O ex-presidente da República petista enviou carta-mensagem
de Natal, exatamente na noite do dia 24 de dezembro, aos militantes da “Vigília
Lula Livre” e conclamou que seus apoiadores “Sigamos
fortes”, tendo alegado, como princípio, que "O ódio pode estar na moda, mas não temam nem
se impressionem com essas pessoas posando de valentões".
O petista fez clara referência ao governo do
presidente eleito, em mensagem que foi lida pelo ex-prefeito de São Bernardo do
Campo, em frente à Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba (PR), onde
o petista-mor se encontra preso desde abril último, por ter sido condenado na
Operação Lava-Jato, pelos gravíssimos crimes de corrupção passiva e lavagem de
dinheiro.
O
petista disse, em continuidade da sua mensagem de Natal, que “O tempo deles vai passar e a verdadeira
mensagem de Jesus, um marceneiro que foi perseguido pelos vendilhões do templo,
pelos soldados e pelos promotores dos poderosos, vai continuar a ecoar em cada
Natal: uma mensagem de amor, fraternidade e esperança”.
Ele
disse que “Esse Natal não poderei estar
junto fisicamente com a minha família, meus filhos e netos. Mas não estou
sozinho. Estou com vocês da vigília, que tem sido minha família, e com todos
aqueles que vieram passar esse Natal junto de vocês”.
No
ato denominado ”Natal com Lula “, diversos militantes se reuniram na vigília
montada em frente à Polícia Federal, onde celebraram a ceia, em homenagem ao
ex-presidente.
O
petista aproveitou a oportunidade para agradecer aos apoiadores, tendo
afirmado: “Quero agradecer a companhia
que tem me feito a cada dia, todo o dia, durante essa provação, no frio do
inverno do Paraná ou no calor que tem feito esses dias. O Natal é a época do
ano em que lembramos com mais força da vinda de Jesus, dos ideais de
solidariedade e bondade cristãos. Nos aproximamos da família e dos amigos,
celebramos juntos, nos abraçamos e reunimos força para o ano seguinte”.
É
lamentável que figura política da maior relevância nacional aproveite o momento
das festas natalinas para se referir a tema ligado ao ódio, por ser algo que
foi explorado intensamente e com muito ardor como instrumento ligado aos seus
projetos políticos, quando foi institucionalizado e incentivado o famoso lema
"nós" contra "eles", em clara menção à disputa antagônica
com os seus opositores.
O
pior de tudo isso é que, em absoluto, o ódio nunca esteve tão fora de moda, no
exato momento, ao contrário do que foi insinuado pelo líder petista, que tenta
passar para a militância que o apoia mensagem totalmente distorcida e fora de
sintonia com a realidade da política brasileira, porque o presidente da
República eleito tem demonstrado completas neutralidade e tranquilidade,
buscando a pacificação dos ânimos dos brasileiros, em clima de paz e amor
jamais visto neste país, conforme tem sido o seu propósito de reconstrução de país
destroçado justamente por parte de quem prega a resistência a algo
indiscutivelmente inexistente, na atualidade.
Na
verdade, os grandes líderes aproveitam o sentimento festivo justamente para enaltecer
as conquistas, as realizações saudáveis e os melhores fatos que possam ser otimizados
para o futuro, mas jamais ressaltarem situações que têm sido desagradavelmente protagonizadas
na sua índole política, de destruição de seus opositores, que sempre mereceram tratamento
de ferrenhos inimigos, exatamente por não concordarem com a sua ideologia
contrária ao pensamento libertário.
Causa
enorme perplexidade que, ainda em pleno século XXI, não tenha ninguém do partido
dele que ouse dissentir dessa condenável ideologia, que tem o ranço do
anacronismo e de cristalina fórmula de discriminação, quando o ex-presidente se
refere “O tempo deles vai passar e a
verdadeira mensagem de Jesus (...) vai
continuar a ecoar em cada Natal: uma mensagem de amor, fraternidade e esperança”,
dando a entender que somente ele e seus seguidores são os puros, para quem somente
a eles ressoa a mensagem de Jesus Cristo de amor, fraternidade e esperança.
Agora,
parece muito mais estranho ainda é que os seguidores do ex-presidente concordam
com o esdrúxulo pensamento do líder maior, entendendo realmente que existem os verdadeiros
brasileiros e os outros, os “eles” (vejam-se
nos dizeres “O tempo deles...”), ou seja, os outros brasileiros, em clara
demonstração de separatismo absolutamente vergonhoso e condenável, porque isso
nada mais é do que a reafirmação do antipatriotismo, evidenciando que, quem não
comungar com a cartilha socialista, é considerado “eles”, “deles”, ou seja, os “outros”
que fazem parte de mundo diferente.
É
preciso que os brasileiros se conscientizem de que a política errática de “nós”
contra “eles” precisa ser definitivamente eliminada do plano político, tendo em
conta que ela tem apenas a finalidade de alimentar mentes doentes e ultrapassadas,
que defendem a diferenciação das pessoas, na exata compreensão de que existe
alguém melhor ou superior, quando se sabe que todos são iguais perante a lei e
não é por meio da ideologia que isso possa ser considerado normal.
Enfim,
trata-se de mensagem natalina visivelmente dispensável, porque mostra que o
líder político encontra-se completamente desatualizado da política brasileira,
que nunca esteve passando por clima da mais absoluta tranquilidade,
possivelmente por ele, trancafiado, não ter condições mínimas de influenciar
diretamente seus seguidores, que ainda permanecem acreditando em quem se
encontra em plena decadência moral e política, diante da condenação à prisão, a
ponto de abalar de morte a sua credibilidade como homem público.
Parte
expressiva dos brasileiros, diante dos esquemas de corrupção que contribuíram
para abalar a estrutura moral de lideranças políticas, anseia pela urgente
moralização do Brasil, por meio da eliminação da vida pública dos maus
políticos, como única maneira capaz de o país voltar a respirar a pureza ínsita
dos princípios da ética, do decoro, da moralidade, da legalidade, da dignidade,
da justiça social e do respeito aos sentimentos humanos, com o que será
possível a retomada dos trilhos do desenvolvimento socioeconômico.
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 26 de dezembro de 2018
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