O
governo da Argentina decidiu avaliar a redução da maioridade penal, passando
dos atuais 16 para 14 anos, em consonância com a reforma do regime penal
juvenil que tem início com a constituição de comissão especial para analisar o
assunto.
A
discussão sobre a maioridade penal foi fortemente recrudescida naquele país após
a morte de um adolescente de 14 anos, durante assalto na véspera de Natal,
quando ele foi baleado por outro menor de idade, de 15 anos, em Buenos
Aires.
O
ministro da Justiça argentino, que foi incumbido de promover debate para a
reforma das leis vigentes, disse que “Nós
já começamos a trabalhar durante o ano passado junto com o Unicef,
especialistas e juízes de todo o país em uma abordagem do regime penal juvenil.
É uma lei elaborada na ditadura que devemos modificar, uma lei basicamente
paternalista”.
A
comissão que discutirá o assunto, além de ser integrada por juízes,
especialistas em Justiça penal juvenil, educação e saúde, terá a incumbência de
elaborar relatório e desenvolver proposta de reforma, a ser analisada
pelos poderes Executivo e Legislativo.
De
acordo com o ministro, o objetivo é pensar “como
o Estado pode dar respostas antecipadas”, sem esperar que os jovens cometam
“crimes graves ou muito graves”.
Segundo
o jornal o Clarin, o governo
argentino pretende que a prisão para os menores de idade ocorra apenas nos
casos de crimes graves, como homicídio, estupro e delitos com armas, mas os
jovens a partir de 14 anos também poderão ser punidos por crimes de menor
gravidade, ou seja, na Argentina não há vez para a impunidade, como ocorre
normalmente no país exemplo dessa excrescência.
O
ministro da Justiça argentino disse que as estatísticas realizadas naquele país
mostram que houve significativo aumento dos crimes cometidos por jovens a
partir dos 15 anos de idade, motivo pelo qual a idade de imputabilidade deve
ser um dos temas de discussão.
Ele
disse ainda que a incidência das drogas entre jovens e a possibilidade de
reinserção no mercado de trabalho e na escola também entrarão em discussão,
de modo que a decisão final sobre o assunto somente deva acontecer depois de
2018.
Como
se vê, em qualquer parte do mundo, salvo no país tupiniquim, a importante questão
penal, inclusive juvenil, é motivo sim de preocupação das poder público que tem
a incumbência da segurança pública, uma vez que a sensatez e a sensibilidade acenem
para a necessidade da análise e decisão sobre tema de suma importância para a
sociedade, que não pode ficar permanentemente refém da delinquência juvenil,
que precisa ser encarada com muita responsabilidade em todos os países sérios,
civilizados e cônscios sobre o compromisso com a segurança da sociedade.
No
caso do Brasil, as mentes retrógradas da classe política resistem ao máximo em
apreciar e decidir sobre a redução da maioridade penal até mesmo para 16 anos,
quando os países desenvolvidos entendem que a idade penal corresponde tão
somente à condição existencial do criminoso, que é punido normalmente em
qualquer idade e sua pena será cumprida em condições compatíveis com a sua
idade, evidentemente que a pena não será cumprida em local que não seja apropriado
para a idade do condenado, ou seja, a idade do criminoso precisa ser
considerada para que ele seja trancafiado em local seguro e adequado à sua
formação física, mental e moral
No
Brasil, diferentemente de países evoluídos, o menor de idade (marmanjo de até
18 anos) comete crime hediondo e, se for preso, fica no máximo três anos em
centros de reeducação e socialização, que são muito mais lugares de
especialização e formação em criminalidade avançada e perversidade, normalmente
o habilitando para a prática de crimes ainda mais cruéis aos já cometidos.
O
certo é que o Brasil se encontra na contramão da evolução da humanidade, que ainda
prefere manter sistema favorável à impunidade do menor de idade, contribuindo
para alimentar o monstro quando adulto, com visível prejuízo para a sociedade,
que cada vez mais tem sido refém em potencial da criminalidade juvenil, embora
ela seja a financiadora da manutenção desse sistema obsoleto e ultrapassado,
muito em harmonia com os mesmos sistemas adotados nas republiquetas, que
ignoram os avanços e as conquistas do homem, permitindo que a criminalidade
prevaleça sobre os direitos humanos, em especial o da plena segurança. Acorda,
Brasil!
ANTONIO
ADALMIR FERNANDES
Brasília,
em 5 de janeiro de 2017
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