A guerra violenta e permanente travada pelo regime
chavista contra os meios de comunicação independentes fez a sua derradeira
vítima, com a extinção do importante jornal “El Nacional”, fundado há 75 anos.
O “El Nacional” deixa de circular, exatamente porque
foi asfixiado pela perseguição do governo, que se arrastava há pelo menos 15
anos na forma de restrições à importação de papel, processos e pesadas multas
judiciais, além de violência de militantes, tudo com a finalidade de dificultar
o trabalho da informação na Venezuela.
Não é novidade que o aludido jornal seja o último
sobrevivente de circulação nacional, que mantinha linha independente da
ditadura venezuelana, porque, entre os anos de 2005 e 2017, a chamada revolução
bolivariana impôs o fechamento, pasmem, de 99 emissoras de rádio e de TV e
tirou de circulação pelo menos 33 jornais, segundo dados do Instituto de
Imprensa e Sociedade Venezuelana (IPYS), que também deverá ser extinto, diante
da inexistência da imprensa, que tem a predominância de órgão oficial.
O diretor do “El Nacional” ressaltou que o assédio
aos meios independentes completa o perfil de “uma ditadura pura e dura”, na qual não há divisão de poderes nem
liberdade de expressão e continua o seu pensamento: “Conseguiram silenciar a rádio e a televisão e fizeram desaparecer os
meios impressos independentes, transformando-os em plataformas web “.
Aquele diretor disse, em tom de desabafo, que, com
o fim de sua edição impressa, “O El
Nacional ainda resiste, mantendo sua operação digital como testemunha de
arbitrariedades que ocorrem no país, entre elas, a repressão de opositores, a
manipulação política de índices e o sumiço de alimentos e medicamentos.”.
Não obstante, o diretor disse, de forma contundente,
que “A censura oficial também é forte na
internet, com frequentes bloqueios de sites e portais e penas de 20 anos de
prisão aos acusados de promover o discurso de ódio por meio destas plataformas.
É o que prevê uma lei aprovada no ano passado pela Assembleia Nacional Constituinte,
que tem como objetivo principal limitar a diversidade de conteúdo dos meios de
comunicação tradicionais e digitais.
O diretor concluiu o seu lamento de comunicador, dizendo
que “O governo venezuelano utiliza como
táticas de cerceamento da liberdade de expressão o bloqueio de sinais internacionais,
a compra de meios de comunicação, e multas pesadas aos que se mostram críticos
das políticas chavistas.”.
No ano passado, o CNN em espanhol teve seu sinal
cortado pelo governo, dias depois de apresentar uma reportagem sobre a emissão
fraudulenta de passaportes e vistos. Atualmente, só é possível assistir à
programação da emissora pela internet, mediante um sinal gratuito habilitado
pelo canal.
O fundador da Globovision disse que “Somos
inviáveis politicamente porque estamos num país totalmente polarizado e do lado
contrário de um governo todo poderoso que quer o nosso fracasso”.
O fim da circulação impressa do “El Nacional”
coincide com a escolha do trabalho de jornalistas perseguidos, presos ou mortos
como personalidade de 2018, pela revista americana “Time”, que faz justiça aos guardiões
da verdade, que são procurados e eliminados na Venezuela.
A verdade é que, na ditadura venezuelana, o
jornalismo livre e independente é uma espécie em extinção ou já extinta, haja
vista que ninguém pode publicar os atos da ditadura própria do regime
socialista, cujo governo controle as atividades da imprensa, inclusive por meio
da internet, que são censurados, punidos e impedidos de continuar em atividade
no país, que se tornou símbolo da brutal repressão à impressa privada.
O fechamento das portas do jornal “El Nacional” é
clara demonstração de que a ditadura venezuelana não tolera a convivência da
imprensa que noticia e mostra a podridão de governo totalitário, que não
permite que os fatos do país sejam mostrados exatamente como eles acontecem,
porque a opinião pública não pode ser influenciada pela verdade sobre eles,
exatamente por contradizer o pensamento ideológico do regime socialista,
segundo o qual quanto menos a verdade seja mostrada, mais tranquilidade para o
governo déspota e ditatorial, que tudo tem feito para ocultar a decadência do
Estado, principalmente no que se refere à gestão dos recursos públicos, cuja economia
se encontra em completa indigência.
A eliminação da imprensa é fator de suma importância
para governo ditatorial, totalitário, que fica livre de extraordinário e imprescindível
controle exercido pelos meios de comunicação, principalmente o jornal, que tem a
incumbência de desempenhar papel fundamental e da maior relevância social, a contribuir,
de forma expressiva e notória, com a disseminação de notícias de interesse da população,
como forma de facilitação das relações sociais e do desenvolvimento humanitário.
Causa enormes espanto e perplexidade se perceber
que, mesmo diante de quadro cristalino de desprezo à imprensa livre e da declarada
truculência contra o direito da informação e da notícia, fatos estes que são normalmente
inadmissíveis e abomináveis em nações sérias, civilizadas e evoluídas, em
termos políticos e democráticos, a esquerda tupiniquim não protesta contra essa
forma absurda de retrocesso no campo das comunicações sociais, quando, ao
contrário, ela apenas presta solidariedade aos atos de tirania do regime
socialista venezuelano, também nesse particular, ao hipotecar total apoio às
medidas que vão, de forma indiscutível, na contramão do desenvolvimento da
humanidade, no sentido de que a falta de informação, notícia, contribui diretamente
para o enclausuramento do conhecimento da sociedade sobre o que acontece no
país e no mundo.
Não há a menor dúvida de que a repressão aos meios
de comunicação tem o condão de contribuir para o retrocesso ao desenvolvimento da
humanidade, com o cerceamento às informações essenciais à liberdade e à
individualidade, em evidente demonstração de governo em plena evolução da tirania
e do totalitarismo absolutamente prejudiciais à reafirmação dos direitos
humanos e dos princípios democráticos, mostrando o pleno malogro dos
sentimentos civilizatórios e da precariedade das relações entre o Estado e a
população, em clara evidência do crescente fortalecimento da ideologia
socialista, de pleno e notório retrocesso da humanidade.
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 17 de dezembro de 2018
Nenhum comentário:
Postar um comentário