sábado, 24 de abril de 2021

História de amor!

 

Em crônica escrita há alguns dias, foi mostrado caso verdadeiro bastante interessante, por envolver o sentimento gerado pela ideologia, que não passa de artificialismo puramente bestial como pretexto de injustificável distanciamento entre os homens.

A história supracitada aconteceu de verdade entre um médico judeu, norte-americano, que, por circunstância do acaso, salvou, literalmente, a vida de um nazista, que chegou ao pronto socorro em estado gravíssimo de saúde, com o corpo carregado de tatuagens com símbolos representativos da sua ideologia, mas nem por isso o médico deixou de prestar os primeiros socorros para reanimá-lo, tendo salvado a vida dele.

Como não poderia deixar de ser, suscita-se curiosidade em se saber se o inverso dessa situação teria o mesmo final feliz, no caso de o nazista sendo o médico que se defronta em socorro ao judeu, à hora da morte e a depender do socorro dele.

Na ocasião da postagem do meu texto, um atento seguidor escreveu mensagem, afirmando o seguinte: “Amigo escritor que texto! Chegou na minha memória quantos aqui no Brasil foram humilhados e até espancados por ideologias políticas. Nosso pessoal de saúde merece todo respeito. O mundo gira e ele não é plano.”.

Em resposta à aludida mensagem, eu disse que esse episódio traz à vida rica lição que se passa entre duas pessoas, sendo uma nazista e outra um judeu, que, na vida normal, se distanciam sem que haja nada a justificar tamanhos irracionalidade e antagonismo, fato que mostra, na prática, o quão o sentimento ideológico tem o poder de transformar o homem em verdadeiro mostro contra a humanidade, diante de mera suposição que alguma raça deve ser discriminada, sem que haja motivação plausível para tanto.

Há muitos exemplos concretos e arrasadores nesse sentido, que marcam a história das civilizações, tendo como destaque a tristeza imorredoura e horrorosa acontecida, em especial, na Segunda Grande Guerra Mundial, cujos efeitos destrutivos e perversos perduram ao longo da história e dos tempos, tendo por base absolutamente o sentimento do nada, o vazio em substância, por apenas vontade da persistência da simples discriminação racial.

Não obstante, prevalece a mera incorporação da malévola ideia de puro ódio, que foi construída e consolidada, a justificar tamanha monstruosidade contra a humanidade, contra o semelhante, muitas das vezes indefeso, mas certamente injustiçado.

A princípio, os cultores de qualquer forma de ideologia dão a impressão de que são pessoas destituídas do sentimento da racionalidade e da sensibilidade, que são princípios próprios e imanentes ao amor, que é forma sublime construída pelo ser humano.

O poder dos princípios do amor e da racionalidade, que tem o condão de contrariar as formas de ideologia odiosas inventadas pelo homem, todas elas criadas para o propósito de servir como sustentação de sentimentos artificiais e ignóbeis, tendo como foro, ao contrário do imaginado, a indignidade do homem, quando se sabe que nenhuma ideologia foi capaz de transformá-lo em ser medíocre e desprezível, pela própria natureza de confundi-lo com a condição de nada construtivo em benefício do seu semelhante.

Muitas ideologias fúteis e desumanas merecem o despreza da humanidade, diante da sua insignificância para a construção e a consolidação  do bem comum.

Enfim, a beleza dessa história contribui para mostrar que o amor no coração do médico judeu foi capaz de suplantar o ódio apenas artificial cultuado na mente poluída do nazista, que imagina ser superior à raça judia.

Brasília, em 24 de abril de 2020

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