Em crônica, comentei, mais uma vez, a situação referente
ao hospital de Uiraúna, em especial a notícia mais recente de que,
possivelmente, as obras no imóvel que se destinaria a ele podem não servir para
essa finalidade, conforme foi esclarecido pela prefeita municipal.
Diante disso, um atento e interessado cidadão
aproveitou o ensejo para se manifestar, talvez pretendendo contribuir em forma
de alerta, tendo dito, verbis: “Enquanto não surgir uma oposição descente, essa terra
nunca mudará. Eu não entendo pq os ataques a antiga gestão em que a atual
gestão fazia parte.”.
À
primeira vista, não entendi o verdadeiro sentido da expressão: "ataques
a antiga gestão", pensando até que eles partiriam de mim, mas percebi claramente que parece ter
se tornado clichê a atual gestão municipal sempre se referir aos erros da administração
anterior, como no caso em referência, quando a prefeita a criticou, como se ela
ainda estivesse em plena campanha eleitoral e precisasse ganhar votos, sob a
necessidade de apontar falhas remanescentes, que repercutem na sua gestão, a
exemplo das obras em comento.
Por
questão de clareza, no meu caso, tenho mostrado e analisados os fatos reais,
sem nenhuma preocupação com situação ou oposição, mas apenas com o interesse da
população.
Já
opinei bastante sobre a causa do hospital e até agora o resultado é desanimador,
conforme mostram os fatos.
O
ideal é que acabem, o quanto antes e em definitivo, as críticas entre aos
políticos e todos se esforcem no sentido da viabilização da construção da tão
importante obra referente ao hospital, que continua sendo prioritária para a
população uiraunense.
À
toda evidência, não pode ser saudável que atual gestão, sempre que tenha
oportunidade, fique ainda criticando o que se passou, porque isso só contribui
para aumentar as desavenças políticas que não levam a lugar algum, salvo para
se manter em atividade algo que já deveria ter sido sepultado precisamente no primeiro
dia do ano, quando começou o novo governo, que defendia uma das metas
prioritárias: mudança, mudança e mudança.
Se
realmente o objetivo da administração atual é fazer algo em benefício do povo,
tendo por primado o princípio da mudança, então nada melhor do que se preocupar
em apenas trabalhar e realizar seus serviços e obras, pondo uma gigantesca pedra
em cima do passado, porque este é fato que o povo, na sua inteligência, tem
capacidade suficiente para avaliar o que foi feito em benefício da comunidade
e, nas mesmas condições, o que deixou de ser feito, a partir dos resultados da
atual administração, que certamente será avaliada com a nota conforme os
benefícios contabilizados em prol do povo.
É
preciso se entender que o sentimento de mudança, tão disseminado na campanha
eleitoral, compreende também e sobretudo o respeito ao passado, aos
administradores anteriores, porque tudo que for implementado agora vai falar
por si só e o povo saberá avaliar, em termos comparativos, sem necessidade de críticas
ao que foi feito ou deixado de ser realizado no passado, que, sendo bom ou ruim,
é algo simplesmente do passado, não cabendo, por questão de sensibilidade
humana, ser mais objeto de lembranças e lamentações, diante da impossibilidade
de reparação.
É
muito importante que a atual gestão estabeleça as suas metas de governo e as
realize com as maiores seriedade e competência possíveis, sem se preocupar com
os erros ou acertos do passado.
Não
há a mínima necessidade de se tecer comentários depreciativos sobre o insucesso
das obras que seriam para o hospital, porque, se for o caso de haver a sua condenação,
por questão de ordem técnico-estrutural, o fato em si dispensa comentários ou
críticas, porque fica muito claro de que o planejamento pertinente não foi o
ideal e que todos sabem perfeitamente quem teve a iniciativa dos projetos.
A
verdade é que compete apenas à atual gestão avaliar as condições sobre a viabilidade
técnica, quanto ao aproveitamento das obras realizadas, para os fins projetados
e concluir quanto ao destino a ser dado ao imóvel e, for o caso, apurar as
responsabilidades, para fins de reparação de possíveis prejuízos causados ao erário,
sem necessidade alguma de críticas, porque isso não contribui senão para aumentar
o desentendimento que não leva a absolutamente nada.
Imagino
que, no âmbito da competência administrativa, a atual gestão precisa concentrar
forças e empenho em torno exclusivamente das suas metas, para que elas possam
ser executadas da melhor maneira possível, em benefício tanto da dignidade e da
grandeza da gestora como da população, que tem enorme ansiedade por que a
competência e a eficiência administrativas digam presentes neste momento de
múltiplas dificuldades, que somente serão superadas se realmente houver
desprendimento e sentimento de compreensão e boa vontade, em todos os sentidos.
Brasília,
em 21 de abril de 2021
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