domingo, 9 de dezembro de 2018

Em defesa de Brasília


Circula na internet, com evidente domínio da opinião pública, piada fazendo ilações sobre o momento social, político e econômico mundial, mas a sua conclusão desagua em Brasília, com alusão pejorativa no seu desfecho que, para muitos brasileiros, pode até ter algo de engraçado diante da ridícula e terrível  atribuição de lugar onde muitos inescrupulosos homens públicos se alojam pelo período de mandato delegado pelo povo do seu estado.
É óbvio que eles vêm de outras plagas, dando a falsa impressão de que nas suas origens tudo é muito puro e a desgraça dos maus-feitos nascem, crescem e robustecem em Brasília, quando o seu infortúnio vem exatamente de fora, dando a impressão de que aqui é o epicentro das falcatruas, das roubalheiras e do grosso das irregularidades.
Na verdade, a “intelectualidade”, a “engenhosidade” malfeitora de mentes deformadas apenas eclode invariavelmente nos palácios e gabinetes republicanos ou, muitas vezes, nada republicanos, ocupados normalmente por “ilustres” homens públicos que têm sede domiciliar em outras unidades da federação.
Não obstante, infelizmente, a triste piada conclui por dizer, de maneira grotesca, indevida e inaceitável, que “(...) o dinheiro virá para Brasília, onde existe a maior concentração de filhos da (...) do mundo.”, fato que precisa ser rechaçado, com indignação e até desprezo, mesmo que se trate de mera piada, por parte dos brasileiros com o mínimo de sensibilidade, porque não convém a ninguém que se construa imagem de Brasília que não condiga com a verdade, considerando que os fatos mostram que, no caso de criminosos que atentam contra recursos públicos, com rara exceção, eles apenas estão na cidade a serviço e sob a representação da população de estados brasileiros.
Essa lamentável impressão passada na piada não tem o menor cabimento e jamais poderia ter sido colocada em seu mote, em tom de degradação social, que apenas busca denigrir, na sua conclusão, a imagem do povo mais do que honrado e digno de Brasília, que não merece ser confundido com conotação da pior qualidade, em termos de qualificação humana, diante da sua reconhecida honorabilidade, à vista das respeitabilidade e reciprocidade que devem existir na amadurecida consciência dos brasileiros, que precisam dignificar a honra de seus compatriotas, todos imbuídos no melhor propósito de levantar o moral dos brasileiros, não admitindo que, mesmo por meio de piadas de mau gosto, possa haver depreciação da conduta moral das pessoas.  
Diante do conhecimento de tal piada extremamente merecedora senão de repúdio e contestação, eu disse que a pessoa que escreveu a resposta sobre o artigo em apreço perdeu excelente oportunidade para ter ficado calado ou ao menos de dizer a verdade, tendo em vista que, em Brasília, eu só tenho conhecimento dos filhos ali falados, se é o que se pode imaginar algo nesse sentido, mas isso não ficou claro, somente existentes entre alguns daqueles que são enviados pelos estados brasileiros, em condições especiais, para o exercício de alguma atividade específica.
Por certo, quem vive dignamente na capital federal é filho de mãe da maior pureza, evidentemente com algumas exceções, porque as regras não são perfeitas, com o lamento de que foram outras mães que mandaram seus filhos para cá, sendo que muitos dos quais deveriam permanecer nas suas origens, porque não é justo que as mães dos moradores da capital federal sejam confundidas de forma indevida e pejorativamente com pessoas que não são dignas de residirem em Brasília, nem mesmo por o mínimo de tempo.
Na ocasião, eu disse sobre os meus repúdio e protesto àquele que teve a infelicidade de dizer tamanho despautério, que ainda conta com os ingênuos aplausos igualmente insensatos de outros brasileiros, que têm o dever de igualmente contestar algo absurdo e inadmissível, mesmo que se trate de brincadeira, que pode ser feita sem precisar denegrir, de forma generalizada, grosseira, agressiva e direta, a dignidade de quem mora em Brasília, que não concorda com piadas de péssimo gosto como essa, envolvendo o seu nome, em absoluto sentido de desrespeito à dignidade humana, para satisfazer mero momento ou sentimento humorístico, porém grotesco e lamentável.
Por sua vez, um grande e respeitável amigo meu teve a dignidade de assumir a responsabilidade pelo compartilhamento da matéria e, evidentemente sensibilizado diante do meu veemente protesto, imediatamente retirou a piada da nossa salutar, respeitável e prestigiada página do Facebook, tendo esclarecido que “Achei isso uma gozação e não coisa séria”, a par de apresentar escusas pelo ocorrido, o que demonstra o altíssimo espírito de elegância civilizatória por parte dele.
Diante dessa correta e responsável atitude, eu disse que não há a menor dúvida de que a finalidade da piada é fazer as pessoas rirem, mas é preciso que seus protagonistas tenham a sensibilidade de não envolveram coisas sérias nela, como de fato não houve no texto final, que certamente a sua inteligência reconhece que é impróprio, justamente porque não se pode dizer que a maior concentração de filhos da (...) fica em Brasília, o que é absolutamente inadmissível, mesmo como recurso de humor.
Aproveitei o ensejo para agradecer de coração a compreensão dele, com o que os moradores de Brasília também reconhecem o seu gesto, em evidência de sensatez e de atitude nobre, embora nada vai impedir que alguém entenda na forma explicitada na final da piada, mas é preciso ficar clara verdade, que é bem diferente da tiragem de humor, porque Brasília sempre acolhe com fidalguia e muito amor os filhos das brasileiras, não importando a sua origem.
O certo é que a capital da República brasileira precisa ser vista e acolhida com o devido carinho que ela merece, porque é daqui que devem ser emanadas as mais sensatas e construtivas medidas políticas em prol do desenvolvimento nacional, a par de que Brasília se orgulha de ser a mais moderna cidade brasileira, cujo arrojo da sua arquitetura ostenta o título de capital patrimônio da humanidade, predicativos estes extremamente da melhor compreensão a exigirem o respeito dos brasileiros, em especial quanto ao seu distanciamento dos fatos destinados à lesão dos princípios da moralidade, porque o seu propósito é absolutamente inconfundível com qualquer forma espúria ínsita de pessoas vindas de outras regiões do país, evidentemente que há as exceções, que precisam ser consideradas, por dever de justiça.
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 9 de dezembro de 2018

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