quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

Mensagem natalina de resistência


O ex-presidente da República petista enviou carta-mensagem de Natal, exatamente na noite do dia 24 de dezembro, aos militantes da “Vigília Lula Livre” e conclamou que seus apoiadores Sigamos fortes”, tendo alegado, como princípio, que "O ódio pode estar na moda, mas não temam nem se impressionem com essas pessoas posando de valentões".
O petista fez clara referência ao governo do presidente eleito, em mensagem que foi lida pelo ex-prefeito de São Bernardo do Campo, em frente à Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba (PR), onde o petista-mor se encontra preso desde abril último, por ter sido condenado na Operação Lava-Jato, pelos gravíssimos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
O petista disse, em continuidade da sua mensagem de Natal, que “O tempo deles vai passar e a verdadeira mensagem de Jesus, um marceneiro que foi perseguido pelos vendilhões do templo, pelos soldados e pelos promotores dos poderosos, vai continuar a ecoar em cada Natal: uma mensagem de amor, fraternidade e esperança”.
Ele disse que “Esse Natal não poderei estar junto fisicamente com a minha família, meus filhos e netos. Mas não estou sozinho. Estou com vocês da vigília, que tem sido minha família, e com todos aqueles que vieram passar esse Natal junto de vocês”.
No ato denominado ”Natal com Lula “, diversos militantes se reuniram na vigília montada em frente à Polícia Federal, onde celebraram a ceia, em homenagem ao ex-presidente.
O petista aproveitou a oportunidade para agradecer aos apoiadores, tendo afirmado: “Quero agradecer a companhia que tem me feito a cada dia, todo o dia, durante essa provação, no frio do inverno do Paraná ou no calor que tem feito esses dias. O Natal é a época do ano em que lembramos com mais força da vinda de Jesus, dos ideais de solidariedade e bondade cristãos. Nos aproximamos da família e dos amigos, celebramos juntos, nos abraçamos e reunimos força para o ano seguinte”.
É lamentável que figura política da maior relevância nacional aproveite o momento das festas natalinas para se referir a tema ligado ao ódio, por ser algo que foi explorado intensamente e com muito ardor como instrumento ligado aos seus projetos políticos, quando foi institucionalizado e incentivado o famoso lema "nós" contra "eles", em clara menção à disputa antagônica com os seus opositores.
          O pior de tudo isso é que, em absoluto, o ódio nunca esteve tão fora de moda, no exato momento, ao contrário do que foi insinuado pelo líder petista, que tenta passar para a militância que o apoia mensagem totalmente distorcida e fora de sintonia com a realidade da política brasileira, porque o presidente da República eleito tem demonstrado completas neutralidade e tranquilidade, buscando a pacificação dos ânimos dos brasileiros, em clima de paz e amor jamais visto neste país, conforme tem sido o seu propósito de reconstrução de país destroçado justamente por parte de quem prega a resistência a algo indiscutivelmente inexistente, na atualidade.
Na verdade, os grandes líderes aproveitam o sentimento festivo justamente para enaltecer as conquistas, as realizações saudáveis e os melhores fatos que possam ser otimizados para o futuro, mas jamais ressaltarem situações que têm sido desagradavelmente protagonizadas na sua índole política, de destruição de seus opositores, que sempre mereceram tratamento de ferrenhos inimigos, exatamente por não concordarem com a sua ideologia contrária ao pensamento libertário.
Causa enorme perplexidade que, ainda em pleno século XXI, não tenha ninguém do partido dele que ouse dissentir dessa condenável ideologia, que tem o ranço do anacronismo e de cristalina fórmula de discriminação, quando o ex-presidente se refere “O tempo deles vai passar e a verdadeira mensagem de Jesus (...) vai continuar a ecoar em cada Natal: uma mensagem de amor, fraternidade e esperança”, dando a entender que somente ele e seus seguidores são os puros, para quem somente a eles ressoa a mensagem de Jesus Cristo de amor, fraternidade e esperança.
Agora, parece muito mais estranho ainda é que os seguidores do ex-presidente concordam com o esdrúxulo pensamento do líder maior, entendendo realmente que existem os verdadeiros brasileiros e os outros, os  “eles” (vejam-se nos dizeres “O tempo deles...”), ou seja, os outros brasileiros, em clara demonstração de separatismo absolutamente vergonhoso e condenável, porque isso nada mais é do que a reafirmação do antipatriotismo, evidenciando que, quem não comungar com a cartilha socialista, é considerado “eles”, “deles”, ou seja, os “outros” que fazem parte de mundo diferente.
É preciso que os brasileiros se conscientizem de que a política errática de “nós” contra “eles” precisa ser definitivamente eliminada do plano político, tendo em conta que ela tem apenas a finalidade de alimentar mentes doentes e ultrapassadas, que defendem a diferenciação das pessoas, na exata compreensão de que existe alguém melhor ou superior, quando se sabe que todos são iguais perante a lei e não é por meio da ideologia que isso possa ser considerado normal.        
Enfim, trata-se de mensagem natalina visivelmente dispensável, porque mostra que o líder político encontra-se completamente desatualizado da política brasileira, que nunca esteve passando por clima da mais absoluta tranquilidade, possivelmente por ele, trancafiado, não ter condições mínimas de influenciar diretamente seus seguidores, que ainda permanecem acreditando em quem se encontra em plena decadência moral e política, diante da condenação à prisão, a ponto de abalar de morte a sua credibilidade como homem público.
Parte expressiva dos brasileiros, diante dos esquemas de corrupção que contribuíram para abalar a estrutura moral de lideranças políticas, anseia pela urgente moralização do Brasil, por meio da eliminação da vida pública dos maus políticos, como única maneira capaz de o país voltar a respirar a pureza ínsita dos princípios da ética, do decoro, da moralidade, da legalidade, da dignidade, da justiça social e do respeito aos sentimentos humanos, com o que será possível a retomada dos trilhos do desenvolvimento socioeconômico.
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 26 de dezembro de 2018

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