O
Partido dos Trabalhadores anunciou, como forma de boicote ao novo governo, que
seus deputados e senadores eleitos não participarão da cerimônia de posse do
presidente da República, em 1º de janeiro.
Nos
termos da nota expedida pelo partido, o resultado das urnas é legítimo, mas "isso não impede (o PT) de denunciar que a lisura do processo
eleitoral de 2018 foi descaracterizada pelo golpe do impeachment,
pela proibição ilegal da candidatura do ex-presidente Lula e pela
manipulação criminosa das redes sociais para difundir mentiras contra
o candidato Fernando Haddad".
O
partido também diz que a ausência na cerimônia é ato de resistência, em
protesto a "discursos e ações
que estimulam o ódio, a intolerância e a discriminação. Não aceitamos que tais
práticas sejam naturalizadas como instrumento da disputa política".
A
nota esclarece que, no dia 1º, dia da posse do novo presidente eleito,
apoiadores do ex-presidente da República petista planejam fazer atos em
defesa da democracia, na sede da Superintendência da Polícia Federal, em
Curitiba (PR), onde o petista se encontra cumprindo pena de condenação pela
Justiça, de doze anos e um mês de prisão, pela prática dos crimes de corrupção
passiva e lavagem de dinheiro.
A assessoria do PT não
confirmou se haverá a participação de parlamentares nas manifestações no dia 1º,
em Curitiba.
Trata-se
de anúncio de medida completamente inócua e desnecessária, quando se sabe que
boicote, no estrito sentido etimológico da palavra, nada mais é do que se
recusar a ter relações ou afinidades com determinada situação, conforme o caso,
que funciona como manifestação de protesto, em termos negativos, em contestação
contra quem se destina o ato supostamente hostil.
No
caso de que se trata, essa forma de pseudo protesto caiu como uma luva nos
interesses do presidente eleito, haja vista que ele certamente sentir-se-ia
extremamente angustiado se o PT tivesse anunciado, ao contrário, que
participaria da posse dele, uma vez que, em termos políticos, o novo mandatário
do país pretende ver a distância os integrantes petistas, diante da ojeriza
dele às suas lideranças.
Ou
seja, a declaração da presidente do PT funcionou como auspiciosa medida em
favor do novo presidente, em razão da ausência de integrantes desse partido na
solenidade da sua posse.
A
verdade é que seria boicote extremamente desagradável e, ao contrário, se a sigla
petista tivesse decidido que participaria do evento de posse, tamanho teria
sido o desgosto desse comunicado, diante da ferrenha animosidade existente
entre ambos, demonstrada pela polarização consolidada na campanha eleitoral, em
que o futuro presidente se beneficiou eleitoralmente, em razão dessa situação
de muita animosidade política.
Agora,
há o sentimento de puras inverdades sobre a denúncia de descaracterização da
lisura do processo eleitoral, quando se sabe que o impeachment transcorreu em
absoluta constitucionalidade, em consonância com os princípios da legalidade
democrática, tendo sido placitado pelo Supremo Tribunal Federal, que convalidou
os atos adotados pela respectiva comissão, ao negar todos os recursos
impetrados pela então presidente da República, que realmente incorreu no crime
de responsabilidade fiscal, conforme manifestação do Tribunal de Contas da
União, que deu parecer contrário à aprovação das contas da petista, diante da
constatação da prática das “famosas” pedaladas fiscais, que é o pagamento de
despesas do Estado mediante o empréstimo de dinheiro de banco oficial, que é
prática vedada por disposições legal e constitucional.
No
caso da proibição da candidatura do ex-presidente da República petista, nunca
houve tanta legitimidade para que ele ficasse fora da disputa eleitoral ao
Palácio do Planalto, ante a constatação do imperativo legal de que não se admite
candidatura de pessoa ficha-suja, em razão de disposição normativa constante da
Lei da Ficha Limpa, com a prescrição de que o condenado em segunda instância da
Justiça fica automaticamente inelegível, que era o caso do petista, na ocasião,
por ter sido condenado, em janeiro de 2018, a doze anos e um mês de prisão, pela
prática dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, com relação ao
caso da propina referente ao tríplex de Guarujá (SP).
No
que se refere à denúncia sobre a manipulação criminosa das redes sociais para difundir
mentiras contra o candidato do PT, todas as empresas já atestaram que não houve
essa prática criminosa em nome do candidato que sido acusado de forma indevida.
A
nota protesta contra o que o PT chama de "discursos e ações que estimulam o ódio, a intolerância e a
discriminação. Não aceitamos que tais práticas sejam naturalizadas como
instrumento da disputa política", o que constitui outra notória incoerência
por parte dele, uma vez que já existe a tutela de quem institucionalizou o famigerado
sentimento de ódio, ao martelar com a disseminação do ”nós” contra “eles”,
muito bem antes do pleito eleitoral, demonstrando a sua marca de ódio e intolerância
contra aqueles que não comungam na cartilha do regime socialista.
Não
passa de verdadeira brincadeira de mau gosto a afirmação de que “apoiadores do ex-presidente da República
petista planejam fazer atos em defesa da democracia, na sede da
Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba (PR), (...)”, quando se
sabe que, nem nas republiquetas, se pode confundir defesa de democracia, que
tem como princípio a soberana vontade popular, edificada em sentimento de
pureza, licitude, dignidade, decoro, probidade, moralidade, com a atitude de
explícitas idolatria e adoração a pessoa maculada, condenada e trancafiada por
prática de crimes gravíssimos contra a sociedade, fato este que representa tão
somente a antítese dos salutares princípios norteadores e vetores da democracia.
Em
síntese, a nota petista é mais uma claríssima demonstração de prepotência e indevida
tentativa de resistência à cristalina realidade dos fatos, evidenciando enorme
dificuldade em compreender a real dinâmica dos verdadeiros princípios democráticos,
resultantes da força da vontade soberana dos brasileiros, que foi revelada nas
urnas eletrônicas, em veementes repúdios aos desmandos, aos atos de corrupção e,
enfim, à esculhambação e à desmoralização implantadas na República tupiniquim.
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 31 de dezembro de 2018
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