O
presidente da República eleito viajou para a Base Naval de Restinga de
Marambaia, no Rio de Janeiro, onde ele e sua família vão passar o Natal, com
previsão de estadia de cinco dias.
A Restinga de Marambaia
é um espaço no litoral fluminense que costuma ser utilizado por presidentes da
República.
O
atual presidente já utilizou as belezas naturais da referida Restinga, que
também, foi frequentada por outros presidentes, como o tucano e o petista.
O
próprio presidente eleito já a visitou e se hospedou no local, no feriado de
Finados, em novembro último.
Vê-se
que se trata de unidade mantida com recursos públicos, que deve ter a finalidade
específica de interesse nacional, na exclusiva serventia da Marinha do Brasil.
É
evidente que o espaço da base naval, pelo menos nos países sérios, civilizados
e evoluídos, jamais deveria servir de hotel de luxo para presidentes e suas
famílias ficarem usufruindo das mordomias que naturalmente são prestadas para essas
autoridades, com as despesas pagas pelos bestas dos contribuintes.
No
caso do presidente eleito a situação fica ainda mais complicada, porque ele
ainda não tomou posse, ou seja, não é presidente efetivo, mas mesmo assim já
acha com o direito do usufruto dessas indevidas benesses, igualmente às
expensas dos idiotas dos brasileiros.
À
toda evidência, o presidente eleito ainda não faz jus a tratamento dado a
presidente do país, visto que nenhuma prerrogativa é concedida a alguém nessas condições.
Por
via de consequência, é absolutamente censurável e abominável que ele tenha tido
tratamento completamente incompatível com a situação de apenas presidente
eleito, sem direito a nada.
Aliás,
essa forma de abuso com os bens públicos é exemplo clássico de desperdício de
recursos públicos, porque, a bem da verdade, nunca faltou dinheiro para as
autoridades públicas, como presidentes, parlamentares, magistrados etc. usufruírem
das prerrogativas que acham que fazem jus, abuso esse que vem de priscas eras, conquanto
lá nos hospitais, nas escolas e nos demais serviços públicos de incumbência do
Estado a precariedade é simplesmente da mais extrema perversidade, porque
sempre falta absolutamente tudo, justamente porque, na ponta de cima, há
verdadeiro esbanjamento de fazer inveja às nações desenvolvidas, nunca faltando
recursos para eles.
Imaginava-se
que o futuro presidente da República tivesse um pouco mais de sensibilidade
para essa grave questão e pudesse perceber a tristeza da efetiva precariedade
dos serviços públicos, em geral, onde os pobres são os mais desvalidos,
exatamente pela insensatez por parte de quem tem o dever de atentar para as
gravíssimas mazelas seculares.
Pode
até parecer ridículo se questionar tão pouco abuso pelo uso de bens e dinheiro públicos
colocados à disposição de futuro presidente do país, mas é justamente de pouco
em pouco, ou melhor dizendo, de grão em grão que os galináceos enchem seus papos
e o mesmo princípio bem que poderia ser aplicado na execução dos orçamentos
públicos, partindo-se o exemplo do próprio presidente do país, que certamente tem
muito a ser economizado, em termos de mordomias e desperdícios de recursos.
Não
custa absolutamente nada, para quem tem milhões de reais, como declarado à Justiça
Eleitoral, passar o Natal ou Réveillon, nos melhores hotéis ou locais do mundo,
desde que às suas custas, porque os brasileiros já se cansaram dos abusos de governos
insensatos e insensíveis, quanto à verdadeiro preciosidade dos recursos
públicos, que precisam ser aplicados exclusivamente em atendimento à satisfação
do interesse público, com embargo das mordomias nunca dispensadas por homens públicos,
autênticos aproveitadores e arredios aos princípios da economicidade, em
relação aos gastos com mordomias palacianas e demais prerrogativas inerentes
aos ocupantes de relevantes cargos da República.
Urge
que os homens públicos, inclusive os presidentes da República, sejam levados ao
compulsório esforço sobre a premente necessidade do entendimento de que é preciso
haver conscientização acerca dos bons exemplos de racionalização e economicidade
dos recursos públicos, de modo que sejam restringidos ao extremo as mordomias palacianas
e os abusos no usufruto dos serviços dispensáveis custeados com recursos
públicos, enquanto não forem atendidas, de forma satisfatória, às carências e
necessidades da população pobre, que tem prioridade quanto ao recebimento, com
qualidade, dos serviços essenciais da incumbência constitucional do Estado.
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 22 de dezembro de 2018
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