sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Os efeitos da incompetência

Como numa sequência que se tornou normal, a indústria nacional vem mostrando quedas seguidas, dando sinais de que a economia está estagnada e não tem força para se recuperar, a curto prazo, em razão da falta de investimentos.
Diante da progressiva diminuição do consumo, a tendência natural da indústria nacional foi se comprimir ao sabor do desânimo que tomou conta do mercado, que é fragilizado com a restrição do crédito, por força dos juros nas alturas, tendo como consequência o temor para novos investimentos.
          A maioria dos segmentos da indústria pesquisados teve resultados negativos e praticamente influenciados pelos mesmos motivos que estão afetando o mercado, ou seja, baixo consumo, falta de crédito e de investimentos e tudo isso tem reflexo direto no alarmante desemprego, que só cresce no embalo da acomodação por baixo da economia, que não tem forças para se reanimar tão cedo, justamente porque o comodismo governamental só tem olhos para políticas do varejo, na tentativa de sanear buracos aqui e ali.
O setor automobilístico, que passou por alguns solavancos no embalo das quedas forçadas da produção, mostrou pequena recuperação, mas não o suficiente para ser levantada a bandeira branca da tranquilidade, porque a transição para a nova fase de crescimento ainda é incerta, à vista da crise econômica que não sinaliza para a plena recuperação.
Não há dúvida de que a situação econômica brasileira agoniza, com fortes sinais de que ela se encontra na UTI, à espera de urgentes medidas capazes de contribuir para tirá-la do fundo do poço, se é que o país ainda tenha algum, diante da destruição patrocinada pela incompetência de governo que foi totalmente tomado por problemas pessoais na sua gestão, deixando que o país se envolvesse em terrível atoleiro e perdesse o rumo do progresso.
A péssima contribuição que um governo poderia dá para o país foi efetivada com toda requinte de maldade, à vista dos indicadores econômicos, que dificilmente serão revertidos com a simples continuidade das retrógradas políticas transferidas para o atual governo, que já demonstrou passividade com a mediocridade administrativa e que também não tem iniciativa para sair do abismo econômico com sua equipe, que já sinalizou com todas as letras que apenas tenta apagar incêndio em setores localizados, deixando que a economia fique à mercê das oscilações do mercado.
É evidente que parcela significativa dos brasileiros tem corresponsabilidade com o caos que se encontra o país, que mal consegue respirar diante da estrondosa recessão econômica e do desolador quadro de desemprego de mais de doze milhões de brasileiros, porque muitos dos quais votaram na principal responsável pela destruição da economia brasileira e, de resto, do país, em que pesem os alertas sobre as dificuldades das contas públicas e da economia, combinadas com as demais políticas em dissonância com as melhores práticas de administração pública de eficiência.
O desastre administrativo foi confirmado logo após o resultado do último pleito presidencial, quanto a mandatária do país danou-se a fazer tudo aquilo que tinha condenado, por ser a intenção de seus opositores e não à dela, deixando os brasileiros indignados diante do imensurável tamanho das mentiras protagonizadas por ela.
Diante do país desnorteado, da economia visivelmente depauperada e da falta de perspectiva a curto prazo, resta ao governo a única alternativa de decidir por ampla e profunda reforma tributária, como instrumento capaz de debelar a pior recessão da história brasileira, que terá vida longa se nada for feito para transformar a mentalidade dos continuísmo e conformismo inconsequentes em algo capaz de motivar a retomada do desenvolvimento.
Sai e entra ano e os resultados da produção industrial e dos demais fatores da economia estão sempre em queda, demonstrando com muita clareza que as ineficientes políticas aplicadas pelo governo são prejudiciais ao desenvolvimento desses segmentos, que acumulam fracassos ano após ano.
O pior de tudo isso é que somente o governo não enxerga que o custo Brasil é responsável direto por tamanho fracasso, diante dos elevadíssimos encargos agregados principalmente à produção, mas, mesmo diante da cruel realidade, o governo se faz de cego e mouco, como se nada de trágico e prejudicial ao país não estivesse acontecendo à luz solar, inclusive causando estrago ao emprego, à arrecadação e aos investimentos público e privado.
Em que pese a produção ter seguidas quedas, mostrando as reais dificuldades do parque industrial, principalmente com altos encargos previdenciários, tributários e trabalhistas, contribuindo para que a produção nacional não tenha o mínimo de competitividade, os bens importados sufocam os similares, tornando o mercado totalmente desfavorável para a economia brasileira, inclusive com o aumento do desemprego, o governo tupiniquim nada faz para salvar a produção industrial do país, fato que contribui decisivamente para a desindustrialização nacional, com reflexos diretos no desenvolvimento do país.
Urge que o governo se conscientize sobre a necessidade da adoção de medidas que tenham por finalidade a reformulação das estruturas do Estado, com visão voltada especialmente para a eliminação dos crônicos gargalos que estão travando o desenvolvimento nacional, notadamente no que diz respeito à drástica diminuição, entre outros, do custo Brasil e da pesada carga tributária, como forma essencial de contribuir, o mais rapidamente possível, para a volta dos investimentos e do trinômio de mais consumo, mais produção e mais emprego. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 13 de janeiro de 2017

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