quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Basta das políticas deletérias

O principal político tupiniquim disse para plateia formada por fiéis seguidores que é necessário “tomar o país de volta e consertar. Porque esse país não é deles. É do povo brasileiro”, tendo aproveitado o ensejo para criticar o governo federal, ao afirmar que se "não sabem governar, peçam desculpas, vão embora, e deixem a gente governar", em clara alusão ao impeachment da presidente, por crime de responsabilidade. 
O político não quis assumir compromisso sobre a sua candidatura à Presidência da República, no próximo pleito, tendo apenas se manifestado com evasivas, como a de que “Não sei nem se vou estar vivo.”, mas, ao longo de seu discurso, ele afirmou que “é possível fazer muito mais políticas públicas e nós provamos que é possível”. 
Na oportunidade, o governador de Minas Gerais lançou o companheiro de partido ao Palácio do Planalto, em 2018, nestes termos: “Vou dizer uma coisa que está no coração de todo mundo aqui. Ele (ex-presidente) não vai gostar muito não. Presidente, dois anos passam depressa, viu? É Lula de novo, com a força do povo.”.
Um ex-ministro do partido disse que o político “continua sendo o presidente do povo brasileiro e vai voltar a ser o presidente do país”, tendo afirmado haver sórdida campanha contra o líder partidário e que, diante disso, foi lançada a campanha “Um Brasil justo para todos e justo para Lula”, cuja campanha objetiva “rodar pelo país e infernizar a vida deles”.
O político acredita que os meios de comunicação, às vezes, traçam roteiro do que está para ser feito, com relação às investigações que estão sendo realizadas pela Operação Lava-Jato, tendo ponderado: “E tenho certeza que não serei o mocinho”. O político disse ainda que, quando menino, não teve coragem para roubar uma maçã e “Não seria agora, aos 71 anos, que eu iria decepcionar a minha mãe”.
No evento a que o político participou, os presentes entoaram os tradicionais gritos de “Lula, guerreiro, do povo brasileiro” e “olé, olé, olá, Lula, Lula”.
Essa ideia de tomar o país de volta, para ser consertado, soa como ameaça tenebrosa e assustadora, porque, quando o Brasil foi tomado pela primeira vez, nos idos de 2003, o resultado dessa louca façanha foi simplesmente arrasador, principalmente diante de tsunamis causados aos princípios da ética e da moralidade, que tiveram por epicentro a gestão do "guerreiro do povo brasileiro", onde dois terríveis megaescândalos implodiram a moralidade da administração pública, que se tornaram “famosos” pelos nomes de mensalão e petrolão e são responsáveis pela decadência da credibilidade de todos os guerreiros do povo brasileiro, que certamente não têm o apoio dos cidadãos que trabalham e têm como princípio de conduta a dignidade, honestidade e decência.
Apesar da degeneração dos princípios ético e moral que afetaram as estruturas do Estado, os guerreiros do povo brasileiro não têm a humildade de reconhecer absolutamente nada do que houve de ruim e desastroso há pouco tempo neste país, cujos fatos deletérios investigados foram capazes de arruinar os princípios da administração do país, chegando ao limite da precariedade com o afastamento de uma presidente eleita, porém não para cometer tanta insensibilidade, incompetência e irresponsabilidade na gestão pública.
A candidata à reeleição do mesmo partido de quem agora pretende tomar o país, para consertá-lo, garantiu que a nação estava consertada, sob boa administração, embora os fatos mostram à saciedade que as promessas garantidoras de muitas maravilhas, por ocasião da sua segunda gestão, não passaram de engodo, tendo enganado parcela significativa de eleitores, que acreditaram em estrondosas mentiras, em verdadeiro festival de contrassenso, por terem sido quebradas e desrespeitadas as principais promessas de campanha, ficando o caso conhecido como verdadeiro calote eleitoral.
Na verdade, as maldades e os escândalos perpetrados nas gestões do político que agora pretende consertar o país, envolvendo até insensatas mentiras e desrespeito aos princípios da administração pública, não recomendam sequer se pensar nessa absurda e temerosa ideia de retomada do país, porque os fatos reais e escabrosos acontecidos conspiram contra qualquer pretensão nesse sentido, tendo em conta que os genuínos brasileiros anseiam por um Brasil sendo governado sob a verdade, a moralidade, a dignidade, a legalidade, enfim, os princípios que realmente tenham sintonia com a exclusiva defesa do interesse público, com embargo das velhas políticas voltadas para a absoluta dominação das classes política e social e a perenidade no poder, não importando, para tanto, os fins empregados para o atingimento dos meios. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 4 de janeiro de 2016

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