pública,
que merece ser tratada com maturidade e dignidade, porque tem capacidade suficiente
para entender muito bem os prejuízos causados à nação e aos brasileiros pelos
nefastos fatos relacionados aos monstruosos esquemas de corrupção jamais vistos
na história republicana.
É
induvidoso que as denúncias contra o político têm por base resultados de
investigações, enquanto a defesa procura tão somente desmerecê-las e
destruí-las no grito, com argumentação inconsistente e vazia de conteúdo.
Urge
que os brasileiros repudiem, com veemência, os graves atos de corrupção e se
conscientizem sobre a imperiosa necessidade da renovação dos homens públicos,
para que a nova geração de políticos tenha mentalidade evoluída em harmonia com
os salutares avanços da humanidade, a exemplo do que fazem as nações sérias,
civilizadas e desenvolvidas democraticamente, que exigem que os representantes
do povo sejam capazes de atender, na sua plenitude, o interesse público, com
embargo dos políticos que apenas estão preocupados com a satisfação das causas
e conveniências pessoais e partidárias. Acorda, Brasil!
ANTONIO
ADALMIR FERNANDES
Brasília,
em 06 de janeiro de 2017
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