quarta-feira, 21 de abril de 2021

Apelo à sensibilidade

 

Em crônica, comentei, mais uma vez, a situação referente ao hospital de Uiraúna, em especial a notícia mais recente de que, possivelmente, as obras no imóvel que se destinaria a ele podem não servir para essa finalidade, conforme foi esclarecido pela prefeita municipal.

Diante disso, um atento e interessado cidadão aproveitou o ensejo para se manifestar, talvez pretendendo contribuir em forma de alerta, tendo dito, verbis: Enquanto não surgir uma oposição descente, essa terra nunca mudará. Eu não entendo pq os ataques a antiga gestão em que a atual gestão fazia parte.”.

À primeira vista, não entendi o verdadeiro sentido da expressão: "ataques a antiga gestão", pensando até que eles partiriam  de mim, mas percebi claramente que parece ter se tornado clichê a atual gestão municipal sempre se referir aos erros da administração anterior, como no caso em referência, quando a prefeita a criticou, como se ela ainda estivesse em plena campanha eleitoral e precisasse ganhar votos, sob a necessidade de apontar falhas remanescentes, que repercutem na sua gestão, a exemplo das obras em comento.

Por questão de clareza, no meu caso, tenho mostrado e analisados os fatos reais, sem nenhuma preocupação com situação ou oposição, mas apenas com o interesse da população.

Já opinei bastante sobre a causa do hospital e até agora o resultado é desanimador, conforme mostram os fatos.

O ideal é que acabem, o quanto antes e em definitivo, as críticas entre aos políticos e todos se esforcem no sentido da viabilização da construção da tão importante obra referente ao hospital, que continua sendo prioritária para a população uiraunense.

À toda evidência, não pode ser saudável que atual gestão, sempre que tenha oportunidade, fique ainda criticando o que se passou, porque isso só contribui para aumentar as desavenças políticas que não levam a lugar algum, salvo para se manter em atividade algo que já deveria ter sido sepultado precisamente no primeiro dia do ano, quando começou o novo governo, que defendia uma das metas prioritárias: mudança, mudança e mudança.

Se realmente o objetivo da administração atual é fazer algo em benefício do povo, tendo por primado o princípio da mudança, então nada melhor do que se preocupar em apenas trabalhar e realizar seus serviços e obras, pondo uma gigantesca pedra em cima do passado, porque este é fato que o povo, na sua inteligência, tem capacidade suficiente para avaliar o que foi feito em benefício da comunidade e, nas mesmas condições, o que deixou de ser feito, a partir dos resultados da atual administração, que certamente será avaliada com a nota conforme os benefícios contabilizados em prol do povo.

É preciso se entender que o sentimento de mudança, tão disseminado na campanha eleitoral, compreende também e sobretudo o respeito ao passado, aos administradores anteriores, porque tudo que for implementado agora vai falar por si só e o povo saberá avaliar, em termos comparativos, sem necessidade de críticas ao que foi feito ou deixado de ser realizado no passado, que, sendo bom ou ruim, é algo simplesmente do passado, não cabendo, por questão de sensibilidade humana, ser mais objeto de lembranças e lamentações, diante da impossibilidade de reparação.

É muito importante que a atual gestão estabeleça as suas metas de governo e as realize com as maiores seriedade e competência possíveis, sem se preocupar com os erros ou acertos do passado.

Não há a mínima necessidade de se tecer comentários depreciativos sobre o insucesso das obras que seriam para o hospital, porque, se for o caso de haver a sua condenação, por questão de ordem técnico-estrutural, o fato em si dispensa comentários ou críticas, porque fica muito claro de que o planejamento pertinente não foi o ideal e que todos sabem perfeitamente quem teve a iniciativa dos projetos.   

A verdade é que compete apenas à atual gestão avaliar as condições sobre a viabilidade técnica, quanto ao aproveitamento das obras realizadas, para os fins projetados e concluir quanto ao destino a ser dado ao imóvel e, for o caso, apurar as responsabilidades, para fins de reparação de possíveis prejuízos causados ao erário, sem necessidade alguma de críticas, porque isso não contribui senão para aumentar o desentendimento que não leva a absolutamente nada.

          Imagino que, no âmbito da competência administrativa, a atual gestão precisa concentrar forças e empenho em torno exclusivamente das suas metas, para que elas possam ser executadas da melhor maneira possível, em benefício tanto da dignidade e da grandeza da gestora como da população, que tem enorme ansiedade por que a competência e a eficiência administrativas digam presentes neste momento de múltiplas dificuldades, que somente serão superadas se realmente houver desprendimento e sentimento de compreensão e boa vontade, em todos os sentidos.

Brasília, em 21 de abril de 2021

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