domingo, 16 de dezembro de 2018

Imperdoável violência


A mãe do garoto de 6 anos, que foi agredido por um casal no recinto de condomínio em Brasília (DF), declarou que tem vivido momentos difíceis desde esse trágico acontecimento.
Em conversa com o Correio Braziliense, a mulher disse que tem chorado muito ao se lembrar do episódio e que também lamenta não ter estado junto ao filho, no momento em que tudo aconteceu.
Ela se expressou, até em tom de desabafo, que "Choro muito, durante a noite. Não consigo dormir nem ficar tranquila com toda essa situação constrangedora, desnecessária e violenta. Foi tudo muito triste. Meu filho retorna na segunda-feira junto da minha outra filha, de 8 anos, que presenciou tudo. Eles voltam para o seio de amor da família, de carinho. Ele sempre foi muito bem protegido pela gente, nunca apanhou, nunca levou um tapa de ninguém durante toda essa criação".
Como se sabe, o filho dela estava jogando futebol na quadra do condomínio, quando um menino com quem brincava caiu ao tentar dar um drible, conforme foi flagrado pelas câmeras do circuito de segurança, que também registraram os momentos em que o pai e a mãe do garoto caído no chão agrediram a vítima.
O casal já foi identificado e vai responder por lesão corporal e agressão contra vulnerável.
A mãe do garoto concluiu a conversa com o jornal, dizendo que "Espero aproveitar ao máximo esse tempo para dar muito carinho a ele. Quero que meu filho fique com a sensação de que o mundo é de muito amor e não de violência. Toda a família e os colegas estão consternados. Para mim está sendo muito difícil. Essas imagens ficarão gravadas na minha memória por um bom tempo. Acho que agora eles (o casal agressor) devem estar bem arrependidos. Pelo menos, espero isso".
Com certeza o casal agressor já declarou, na mídia, que está realmente “arrependido”, possivelmente não precisamente por suas atitudes desumanas e irracionais, mais pela enorme repercussão nacional da truculência do fato em si e ainda pela certeza da punição, que precisa ser exemplar para eles e também para outros país que precisam ter equilíbrio nesses momentos difíceis.
O casal teve muito tempo para refletir e encontrar solução, no mínimo, racional, pois o pai conduziu o filho de volta à quadra, para que este desse tapa no garoto inocente, que foi segurado pelo pai, e, para completar a insensatez, o garoto inocente ainda foi empurrado, com violência, pela mãe do menino que caiu, indo ao chão.
Havia sim condições suficientes para se evitar que algo normal entre crianças chegasse a tal situação de completo descontrole emocional, mesmo que houvesse a culpa da vítima, no episódio, sem necessidade do extremo da adoção de absurdas e monstruosas atitudes de cristalina prepotência, diante da evidência do entendimento insensato de se considerarem os fazedores de justiça com as próprias mãos, a ponto de dar lição de pura ignorância e o pior e o mais grave contra uma criancinha, pasmem, de somente seis anos, o que demonstra o alto grau de insensibilidade humana desse jovem casal travestido de bestial “justiceiro” do século XXI.
Até mesmo na maneira bisonha de se declarar arrependido, o casal comete gigantesca demonstração de irracionalidade, quando essa forma de arrependimento teria como primordial gesto de grandeza humana a imediata procura dos país ou responsáveis pelo garoto vítima, para transmitir perante eles o seu verdadeiro sentimento de que a maldade das agressões tem causado também nele algo desagradável e que ele sente no dever de reconhecer seu erro e demonstrar solidariedade própria da cidadania e do civismo que precisa existir entre as pessoas com o mínimo de sentimento humano, até mesmo em razão do dever de reciprocidade nas relações sociais.       
É bastante lamentável que, em pleno século XXI, em que o ser humano se beneficia, de forma satisfatória, dos avanços da ciência e da tecnologia, a gente ainda seja obrigado a se envolver, como telespectador, com cenas estranhas e absurdas de violência contra criancinha indefesa, ainda na sua tenra ingenuidade, que por certo jamais poderia imaginar que teria a sua integridade física plenamente trucidada por duas pessoas travestidas de animais irracionais.
À toda evidência, quem raciocina, o mínimo que seja, seria completamente capaz de entender que, mesmo que tivesse havido culpa por parte da vítima, caberia aos pais dela adotar as medidas e os ensinamentos de como ele deveria brincar e se comportar com o convívio com outras crianças da sua idade, com o devido respeito aos seus coleguinhas.
Não há a menor dúvida de que o casal agressor perdeu completamente o senso humanitário, por ter agido de forma abrupta e impensada, sem levar em conta as consequências das suas estupidez e violência contra uma criancinha de apenas 6 anos, que, em princípio, não tem qualquer malícia em provocar maldade, que ele nem sabe o que isso significa.
Agora, é impossível se imaginar qual teria sido a reação desse casal insensato e insensível, caso o episódio tivesse sido o contrário, em que a vítima fosse o filho dele.
Certamente que, nessas circunstâncias, ele tivesse provocado a terceira guerra mundial, tamanha vocação para a violência demonstrada, de forma uníssona e graciosa, pelos dois: pai e mãe, que evidenciaram para o mundo o que eles são capazes de fazer em defesa de seu rebento, mesmo que nem tenha sido agredido, como foi o caso.
Em que pese o gigantesco estrago causado por esse casal insensato e violento, pelo transtorno emocional e psicológico que eles foram capazes de suscitar no seio da sociedade, que se debate contra a violência do cotidiano, ainda assim é preciso se reconhecer que a sua desprezível atitude pode até contribuir para que os pais de crianças reflitam como se o caso tivesse acontecido com eles, porque são nas tragédias que podem nascer excelentes ensinamentos, ajudando as pessoas a serem mais prudentes e sensatas diante de casos semelhantes, principalmente diante do envolvimento de seres humanos ainda em formação, que precisam do amparo, da compreensão e do amor por parte de quem tem a obrigação de somente acertar, em benefício e contribuição para a construção de sociedade mais equilibrada e responsável, conscientizada sobre a sua importância para o mundo com maior espírito de  humanização, em que as pessoas sejam menos agressivas e mais respeitadoras dos seus semelhantes.
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 16 de dezembro de 2018

Nenhum comentário:

Postar um comentário