Um pastor da Assembleia de Deus, de Alagoas, vai ser processado pelo crime de homofobia, por organizações de direitos humanos, depois que ele ter declarado que ora pela morte de ator que se encontra internado há mais de mês, com a Covid-19, de acordo com informações publicadas pelo Congresso em Foco, do UOL.
O
religioso declarou, nas redes sociais, que “Eu oro para que o dono dele o
leve para junto de si”.
Diante
das repercussões negativas por parte da opinião pública, a aludida mensagem foi
apagada das redes sociais, sem que o religioso se retratasse sobre declaração tão
infeliz.
As
entidades de direitos humanos declararam que “É urgente que crimes como
estes, motivados por homofobia, sejam enquadrados na tipificação da LGBTfobia,
na Lei nº 7.716/2018, que trata de combate ao racismo, e que punições mais
rigorosas e severas sejam tomadas contra condutas homofóbicas e atos
discriminatórios como o em questão”.
Trata-se
de demonstração de intolerância por parte do religioso, que tem por claro
sentimento de afronta aos princípios religioso e humanitário, cuja atitude merece
a normal rejeição por parte da sociedade, precisamente por não haver qualquer
motivo para justificar que o homem seja condenado, tão dura e perversamente, apenas
por ser homossexual, porque a preferência pela maneira de se viver não prejudica
em absolutamente nada a convivência pacífica e harmoniosa entre as pessoas.
Mutatis
mutandis,
a reprovável rejeição do religioso, perante quem confessa preferência pelo
homossexualismo, faz o mesmo sentido em olhares inversos, quando o homossexual
pode não gostar do pastor, não importando em absoluto a motivação, mas, em ambos
os casos, inexiste, minimamente que seja, plausibilidade para um ou outro
desejar a infelicidade quanto ao seu estilo de viver ou de ter profissão,
quando tudo deve se harmonizar no seio da sociedade, ante a inexistência de
incompatibilidade em ambos os casos, à vista da pluralidade social.
Ainda
mais em se tratando de religioso, causa enorme perplexidade que o fato de
alguém ser homossexual merecer forma de tratamento tão absurdamente desumana, pelo
desejo ardente da morte de ser humano, quando o normal é exatamente o contrário,
do desejo do bem para todos, diante do sentimento ínsito da religião, que tem
como ensinamento precisamente o amor infinito ao próximo, como demonstração da
verdadeira disseminação da palavra de Deus, na certeza de que as pessoas,
indistintamente de preferência sexual ou religiosa, são todas iguais perante o
Pai, que acolhe a todas apenas pelo sentimento paternal, no âmbito do amor
filial, que precisa imperar entre as pessoas.
Embora
seja compreensível que realmente a espécie humana cresce sob os efeitos da modernidade
e dos avanços normais dos conhecimentos científico e tecnológico, ainda se
verifica que muitas pessoas têm enorme dificuldade para acompanhar a
mentalidade renovadora, como no caso desse pastor, que apenas demonstra que se
encontra ainda na escuridão civilizatória da idade da pedra lascada, com a mentalidade
reduzidíssima àqueles tempos, embora ele esteja convivendo na atualidade, onde
o Homo sapiens já atingiu saudável nível de evolução, em todos os sentidos,
inclusive humanos.
Tem
sido normal, por ser humana, a percepção do sentimento de prazer e satisfação no
semblante de quem pratica ação benéfica para o seu próximo, mas, em sentido
contrário, deve ser horrivelmente desagradável para a pessoa que deseja maldade,
como nesse caso de se rezar para a morte do seu semelhante, somente porque não
tolera a preferência sexual dele, sem que isso possa servir de argumento para manifestação
de intolerância social.
Enfim,
diante da péssima lição pregada pelo pastor em causa, espera-se que os homens
se conscientizem de que os princípios da tolerância, da compreensão e do amor
são sentimentos capazes de contribuir para engrandecê-los no âmbito da sociedade,
que somente tem condições de progredir quando todos se respeitarem mutuamente nos
seus direitos de cidadania.
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