Uma das promessas de campanha eleitoral feitas pelo
novo presidente do México, que teve excelente repercussão entre os eleitores,
foi a de colocar o luxuoso avião presidencial à venda e, nesse sentido, ele
passa da intenção para a efetivação do processo pertinente, com a venda da
aeronave.
O anúncio foi feito pelo diretor-geral do Banco
Nacional de Obras e Serviços Públicos do México, quando afirmou que "Honramos o compromisso de campanha do atual
presidente Andrés Manuel López Obrador de vender o avião e aproveitar melhor o
hangar em que se encontra".
Ele declarou que a decisão para a venda da aeronave
é porque "nem Trump tem um avião
como o de Peña", em alusão ao presidente anterior.
A
venda do avião presidencial faz parte das medidas de "austeridade republicana", programa que o novo presidente do
México vem chamando o corte de gastos do governo que, entre outros objetivos,
quer aumentar o salário-base dos trabalhadores do setor público.
O
aludido diretor disse que o Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos
(UNOPS) vai oferecer assistência durante todo o procedimento de privatização e
que "Esse apoio será muito útil para
dar certeza e garantir ao povo mexicano total transparência em relação ao
processo. Tudo será feito estritamente dentro da lei.".
Trata-se
de avião Boeing 787-8, que foi adquirido pela bagatela de US$ 218,7 milhões, o
qual, desde o momento da compra, vem alimentando fortes críticas por parte da
opinião pública, em face da pomposa aeronave e da sua diminuta utilidade para o
Estado.
O
presidente mexicano disse, de forma reiterada, que vai viajar como fez durante
a campanha eleitoral: em voos comerciais.
O
secretário da Fazenda do México disse também que cerca de 60 aviões e 70
helicópteros que pertencem ao governo federal serão colocados à venda, em breve.
A
principal preocupação que o mandatário de qualquer nação deve ter é com o
levantamento geral do patrimônio público, de modo a sopesar e avaliar a sua finalidade
e o seu emprego, em forma de utilidade e aproveitamento pelo Estado, a fim de se
aquilatar a sua real serventia, em termos de atendimento à satisfação do
interesse público.
No
caso específico do avião presidencial mexicano, possivelmente se trata de real exagero
com o emprego de recursos públicos, porque não deixa de ser notório escândalo que
aeronave seja adquirida por valor superior a duzentos milhões de dólares, o
equivalente a aproximadamente 800 milhões de reais, exclusivamente para o
esporádico transporte do presidente do país, em deslocamentos esporádicos, que
realmente não justifica tamanho sacrifício para a nação, quando aeronave modesta
resolve perfeitamente as necessidades dele, com razoável dispêndio.
O
absurdo da existência de avião tão caro precisa realmente ser eliminado, tendo
em conta que o presidente de qualquer país, mais medíocre que ele seja, quase nunca
se desloca da sua sede e somente isso já sinaliza para a dispensabilidade de
ficar à sua disposição avião do tipo elefante branco, equipado com móveis
luxuosos e tantos utensílios absolutamente desnecessários, além do altíssimo
custo da sua manutenção e da disponibilização de equipe altamente especializada,
em completo estado de ociosidade.
Como
se vê, somente com o custo avião do parte da Boeing, o custo-benefício precisa
realmente ser avaliado e certamente o bom senso aconselha que a sua manutenção visivelmente
prejudicial ao interesse público, diante do conjunto de despesas altamente dispendioso,
que se justifica a opção de hipótese menos onerosa, desde que possa satisfazer
a conveniência dos deslocamentos do presidente do país e da sua comitiva.
É
oportuno se notar que, na linha da venda do avião presidencial mexicano, outros
60 aviões e 70 helicópteros vão ser igualmente alienados pelo governo,
certamente porque eles são objeto de altíssimos custos de manutenção para o
Estado, sem as devidas utilidades, em termos da justificativa necessária para o
custo-benefício, que precisa estar presente nos bens públicos.
Transportando
o caso mexicano para o Brasil, verifica-se que, no país tupiniquim, existe uma
aeronave nos mesmos parâmetros daquela que vai ser vendida por lá, sendo que a
de cá é extremamente subutilizada, tendo altíssimos custos de manutenção com
equipamentos e equipes de pessoal, ficando ociosamente à disposição de algum e
esporádico deslocamento do presidente do país, que pode perfeitamente ser feito
por avião de menor porte e de custo de menor agressividade aos cofres públicos,
em termos de custo-benefício, que precisa sim ser avaliado, em casos que tais.
É
evidente que o exemplo do avião presidencial mexicano é de suma importância
para suscitar também no país tupiniquim a imperiosa necessidade sobre a
discussão do uso de bens públicos, com a abrangência em todos os setores das
atividades públicas, de modo que seja possível se aquilatar se realmente a sua
existência faz sentido, se não seria dispensável, precisamente quanto à
satisfação do interesse público, principalmente sobre a conveniência do seu
melhor emprego em outras localidades ou até mesmo a sua eliminação, exatamente como
forma de tornar a administração pública eficiência e eficaz, conquanto os princípios
da economicidade e da sobriedade precisam servir de norte para o verdadeiro
sentido da moralização do Brasil.
Brasil:
apenas o ame!
Brasília,
em 6 de dezembro de 2018
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