sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

O benfazejo vento do Aracati

Os famosos "profetas da chuva", pessoas que promovem prognóstico sobre a intensidade das chuvas, tendo por base elementos e sinais da natureza, garantem que este ano será de muitas chuvas no Nordeste, pondo fim ao trágico ciclo da seca, que já dura mais de cinco anos nessa região castigada principalmente pela falta de água.
Um “profeta” que participou de todas as edições do Encontro Anual dos Profetas da Chuva, em Quixadá (CE), disse que se encontra muito confiante e "bastante empolgado" com a previsão, tendo cravado que, "Quando for em julho, ninguém mais vai falar em problema d'água no Nordeste".
Para o referido "profeta", dois fenômenos indicam que vai ocorrer muita chuva naquela região, em 2017, eis que o "Ano passado teve uma coisa que não fazia 10 anos que não acontecia na nossa região, que é o vento do Aracati. É um vento diferente, só passa numa direção e no mesmo horário. Eu anotei. Foi em 1º de julho de 2016 que passou o vento do Aracati. Esse é um dos principais sinais de que vai ter muita chuva, já dizia o meu pai.".
Na mesma direção, ele ponderou afirmando que o Nordeste terá chuvas acima da média, à vista da formação de halo lunar, conhecido no interior do Ceará como lagoa d'água, que depois tomou a forma de uma corrente de água. Na opinião dele, "A Lua, na altura do sol de 10 horas formou uma lagoa d'água. A lagoa escorreu e sangrou para o nascente. É um sinal de que a maioria dos açudes vai sangrar, não posso dizer que todos, mas a maioria vai sangrar".
Com a participação de 30 profetas da chuva, vai ser realizado, no dia 14 próximo, o 21º Encontro dos Profetas da Chuva, para discutir suas experiências por meio dos sinais do tempo e da natureza, que fornecem os parâmetros para a avaliação sobre a intensidade das chuvas, que, se depender das avaliações da maioria dos profetas, prevalece o otimismo quanto à boa quantidade das chuvas no Nordeste.
Por sua vez, diversas entidades da área de clima e tempo estão igualmente animadas e otimistas com suas previsões, chegando a afirmar que as condições climáticas presentes no oceano Pacífico equatorial acenam para a possibilidade de boa estação chuvosa no corrente ano para o Nordeste, com a incidência de chuvas ao menos na média ou até mesmo acima dela.
Um meteorologista chegou a afirmar que "A condição para que ocorram chuvas acima da média histórica é infinitamente melhor que a dos últimos anos. Nós já vínhamos com chuvas irregulares desde 2012. No último ano, com o super El Niño que se formou, foi o último prego para fechar o caixão. Para este ano, mesmo que a La niña não se forme – oficialmente, (existe) uma condição mais fria do que o normal no Pacífico equatorial, que se desenha favorável ao Nordeste".  
Ele concluiu, afirmando: “Acredito que (as chuvas) não sejam suficientes para recompor de vez os reservatórios, que estão abaixo da normalidade, mas já começa a sair do abismo hidrológico que entrou nos últimos anos...”.
Nada poderia ser melhor para os nordestinos já começarem o ano com as otimistas previsões sobre a abundância de chuvas, vindas de pessoas competentes na sua experiência de vida longa, que sabem traduzir os auspiciosos sinais da natureza.
À toda evidência, não poderiam ser melhores as notícias para o início de invernada venturosa, que é tudo de maravilhoso que a natureza pode oferecer para aquela gente calejada e sofrida, diante das seguidas e infortunadas secas, causas dos tormentos de suas vidas.
Queira Deus que os profetas da chuva e demais previsões meteorológicas estejam seguros e respaldados com base em suas certeiras experiências e que elas realmente se confirmem e se transformem em generoso mar de água no Nordeste, para que os sertanejos voltem a viver em plenas felicidade e tranquilidade, sob as graças divinas e a abundância do precioso líquido: a água.
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 13 de janeiro de 2017

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