Logo
após o Supremo Tribunal Federal confirmar a anulação das condenações do
ex-presidente da República petista, o presidente da República aproveitou o
ensejo para fazer comparações entre os governos de ambos.
O
presidente do país afirmou que "Se o Lula voltar pelo voto direto, pelo
voto auditável, tudo bem. Agora, veja qual vai ser o futuro do Brasil com o
tipo de gente que ele vai trazer para dentro da Presidência", tendo ressaltado
que “o país não quebrou no último ano” e que “não quer se intitular 'faxineiro
do Brasil’, mas alguém que vai resolver os problemas do país. Querem
criticar meu governo, fiquem à vontade, mas puxem um pouquinho pela memória
para ver como era no passado".
A
avaliação de momento é a de que a disputa presidencial de 2022 será novamente
de extrema polarização entre os mencionados políticos, podendo se antever que o
cenário de campanha será mais familiarizado para o direitista, que certamente
fará uso de discursos de mais radicalismo em defesa da pauta de costumes moralizantes
e de duras críticas às bandeiras progressistas.
Fica
muito evidente que, a partir de agora, o presidente do país vai passar a intensificar o discurso em memorização da retórica
sobre o embate com o estilo PT de ser,
focando fortes críticas aos escândalos de corrupção que dominaram a seara
petista, que não deixam a menor margem de dúvidas de que eles já se tornaram
marca registrada dessa agremiação, à vista das investigações sobre atos irregulares
que escandalizaram o mundo, por meio dos esquemas dos mensalão e petrolão,
criados, desenvolvidos e executados em governos petistas, conforme mostram os
fatos conhecidos à saciedade.
Diante
do futuro cenário político que se delineia, espera-se que o presidente do país
mire a sua metralhadora contra aspectos capazes de vulnerabilizar ainda mais o sentimento
nada republicano da moralidade do petista, na defesa de que o retorno do
petista à vida pública significa a volta da indesejável impunidade, com as
vergonhosas e já conhecidas práticas da corrupção contra o dinheiro público.
Por
via de consequência, o presidente deverá pôr em relevo o fato de que, na atual
gestão, não há notícia sobre fatos irregulares nem envolvimento do mandatário em
denúncias que maculem a reputação de seus atos.
Ou
seja, a esperança do presidente do país é de que seja vitorioso o seu discurso
com conteúdo muito claro da intransigente anticorrupção, que foi amplamente
explorado na disputa eleitoral de 2018, que foi bem-sucedido, e que,
certamente, ainda encontra apoio junto ao eleitorado de centro, que, mesmo com visível
insatisfação com o mandatário, poderia votar nele, muito mais diante da forte
rejeição aos costumes considerados degenerativos verificados nos governos
petistas.
É
preciso lembrar que o apoio ao atual presidente, com base na estratégia da
retórica anticorrupção, pode ser severamente contaminado pelo pífio desempenho da
atual gestão no combate à pandemia do coronavírus, à vista de tantas mortes já
registradas, que poderiam ter sido minimizadas se tivesse havido maior
sensibilidade às questões humanitárias por parte do mandatário do país.
Ainda
sob esse viés, convém se esperar o resultado da CPI da Covid, que pode ter avaliação
piorada contra o governo, com possibilidade de interferir na preferência do
eleitorado, e ter o poder para derrubar ainda mais a popularidade do presidente
e afetar seu potencial eleitoral para 2022.
De
qualquer modo, percebe-se a evidência transformadora do quadro político que se
projeta para o próximo pleito presidencial, que obriga o atual mandatário brasileiro
a avaliar cada medida a ser adotada no seu governo, sob o cuidado de não se puder
mais praticar o menor deslize que seja, sob pena de ser punido por meio do voto,
fato este da maior importância para quem pretende continuar comandando os
interesses dos brasileiros.
Espera-se
que essa nova situação política também possa ter importante reflexo na atual
gestão, de modo que o presidente da República seja mais sensível, humano, competente
e responsável no desempenho das suas atribuições institucionais, em estrita
harmonia com a satisfatoriedade do interesse público.
Enfim,
importa se lamentar, com enorme tristeza, a absurda e estrambótica decisão
adotada pelo Supremo Tribunal Federal, completamente contrária aos princípios da
punidade e da moralidade, mostrando péssima e indigna lição para a sociedade,
em termos de padrão evoluído sobre a legitimidade de julgamento de ações penais,
onde os casos sentenciados não deixam dúvidas sobre a maculabilidade dos
princípios republicano e democrático.
Brasília,
em 16 de abril de 2021
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