domingo, 30 de dezembro de 2018

O amor ao semelhante


Atitude de policial militar em São Vicente, no litoral de São Paulo, acabou viralizando nas redes sociais, depois que ele observa um garoto fazendo malabares em meio a turista de fim de ano, na Baixada Santista.
O soldado percebeu que a criança estava com fome e, diante da circunstância, ele fez pequena trégua no seu trabalho normal de patrulhamento de ruas, para oferecer lanche para o garoto, cuja atitude chamou atenção dos transeuntes, tendo comovido as pessoas que presenciaram o fato.
O flagrante foi registrado por moradora do município, cujas fotos sobre o ocorrido foram postadas em alguns perfis nas redes sociais, que contribuíram para a comoção de pessoas, merecendo múltiplos compartilhamentos e reações.
Uma senhora disse que o menino já é conhecido naquela localidade, onde ele faz os malabares no mesmo local, há alguns anos, na expectativa de ganhar alguns trocados.  
Ela disse que "Já tinha visto ele várias vezes al. Soube que já tentaram ajudá-lo. Alguns dizem que ele tem alguns problemas familiares, mas ninguém sabe ao certo".
Essa senhora contou que passeava pela orla da praia quando decidiu parar em um quiosque e foi quando se deparou com a cena, em que o PM trazia o garoto, e o sentou em uma das mesas e depois "Vi ele pegar um cardápio, e aí o menino escolheu um lanche. Ele pagou e nem esperou o garoto acabar. Deixou-o comendo".
Diante disso, ela achou por bem se dirigir ao policial, para lhe dar os parabéns pela atitude, tendo concluído: "Ele disse que não tinha sido nada, mas eu fiz questão de registrar e postar".
A referida senhora declarou que “divulgar o episódio foi uma forma de mostrar às pessoas um outro lado da polícia. Muitos têm preconceito e criticam a PM. É difícil elogiarmos atitudes de policiais. Então, quando a gente vê o lado bom de um policial, precisa parabenizar e elogiar".
A visão positiva dessa senhora teve o reforço de outro relato parecido, que ela disse ter ouvido de uma amiga, comerciante no mesmo bairro, de que "Ela estava indo trabalhar e viu outros policiais dando água para as crianças que ficam na rua. Eles veem essas crianças ali, elas não são invisíveis".
A autora dessa expressiva mensagem de amor cristão acredita que outras iniciativas deveriam ser tomadas para que as crianças que vivem na rua possam ser normalmente ajudadas e de maneira mais efetiva, porque "Precisamos entender o que está acontecendo para esse menino ficar tanto tempo na rua, afinal já são muitos anos ali. Falta entender e investigar. Dessa vez o policial ajudou. E depois? Quem vai ajudar?".
A verdade é que os policiais militares merecem o maior respeito dos brasileiros, porque eles são igualmente seres humanos que têm sensibilidade bastante aguçada, por força da sua nobre e especial missão de proteger nossas vidas, sendo dignos da valorização diferenciada, considerando ainda que o seu trabalho se traduz em permanente exposição ao risco da própria vida, no cumprimento da árdua e precípua missão de proteger e dar segurança às pessoas, com a obrigação de enfrentar, em direta linha de fogo, os bandidos sempre armados e perigosos, que é algo somente da incumbência atribuída aos destemidos heróis fardados.
O gesto do soldado paulista precisa ser difundido não somente para o Brasil, mas também para o mundo, porque essa sublime forma de tratamento à criança desamparada deve ter o incondicional apoio da sociedade, que entende que o policial deve agir, no exato cumprimento do seu dever institucional, com dureza e firmeza contra a bandidagem, mas pode ser perfeitamente solidário, transmitindo gesto de gentileza e carinho para com quem precisa dela, em forma de acolhimento do irmão.
No verdadeiro sentido do cotidiano, é exatamente esse o servidor público que a população tanto quer e precisa, como forma de angariar o devido respeito da população, que, de certa forma, procura se distanciar da polícia militar, em razão de atitudes isoladas de alguns policiais que são violentos, desumanos e procuram cumprir a profissão absolutamente em dissonância com os sentimentos humanitários, pouco se importando com a melhor forma de relações sociais, que precisa ser cultuada justamente para que haja o devido respeito mútuo.
Com absoluta certeza, existem muitos policiais militares que normalmente praticam o bem, que ajudam e protegem além da sua função militar institucionalizada, mas são gestos que escapam à visão humana e deixam de ser notados, porque eles são invisíveis à sociedade.
À toda evidência, muitas pessoas só conseguem criticar os policiais militares e poucos reconhecem o lado humano desses guerreiros do cotidiano, que são dignos do reconhecimento e dos aplausos da sociedade, como nesse caso do soldado paulista, porque certamente outros policiais também têm a sua idêntica índole de bondade no coração.
Esses bons exemplos precisam sim ser mostrados para a população, que, em grande maioria, enxerga muito mais o lado pesado do trabalho do policial que combate, corpo a corpo, o criminoso, porque é a sua verdadeira missão institucional, embora dentro de cada farda há um ser humano que sente de muito perto  as agruras por que passam seus semelhantes, batalhando intensamente para sobreviver, dando o duro, como acontece com o garotinho dessa linda e comovente história, que muitas vezes passa despercebida, não fosse o registro dessa transeunte, que foi sensibilizada com gesto humano de acolhimento, carinho e solidariedade.
É preciso que os brasileiros sejam solidários com a atitude magnânima do soldado paulista, que demonstrou seu verdadeiro sentimento humanitário para com quem realmente estava precisando e isso é digno não somente de veementes aplausos, mas também da valorização de profissionais extremamente úteis às relações sociais, diante da demonstração de autênticas formas de cidadania e amor ao próximo, a despeito de não parecer atitude aparentemente simples como teria declarado o próprio autor do oferecimento de lanche a uma criança carente, porque convém que haja o devido reconhecimento sobre a sua enorme representatividade, em termos humanitários de acolhimento ao seu semelhante.
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 30 de dezembro de 2018

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