sábado, 24 de abril de 2021

A manipulação dos fatos?

 

Diante da precariedade da saúde pública brasileira, eu escrevei crônica lamentando a situação caótica do combate à pandemia do coronavírus, que já causara a morte de quase 400 mil pessoas.

Essa situação é dolorosa demais para todos nós, que não nos conformamos com tanta indiferença das autoridades púbicas, que jamais poderiam ficar inertes, porque há sim enorme descaso, diante de somente fazer o necessário, como se o governo apenas tivesse competência para administrar a tragédia.

À vista de tantas mortes, governo com o pouco de sensibilidade humana já teria revolucionado tudo que fosse necessário para se encontrar alguma medida para, pelo menos, mostrar que tantas mortes exigem outros tratamentos diferentes do que vem sendo administrado, certamente sem nenhum sucesso.

Quando se critica o governo, é exatamente porque faltam interesse e boa vontade política  para a busca de alternativa da mesmice, que somente contribui para potencializar a força do vírus, que praticamente não encontra resistência à sua desenvoltura.   

Um atento cidadão fez mensagem para dizer que “ (...) infelizmente este vírus está matando muita gente, entretanto não concordo que este número de mortos seja somente pelo covid 19, pois não se fala mais em outra causa, é lógico que uma pessoa com problema renal, cardíaco ou outra enfermidade ao contrair covid a possibilidade de morte é maio. Eu fui acometido de câncer de nasofaringe, fiz meu tratamento de rádio e quimioterapia, fiquei internado 10 dias no HFA, tive infecção hospitalar e pneumonia, isto a cinco anos. Hoje nessa situação se tivesse pego covid provavelmente teria morrido e a causa seria covid e não o câncer.”.

A sua afirmação tem realmente ressonância com o que está acontecendo na atualidade, porque isso é pura verdade, mas só temos que nos basear nas estatísticas existentes, que, infelizmente, são manipuladas, como, de resto, acontece no país, cujo povo aceita viver de mentiras, falsificações e corrupção.

Ninguém conhece um único político nem ninguém (nem eu, que nada represento nesse universo Brasil) empunhando a bandeira da verdade, gritando aos brados para mudar o status quo, em defesa da autenticidade sobre os fatos, porque isso é apenas o sentimento que precisa imperar em nação que pretende se tornar evoluída e civilizada, que, evidentemente, não é o caso do Brasil, onde os principais homens públicos não se envergonham das suas falcatruas.

O exemplo clássico deste triste realidade parte da principal autoridade da República que, demonstrando não aceitar as regras democráticas da CPI, teve a indignidade de propor a um senador, com a maior simplicidade, para não dizer algo mais grave,  para "se fazer do limão uma limonada".

Ou seja, para o bom entendedor, é preciso que alguém seja hábil na manipulação dos fatos, quanto à possibilidade de distorcê-los em proveito do sistema, já que não foi possível se evitar que os fatos relacionados à Covid, no que diz ao combate à pandemia, pelo governo sejam efetivamente investigados.

Daí a penosa ilação de se puder concluir que a pouca-vergonha se encontra também nas entranhas da República, conforme mostram os fatos do dia a dia.

O pior de tudo isso é que o péssimo exemplo tem o beneplácito do povo sabujo, que ainda consegue fechar os olhos para atos compreendidos em seboseira, quando o ideal seria o repúdio, com veemência, como decerto acontece nos países sérios e civilizados, onde há desprezo aos homens públicos imprudentes, que desprezam os princípios da moralidade e da dignidade.

Brasília, em 24 de abril de 2021

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