Aos
poucos, o presidente da República ensaia
e até tenta pôr em prática suas maquinações e loucuras inimagináveis, nos
bastidores secretos do Palácio do Planalto.
A
última tentativa fracassada, o presidente tentou o alinhamento incondicional
das Forças Armadas a seus projetos políticos antidemocráticos,
inconstitucionais e intervencionistas que fossem as suas proposições de cooptação
dos militares de alta patente.
Ele
desejava simplesmente impor na caserna das Forças Armadas o que foi implantado
na Polícia Federal, depois da expulsão do ex-juiz da Operação Lava-Jato do
Ministério da Justiça, em forma de manipulação de quadros, controle das ações e
o uso indevido do aparato para interesse de seus objetivos políticos, quem sabe
com a implantação de regime de exceção, no qual pudesse triunfar algo
excepcional ao estilo ditador moderno.
O
presidente mostra que tem sonhos longínquos das funções normais da presidência
do país, depois de ter se sentido acuado e dominado pela incompetência de seu governo,
em especial na gestão do combate à crise da pandemia do coronavírus, de modo a
querer resgatar o controle da situação, na marra, com base da força.
Ao
que tudo indica, mentalidade estúpida e absolutista movem os desejos do
mandatário do país, com a tentativa de rumos à mudança da democracia, tendo por
base a ameaça às instituições, ao Supremo Tribunal Federal, aos governadores e
a àqueles que estiverem contra os seus planos políticos de reeleição.
Na
semana do aniversário do regime militar de 1964, o presidente do país foi muito
claro, ao dizer o seu recado direto sobre os anseios que acalenta, quando a quartelada
teria o condão de se mostrar a consagração da medida necessária à garantia da manutenção
no poder.
Não
conseguindo, o presidente se viu obrigado a exonerar o ministro da Defesa, em
circunstância atabalhoada e humilhante, para os costumes republicanos, depois de
não ter conseguido a cabeça do comandante do Exército, que poderia ser um passo
à implantação da reforma que pretendia.
Tendo
recebido como resposta espécie de levante militar e o alerta de que as Forças Armadas
não cedem um milímetro dos ditames que regem os seus princípios em defesa da democracia
e do Estado de Direito, depois de mandar o recado ao presidente de que elas são
instituições de Estado, cujas funções estão claramente definidas na Constituição
Federal.
Os
comandantes militares, em uníssono, repudiaram, em alto e bom tom, a tentativa
de politização das Forças Armadas e o seu enquadramento deliberado, com o intuito
de engajá-las em aventuras arbitrárias do seu comandante-em-chefe.
Neste
momento de tentativa de manipulação, a hierarquia militar, o preparo, o
equilíbrio, o senso de dever para com a estabilidade das instituições republicanas
e o respeito à Lei Maior do país falaram mais alto em defesa dos princípios
basilares de comportamento e responsabilidade perante a pátria.
O
general substituído caiu atirando contra atitude autoritária do presidente, ao
deixar claro e eloquente recado na carta de despedida, quando afirmou
textualmente que não transgrediu regras constitucionais por vontades
superiores, ou seja, “Preservei as Forças Armadas como instituições de
Estado”, em perfeita assertiva de refutação aos desmandos do presidente do
país.
O
general disse ter agido na mais absoluta legalidade, em harmonia com os fundamentos
da democracia, posto que as Forças Armadas, que são instituições de Estado, jamais
podem ser confundidas com forças de governo ou do presidente da nação.
À
primeira vista, o presidente do país consegue apenas encenar a epopeia de governo
em queda livre, graças aos erros próprios, totalmente enfraquecido,
desacreditado, praticamente tutelado pelo famigerado e repudiado Centrão, a
quem se tornou refém, por não ter mais condições de se desvencilhar de suas garras,
estando completamente capitulado em espetáculo de degradação administrativa,
sem condições de nada oferecer à população, à vista do pífio combate à pandemia
do novo coronavírus, diante da montanha incontrolável de mortes caudadas pela
Covid-19, a evidenciar verdadeira tragédia humanitária, para governo que
prometia só mudanças, que tem sido somente de horrores.
O
presidente do país escuta dos generais o repúdio à radicalização e do povo ele é
obrigado a escutar reclamações pelos descaso e incompetência, mas ainda há o
consolo de ouvir o apoio de brasileiros que ainda entendem que o seu governo
tem sido verdadeira maravilha, ao meio da desgraça com as marcas da tragédia
protagonizada pela pandemia, que foi tratada à míngua, quando deixou, de propósito,
para satisfazer seus caprichos, que o Ministério da Saúde, órgão de governo
especialista em tratamento de saúde, ficasse acéfalo por quase um ano, sendo
cuidado, pasmem, por especialista em logística, que não tem nada a ver com
sanitarismo ou saúde pública, de modo que isso só evidencia os altíssimos graus
de insensibilidade e irresponsabilidade perante os princípios humanitários.
A
importante experiência haurida ao longo do regime militar pode ter contribuído
para alertar os militares a repudiarem o recomeço da página da história com a
reputação manchada, que precisa urgentemente ser tratada como algo do passado que
em nada ajuda para a solução dos problemas de tempos modernos, cuja evolução deve
se harmonizar com ações competentes e eficientes para os novos tempos.
Na
atualidade, com o mundo globalizado, ninguém deseja se associar ao risco de golpe
de Estado, salvo as mentes poluídas, desequilibradas, desajustadas, corroídas
pelos instinto e ambição doentia ou pelo despreparo, poderia imaginar tamanho
despautério, mesmo que se ainda possa contar com o apoio de lunáticos, que se
mostram cem por cento em defesa da incompetência e da irresponsabilidade, por
não terem compromisso algum com os verdadeiros objetivos de estabilidade
nacionais.
A
verdade precisa ser dita de que as Forças Armadas, compreendendo o Exército, a Marinha
e a Aeronáutica, são instituições que não irão se inclinar ao retrocesso do
autoritarismo de mente maquiavélica, à luz do seu cristalino recado de que elas
estão definitivamente comprometidas com a defesa dos princípios democráticos e dos
ditames da Constituição, algo que são salutares ensinamentos civilizatórios que
o presidente da República, embora tivesse prometido obediência e zelo a seus
preceitos, parece ter esquecido ou, deliberadamente, abandonado, em nome de
seus projetos políticos, claramente em detrimento dos interesses nacionais.
Brasília,
em 26 de abril de 2021
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