Em
rede social circula nota com os dizeres mostrados abaixo, dando a entender que há
críticas ao principal político do PT, de forma injusta, porque se ele é
repudiado por parte dos brasileiros, o seu legado justificaria qualquer deslize
ou tropeço na vida pública, inclusive ficando a salvo às graves denúncias
contra ele, na Justiça, como se valesse a proverbial assertiva segundo as quais
os acertos justificam os erros, quando, na verdade, cada questão precisa ser
avaliada de per si, segundo o seu
valor, sob os princípios que norteiam a administração pública.
Agora,
não passa de monumental insensatez poucos brasileiros tentarem justificar o
injustificável, quando o mais razoável seria procurar entender e assimilar cada
caso, os acertos e os erros, porque não se pode imaginar que alguém, mesmo
tendo agido com acerto, no exato cumprimento do seu dever legal, mas que tenha
sido acusado da prática de atos incorretos, não possa ser passível de críticas
quando incorre nessa situação recriminável, em deslizes que até nem podem ter
acontecido, mas, em termos jurídicos e não no entendimento popular, enquanto
eles não forem infirmados, por meio de contraprova, é preciso se considerar que
os fatos irregulares realmente aconteceram e assim precisam ser levados em
consideração, sob pena de se permitir que os maus exemplos dos homens públicos se
disseminem como praga daninha e prejudicial à formação de bons representantes
do povo.
O
texto que circular na internet tem os seguintes dizeres: “Falar mal de mim é fácil. Difícil é ser eu e criar: Samu, luz para
todos, PROUNI, 422 escolas técnicas, 18 Universidades, 173 extensões
universitárias, Programa fome zero, elevar o Brasil para a 5ª potência, cotas,
zerar IPI e segurar o emprego do povo em plena crise, tirar o Brasil do mapa da
fome etc. e ainda fazer o Brasil ser reconhecido mundialmente.”
Ou
seja, não existe nos fatos supracitados absolutamente nada excepcional que um governante
não tivesse condições de praticar e que não já estivesse na sua jurisdição para
executar e muito menos a justificar a prática de atos irregulares, por menores que
sejam, porque a sua obrigação era de executar tudo aquilo e muito mais que deixou
de ser feito em benefício do desenvolvimento do país, conforme demonstram os
fatos comentados logo abaixo, mostrando que o povo pode sim ser grato aos
governantes que trabalharam em benefício da população, mas sem essa injustificável
veneração que é capaz de ignorar seus desacertos na vida pública.
Não
obstante, nada disso é motivo suficiente para se perdoar possíveis deslizes, em
se tratando que os administradores públicos e de resto os homens públicos são
obrigados não somente cumprir com eficiência o mandato político emanado do povo,
com a execução proveitoso dos recursos arrecadados dos contribuintes e a construção
de algo em benefício da sociedade, como se esforçarem para que a correção e a
exação sejam a marca das suas gestões, ficando, ao contrário, na obrigação de
prestar contas à sociedade sobre a regularidade de seus atos, inclusive quando
se envolverem, mesmo que involuntariamente, com atos suspeitos de
irregularidades, a ponto de ser condenados à prisão e não terem a dignidade de
justificar esse fato perante a população, porque isso faz parte de seus deveres
como verdadeiros homens públicos.
A questão não é falar mal de alguém, mas sim se
falar a verdade sobre alguém, com relação aos atos por ele praticados, de forma
correta ou incorreta, porque convém que sejam avaliados os homens públicos pelo
que eles fizeram ou fazem na vida pública, em benefício do povo e contra os
princípios inerentes à administração pública, quando for o caso, porque isso é normal,
diante do princípio de que ninguém é infalível.
As obras deixadas pelos governantes nada mais
são do que o resultado de suas gestões, que certamente precisam ser avaliadas
pelo povo, sem que isso mereça qualquer forma de recompensa, porque eles apenas
teriam cumprido os seus deveres como representantes do povo, que foram eleitos
exatamente para cumprirem com eficiência e eficácia o orçamento e demais
funções inerentes aos cargos pertinentes, onde constam as metas de gestão e os recursos
destinados à execução de atividades e obras por ele deixadas sem nenhum favor
para a nação, porque se trata da aplicação do nosso dinheiro, recolhido dos
contribuintes.
Os governantes ficam passíveis de críticas, com
a devida justiça, se não tivessem feito nada em benefício do povo, caso em que
os brasileiros precisam entender que os homens públicos são eleitos justamente
para trabalharem pelo povo e as suas obras precisam ser as melhores possíveis,
em proveito da sociedade, porque é exatamente para essa finalidade que eles são
eleitos.
A execução dos programas dos governos recentes
não tem absolutamente nada extraordinário senão o mero cumprimento de
obrigações próprias de qualquer governo mediano, que, aliás, nas dimensões e
nas grandezas econômicas e sociais do Brasil, qualquer presidente da República
teria condições para passar para a história republicana como aquele que teve a
dignidade de não somente gerenciar os negócios do país com absoluta
regularidade e honestidade, mas também, de promover as necessárias e urgentes
reformas das estruturas e conjunturas do Estado, eliminado todos os gargalos
que impedem que o Brasil se modernize e funcione devidamente com os
aperfeiçoamentos próprios de nação evoluída, com sistemas eficientes e
competentes, eliminando os espúrios fisiologismos e os horrorosos loteamentos
da máquina pública, práticas terríveis dos últimos governos, que são
responsáveis pelos péssimos serviços públicos que deveriam ter sido prestados
com a devida qualidade Fifa à população.
Os governos que foram capazes de executar
alguns importantes programas e obras de cunho social, não demonstraram o devido
controle ou capacidade para evitarem a roubalheira sistêmica e endêmica na
principal empresa petroleira brasileira, de onde foram retirados montanhas de
recursos para o caixa 2 de partidos políticos, para o financiamento irregular
de várias campanhas político-eleitorais, vale dizer contribuindo para eleger de
forma ilegítima e indevida muitos candidatos, em razão do uso do dinheiro sujo
vindo dos contratos celebrados com a Petrobras, e também para beneficiar, por
meio de propinas, vários políticos, executivos, empresários e outros
inescrupulosos e aproveitadores assemelhados, muitos dos quais se encontram condenados
e/ou presos, justamente porque não conseguiram provar a sua inocência, haja
vista que quem não tem culpa consegue prová-la, por meio de elementos
juridicamente válidos, mostrando a sua imaculabilidade sobre os fatos
denunciados à Justiça.
Os brasileiros que se vangloriam de ter se
beneficiado de muitas obras realizadas por determinados governantes precisam se
conscientizar de que elas eram necessárias e precisavam ser implementadas, não
importando quem eram os governantes nem os seus partidos, porque os grandes
estadistas pensam em marcar sua passagem pelo governo com grandes obras de
impacto e estas não foram feitas nos governos que se preocuparam em priorizar somente
a área social, que é importantíssima para a nação, em termos de desenvolvimento
social, mas este somente é sustentável se houver, em concomitância, o
desenvolvimento econômico, com a implementação de grandes obras, como estradas
rodoviárias, ferroviárias, metrôs etc., portos e outras capazes de contribuir
para a criação de empregos e de fomentar a produção, como suporte necessário ao
progresso social.
Nos últimos governos, as obras de impactos são
contadas nos dedos, com destaque para a transposição das águas do Rio São
Francisco, orçada em inicialmente em 2 bilhões de reais, para conclusão em
quatro anos, mas se passaram mais de 10 anos, com custo astronômico de mais de
8 bilhões de reais e só Deus sabe quando será o seu término, com o acréscimo de
outros bilhões de reais e certamente o hercúleo esforço dos brasileiros somente
são capazes de beneficiar parte dos nordestinos, ficando outra parte à espera
de novos investimentos nesse sentido.
Não obstante, é preciso ressaltar as obras
faraônicas para a realização da Copa do Mundo e da Olimpíada, para as quais
foram destinados fortunas de dinheiro, sem nenhum benefício para o povo, que
precisava e ainda carece de hospitais, escolas, investimentos de saneamento
básico, infraestrutura e tantas outras importantes obras públicas para, ao
menos, minimizar o sofrimento do povo desassistido, principalmente do Nordeste.
Na verdade, a realização desses eventos poderia
ter sido evitada se não fosse a megalomania de grandeza de governos passados,
que preferiram afagar seus egos com a realização de eventos absolutamente
dispensáveis, quando os recursos gastos neles teriam sido muito bem aplicados
em benefícios do provo e isso é muito notório se constatar que se tratava de
governos que se diziam que cuidavam do povo, mas, nesse caso, a população foi
devidamente passada para traz, perdendo para o capricho da onipotência.
Os brasileiros que somente enxergam algumas
realizações feitas por determinados governos, poderiam aplaudi-los ainda mais
se a monumental soma de recursos dos brasileiros emprestados por eles a
governos socialistas da Venezuela, de Cuba, de alguns países da África e de
outras nações comandadas por ditadores e tiranos, para a realização de obras
naqueles países, fosse aplicada exclusivamente no Brasil, quando muitas
daquelas obras como metrôs, portos, usinas, estradas etc. teriam sido
realizadas em cidades brasileiras, para usufruto dos brasileiros, além da
contribuição para emprego da mão de obra brasileira, mas talvez houvesse razão
para que o dinheiro dos brasileiros fosse mandado para o exterior, por razão
muito simples, ou seja, porque parte dele foi desviada, visto que as
empreiteiras brasileiras envolvidas nas obras estão sendo investigadas pela
Operação Lava-Jato, também sobre os questionados empréstimos.
Os brasileiros que elogiam as poucas obras
realizadas por alguns governos precisam saber que alguns países não estão
pagando os referidos empréstimos, fato que obriga que o Tesouro brasileiro
assuma os pagamentos, mas não há notícia sobre responsabilização dos
respectivos governantes, que deveriam assumir a culpa pela entrega de dinheiro
dos brasileiros a governos socialistas, sem a devida garantia de retorno aos
cofres públicos.
Esperam-se que os brasileiros que se conformam
com algumas obras realizações, que poderiam ter sido muito mais substanciais e
expressivas, com muito mais qualidade e economicidade, se os governantes tivessem
tido o cuidado de empregar o dinheiro da Copa do Mundo e da Olimpíada, jogado
fora pelo ralo, em obras para o povo; evitar o empréstimo de dinheiro dos
brasileiros a países socialistas; priorizar a realização de grandes
investimentos em obras de impacto, como forma de fomentar a produção e o
emprego; evitar os enormes desvios irregulares de recursos de empresas
estatais, a exemplo da Petrobras; reformar as estruturas do Estado; entre
outras medidas que tivessem por meta a eficiência, a eficácia e a economicidade
da administração pública.
É bem visível, diante dos fatos, como aqueles indicados
na mensagem transcrita acima, que o fortalecimento do populismo ideológico
prevalente nos últimos governos tenha contribuído para alterar o pensamento de
pessoas de bem, que não se enrubescem, como deviam, em apoiá-la e
compartilhá-la, na forma como ali imaginada, no sentido ser estranho, pasmem, criticar
quem tenha realizado algo pelo Brasil, mesmo que o governante tenha sido alvo
de recriminação por suspeita da prática de irregularidades, certamente em
demonstração de que o homem público deve ser valorizado por suas obras, mesmo que
elas apenas expressem o cumprimento do seu dever funcional, sem se levar em
conta seus deslizes, passando a demonstrar, com isso, desprezo à razão e à sensatez,
que jamais deveriam se afastar das pessoas honradas.
Seria prudente que os brasileiros, não
importando a sua ideologia, procurassem avaliar os governantes no conjunto da
sua gestão, sopesando tanto e de igual modo os acertos quanto os erros,
sobretudo procurando entender que o resultado de suas realizações faz parte tão
somente da sua obrigação como agente público, que foi eleito para trabalhar,
defender e fazer alguma coisa em benefício do povo, cujo mérito precisa ser
feito em relação às grandes obras e relevantes realizações, porque os governantes
não precisam ficar se vangloriando por obras ou realizações que não tenham o
porte da transamazônica, de vez que é impossível que haja desenvolvimento
permanente e sustentável sem a priorização também de obras de impacto e de
melhor cuidado com o princípios econômicos, legais e morais, em especial com o
enxugamento da máquina pública e a eficiência na execução orçamentária,
evitando a incidência de rombo nas contas públicas. Acorda, Brasil!
Brasília,
em 30 de setembro de 2018