O presidente da República voltou a criticar
severamente as medidas de fechamento do comércio, adotadas por governadores e
prefeitos, tendo por finalidade frear o avanço da pandemia da Covid-19.
O chefe do Executivo afirmou que a política do “fica
em casa” e do fechamento do comércio está “empobrecendo” o país.
O presidente disse que “Realmente está faltando
um pouco de humanidade por parte de muitos governadores e prefeitos no Brasil
nessa questão da pandemia. Lamentamos as mortes, queríamos que ninguém morresse,
mas temos uma realidade pela frente. Desemprego é um efeito colateral
mais danoso que o próprio vírus”.
Como o presidente estava inaugurando obras do Aeroporto Internacional
de Foz do Iguaçu, Paraná, ele disse que “Queria cumprimentar
os trabalhadores, aqueles que pegaram no pesado aqui e em nome de você apelar a
todos governadores e prefeitos do Brasil: todo homem que trabalha, toda
atividade que ele exerce para levar o pão para casa, é uma atividade
essencial”.
Sempre que o presidente do país critica as medidas
de isolamento social, como forma de protesto contra os governadores e
prefeitos, que certamente se sentem desprovidos de alternativa para combater a
pandemia, fica materializada a marca da incompetência gerencial do governo
federal, por ter como único recurso o esperneio das críticas.
É por todos sabido que o governo federal tem a
competência constitucional de cuidar das políticas referentes à saúde pública
brasileira, tendo o dever de liderar as principais medidas necessárias ao
combate da pandemia.
Não obstante, não se conhece qualquer medida de impacto adotada pelo
Ministério da Saúde, que, a propósito, por vontade e deliberação do presidente
do país, ficou quase um sem ministro, sendo ocupado por general especialista em
logística, que não entendia absolutamente nada de saúde e somente foi
defenestrado pelas portas dos fundos por provocação e pressão do Centrão, que
vem comandando o destino do Planalto do Planalto, depois que foi selada a
aliança espúria com o presidente da República.
Ou seja, ao invés de o presidente do país ficar
perdendo seu precioso tempo criticando quem ainda tenta fazer alguma coisa
contra a mortífera ação da pandeia, ele poderia ter a iniciativa de determinar
ao Ministério da Saúde promova, com urgência, urgentíssima, o que for
necessário para o enfretamento da melhor forma possível da pandemia, inclusive
providenciando a convocação dos governos da federação, os especialistas e
cientistas em saúde e sanitização, entidades representativas de classe e a
sociedade em geral, para a discussão de assuntos que possam servir de
parâmetros para feroz combate da pandemia do coronavírus.
O sentimento que se tem é que o presidente do país
somente tem condições de combate a pandemia com o instrumento que dispõe, que
se mostra extremamente frágil, uma vez que, em lugar nenhum do mundo é possível
o enfrentamento de doença da maior agressividade apenas com o emprego de
críticas sobre críticas, o que somente demonstra incompetência que contribui
para o fortalecimento das investidas da Covid-19.
É extremamente preocupante que, em pleno século
XXI, ainda exista governo com tantos recursos disponíveis, diante dos avanços
da ciência e da tecnologia, mas não ter o mínimo de preparo, iniciativa e
competência para vislumbrar ideias capazes de barrar avanços de vírus sobre a
população, que se encontra sufocada pela fragilidade das políticas de
incumbência do Estado, que se mostra conformado com os próprios comodismo e
falta de efetividade, quando poderia, se quisesse, ao menos, tomar a iniciativa
de mobilização, na forma preconizada em parágrafo supracitado.
Convém frisar que o presidente do país tem todo
direito de fazer as suas críticas sobre todos os assuntos, mas seria de bom
alvitre que ele tivesse alguma sugestão ou contribuição positiva para os
assuntos que ele considera que estão errados, como forma de justificar aquilo
que não está de acordo.
Agindo assim, certamente que as suas críticas
poderiam ser melhor palatáveis, quando elas contariam com respaldo da
razoabilidade, ao contrário do que vem acontecendo de se insistir no mesmo
assunto, sem que se ofereça sugestão para o caso que incomoda o seu governo,
porque isso pode evidenciar possível falta de zelo ou incompetência mesmo,
diante da inexistência de medida alternativa.
Espera-se que o presidente da República caia na
realidade, o mais rapidamente possível, para entender que críticas, sem
fundamento, combinam perfeitamente com o estado de incompetência gerencial e
que o gestor moderno tem obrigação de, permanentemente, liderar medidas capazes
de contribuir para a busca de solução para as questões que afetam os interesses
da sociedade, à vista da visível inercia que domina a administração brasileira,
que tem sido totalmente ausente no combate à pandemia do novo coronavírus,
salvo as medidas extremamente necessárias, conforme mostram os fatos, quando a
gravidade da situação exige algo de impacto e até revolucionário.
Brasília, em 8 de abril de 2021
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