Diante da precariedade da saúde pública brasileira,
eu escrevei crônica lamentando a situação caótica do combate à pandemia do
coronavírus, que já causara a morte de quase 400 mil pessoas.
Essa situação é dolorosa demais para todos nós, que
não nos conformamos com tanta indiferença das autoridades púbicas, que jamais
poderiam ficar inertes, porque há sim enorme descaso, diante de somente fazer o
necessário, como se o governo apenas tivesse competência para administrar a tragédia.
À vista de tantas mortes, governo com o pouco de
sensibilidade humana já teria revolucionado tudo que fosse necessário para se
encontrar alguma medida para, pelo menos, mostrar que tantas mortes exigem
outros tratamentos diferentes do que vem sendo administrado, certamente sem
nenhum sucesso.
Quando se critica o governo, é exatamente porque
faltam interesse e boa vontade política para a busca de alternativa da mesmice, que
somente contribui para potencializar a força do vírus, que praticamente não encontra
resistência à sua desenvoltura.
Um atento cidadão fez mensagem para dizer que “
(...) infelizmente este vírus
está matando muita gente, entretanto não concordo que este número de mortos
seja somente pelo covid 19, pois não se fala mais em outra causa, é lógico que
uma pessoa com problema renal, cardíaco ou outra enfermidade ao contrair covid
a possibilidade de morte é maio. Eu fui acometido de câncer de nasofaringe, fiz meu
tratamento de rádio e quimioterapia, fiquei internado 10 dias no HFA, tive
infecção hospitalar e pneumonia, isto a cinco anos. Hoje nessa situação se
tivesse pego covid provavelmente teria morrido e a causa seria covid e não o
câncer.”.
A sua afirmação tem realmente ressonância com o que
está acontecendo na atualidade, porque isso é pura verdade, mas só temos que
nos basear nas estatísticas existentes, que, infelizmente, são manipuladas,
como, de resto, acontece no país, cujo povo aceita viver de mentiras, falsificações
e corrupção.
Ninguém conhece um único político nem ninguém (nem
eu, que nada represento nesse universo Brasil) empunhando a bandeira da
verdade, gritando aos brados para mudar o status quo, em defesa da
autenticidade sobre os fatos, porque isso é apenas o sentimento que precisa
imperar em nação que pretende se tornar evoluída e civilizada, que,
evidentemente, não é o caso do Brasil, onde os principais homens públicos não
se envergonham das suas falcatruas.
O exemplo clássico deste triste realidade parte da
principal autoridade da República que, demonstrando não aceitar as regras
democráticas da CPI, teve a indignidade de propor a um senador, com a maior
simplicidade, para não dizer algo mais grave, para "se fazer do limão uma limonada".
Ou seja, para o bom entendedor, é preciso que
alguém seja hábil na manipulação dos fatos, quanto à possibilidade de
distorcê-los em proveito do sistema, já que não foi possível se evitar que os
fatos relacionados à Covid, no que diz ao combate à pandemia, pelo governo
sejam efetivamente investigados.
Daí a penosa ilação de se puder concluir que a
pouca-vergonha se encontra também nas entranhas da República, conforme mostram os
fatos do dia a dia.
O pior de tudo isso é que o péssimo exemplo tem o
beneplácito do povo sabujo, que ainda consegue fechar os olhos para atos
compreendidos em seboseira, quando o ideal seria o repúdio, com veemência, como
decerto acontece nos países sérios e civilizados, onde há desprezo aos homens
públicos imprudentes, que desprezam os princípios da moralidade e da dignidade.
Brasília,
em 24 de abril de 2021
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