Comemora-se,
nesta data, os 65 anos da emancipação político-administrativa da cidade de
Uiraúna, Paraíba, e eu já fazia parte da sua população estruturada por pouca
gente, que residia praticamente em vilarejo pronto a criar asas e crescer, com
o sopro vindo da sua independência tão ansiada.
Tudo
aconteceu graças ao trabalho operoso e persistente de homens públicos de
invejoso quilate político, extremamente ambicionados para tornar o pequeno
núcleo populacional encravado nas terras doadas pelo generoso Padre França, que
havia sido formado igualmente por pessoas desejosas de contribuir para o
desenvolvimento social e econômico de cidade que se apresentava pronta para
caminhar com as próprias pernas e construir comunidade fraterna, trabalhadora e
cheia de aspirações de progresso.
Vê-se
que o núcleo indispensável à formação de cidade independente tinha consistência,
que se materializava na firme disposição das pessoas mentoras e defensoras da
autonomia política, fartamente demonstrada na persistência em busca da
aprovação do projeto que foi transformada em lei exatamente no dia 2 de
dezembro de 1953.
Naquele
dia, como disse anteriormente, eu tive a satisfação de participar dos efusivos
festejos de bastante alegria, onde a nova cidade foi transformada em verdadeiro
picadeiro de muitas comemorações, com o povo nas ruas aplaudindo as autoridades
que lutaram bravamente para tamanha conquista, tendo a incontestável liderança
do Dr. Osvaldo Cascudo, que, apesar de não ter nascido na cidade, mas sim em Luís
Gomes, foi verdadeiro herói em defesa de projeto contestado por opositores à
iniciativa separatista.
Apesar
da ferrenha resistência, o luisgomense crescia em esforço e coragem, em demonstração
como se uiraunense genuíno fosse, na desmedida luta pela emancipação que havia iniciada
ainda no segundo lustro da década de quarenta, o que evidencia o seu
imensurável histórico de amor à causa que finalmente teve final feliz nesta
histórica data, que ora é relembrada com muita alegria, a par de ser imperiosa a
necessidade do reconhecimento e da gratidão às pessoas que se empenharam bravamente
para que Uiraúna pudesse dar o seu grito de liberdade político-administrativa.
Lembro-me
ainda que avião do tipo teco-teco, aeronave moderna da época, possivelmente com
capacidade de assentos para duas pessoas, no máximo, que tinha base na progressiva
cidade de Cajazeiras, soltava do alto panfletos em alusão ao momento histórico
e festivo, dando as boas novas aos uiraunenses orgulhosos da sua autonomia
política.
Os
fatos mostram que não foi em vão o gigantesco esforço desprendido por
visionários homens públicos, que certamente se sacrificaram em nome de boa
causa, porque Uiraúna é exatamente a exuberância da cidade que é hoje o
resultado da luta empreendida naqueles tempos difíceis, por homens corajosos e
conscientes sobre a importância do momento político de então.
Naquela
época, havia a predominância do renhido atraso da mentalidade de políticos
históricos, que se julgavam verdadeiros donatários das capitanias, dificultando,
a todo custo, a emancipação de núcleos populacionais de seus domínios políticos,
a exemplo do que ocorreu com Uiraúna, que demorou a se desvincular da então
Antenor Navarro, porque não era do interesse de influente político daquele
município, à vista da possibilidade da perda de influência e poder políticos
regionais.
Assim,
por me considerar partícipe daquele inesquecível momento histórico, desde
quando foi lançada a pedra fundamental de cidade que soube aproveitar os bons fluidos
bafejados por homens públicos guerreiros e destemidos, em busca de causa da
maior importância para os uiraunenses, que me associou, nesta data especial, aos
demais filhos de Uiraúna, para parabenizá-la pelo seu aniversário, diante da
sua importância político-administrativa, na esperança de que esta data seja
marco para os melhores augúrios de progressos, que possam estar presentes em
todo o seu território, espargindo os melhores sentimentos de felicidade, paz,
proteção, segurança, saúde, benquerença e amor para todos filhos dessa sempre
amada terra dos famosos pássaros pretos, eternizados no belíssimo Monumento aos
Pássaros, da autoria arquitetônica e artística, respectivamente, dos ilustres
uiraunenses Eudim de Amâncio e Ciro Fernandes.
Parabenizo
a querida Uiraúna, minha terra natal, pelo transcurso de seu aniversário de emancipação
político-administrativa, implorando a Jesus, Maria e José que lhe sejam
concedidas as melhores bênçãos e luzes celestiais, de modo à facilitação das
conquistas da esperança e do desenvolvimento.
Brasília,
em 2 de dezembro de 2018
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