sábado, 24 de abril de 2021

Há realmente perigo?

 

O jornal britânico The Guardian publicou, em editorial, duras críticas ao presidente da República brasileiro, onde, em opinião institucional, ele é classificado como “um perigo para o Brasil e para o mundo”.

O jornal disse que “Mais de 60 mil brasileiros morreram em março”, tendo ressaltado que o presidente brasileiro já fez crítica ao uso de máscaras, se posicionou contra as medidas de isolamento social e se opôs à vacinação, por diversas oportunidades.

A publicação escreveu que, “Com as pesquisas mostrando que 59% dos eleitores o rejeitam, o sr. Bolsonaro parece estar se preparando para um cenário desfavorável das eleições do próximo ano”. 

O Guardian assinala a “saída dos comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, na última semana e afirma que “esses militares pretendiam se demitir porque eram contra o uso das Forças Armadas em golpe dado por parte de Bolsonaro.”.

O jornal britânico também afirmou que “É possível que, inspirado em Donald Trump, o sr. Bolsonaro tente ficar no poder por meio do uso da força. Não. É provável. As Forças Armadas já se sobrepuseram às vontades do povo antes: o Brasil foi uma ditadura entre 1964 e 1985. Quando houve a invasão do Capitólio nos Estados Unidos em 6 de janeiro, seu filho chamou atenção não para a invasão, mas para a ineficiência: ‘Foi um movimento desorganizado. Lamentável’, disse Eduardo Bolsonaro.”.

O The Guardian escreveu: “Enquanto os chefes de departamentos das Forças Armadas resistem à ideia de intervenção, isso também permite que o presidente coloque no poder aqueles que são coniventes; oficiais mais jovens sempre foram mais entusiasmados com as ideias de Bolsonaro. Os políticos da oposição pressionam por um impeachment, com um aviso: ‘Há aqui uma tentativa do presidente de dar um golpe – e já está em curso”.

Segundo The Guardian, ainda há esperanças no Brasil, porque, com a má condução da pandemia por parte do presidente brasileiro, a elite brasileira está repensando o apoio dado a ele.

O jornal ressaltou também que, além disso, há o fator do líder petista, tendo afirmado: “A possibilidade da volta de Lula é suficiente para concentrar os esforços da direita para achar alternativas, candidatos menos extremistas que Bolsonaro”.

O jornal The Guardian concluiu o editorial afirmando que “A saída dele (Bolsonaro) seria bem-vinda, para o bem do Brasil quanto para o resto do mundo.”.

Como se vê, o editorial de importante jornal de grande credibilidade mundial coloca o presidente brasileiro na berlinda, demonstrando, com bastante clareza, o que ele representa para o mundo, segundo a visão de quem teve a autoria de dizer o que acha sobre autoridade que realmente não tem tido bom conceito tanto no Brasil, por parte de pessoas sensatas, como no exterior, que toma por base exatamente a maneira como o mandatário vem se portando diante de tão grave pandemia do coronavírus, quando ele se manifesta em negação aos terríveis fatos que já matou quase 400 mil brasileiros, cujos acontecimentos foram assinalado com muita clareza e propriedade pelo jornal.

O certo é que o editorial em referência procura refletir exatamente o que vem acontecendo com as atitudes do presidente brasileiro, que não tem o menor pudor de contrariar e menosprezar a gravidade da pandemia do coronavírus sobre os brasileiros, que já perderam quase centenas de vidas para a Covid-19, cuja tragédia ainda é incapaz de causar a menor sensibilidade do mandatário, com vistas a merecer o devido e necessário combate, com a maior dureza possível, especialmente porque o presidente brasileiro a tratou e continua cuidando dela como se fosse uma “gripezinha” desprezível, insinuando o injustificável medo dela por pessoas como sendo “maricas”, que deveriam enfrentá-la de peitos abertos, como machões, como ele assim se apresenta.

A verdade é que o presidente se houve estranhamente fora dos padrões inerentes ao verdadeiro estadista, que jamais poderia se confundir com pessoa do povo, na forma como ele procurou demonstrar como se não tivesse a relevante responsabilidade de defender, acima de tudo, o interesse público, por força do importante cargo que exerce, por delegação popular, fato este que se impõe atitude diferenciada entre a pessoa particular e o homem representante do povo, que tem incumbência de exercer missão específica e especial de fazer senão o que for de interesse da população, no exclusivo bem dela.

É lamentável que o mandatário tenha enorme dificuldade para distinguir situação tão comezinha como essa, cujo reflexo causa grandes prejuízos não somente aos brasileiros, diante da falta de interesse na compreensão da realidade sobre os fatos da vida, como na imagem do Brasil, quando fica muito claro que providências imprescindíveis ao saneamento de questões importantes e emergenciais de ordem pública deixam de ser adotadas por pura interpretação de cunho pessoal por parte de quem tem o dever constitucional de conduzi-las precisamente como sendo de interesse público e da maior relevância social.

Aqui é preciso se dizer que o jornal se referiu ao presidente brasileiro como perigo para o mundo, exatamente para interpretar que a indiferença dele diante do combate à pandemia do coronavírus pode ter reflexo para o exterior, no caso da multiplicação do vírus, a exemplo da temível cepa brasileira, que já se noticia a incidência dela em outros países, o que tem sido motivo de proibição da entrada de brasileiros em algumas nações que realmente se preocupam com o cuidado e a defesa da sua população.

Na realidade todo cuidado no combate à pandemia ainda é pouco, mas, à vista dos fatos preocupantes, o presidente brasileiro tem interpretação especial e exclusiva sobre tão delicada matéria, que vem destoando do resto do mundo, que a encara como sendo realmente o perigoso mal do século.

Sob o enfoque que foi dado pelo jornal britânico, no sentido de que o presidente brasileiro vem sendo verdadeiro desastre no combate à pandemia do coronavírus, isso tem muito peso em reafirmação do perigo dele para o Brasil e o mundo, diante do reflexo negativo resultante do desinteresse em combater tão perigoso e violento vírus, que não respeita fronteiras.

É da maior importância o editorial em referência, para os interesses dos brasileiros, porque ele tem o condão de mostrar a realidade sobre importantes fatos sociais, o qual precisa ser urgentemente interpretado como verdadeira contribuição ao aperfeiçoamento da administração pública brasileira, que deve ser realmente cuidada sob a estrita observância dos princípios necessários à satisfação do interesse público, que precisa ser visto como a essência de todo governo democrático que tem o dever de valorizar e dignificar a representatividade que lhe foi delegada pelo povo.     

Brasília, em 24 de abril de 2021

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