O presidente da República brasileiro participa, nesta manhã, da reunião virtual da Cúpula de Líderes Sobre o Clima, que é composta pelo Brasil e outros 39 países, sendo presidida pelo mandatário dos EUA.
O
presidente brasileiro deve falar por cerca de três minutos, tendo por objetivo convencer
aqueles líderes sobre as mudanças do Brasil, principalmente no esforço para
conter o desmatamento na Amazônia, em que pesem os números registrados em
março, quanto a esse quesito, mostrarem que foi o pior desde 2011.
O
presidente brasileiro fará sua participação direto do Palácio do Planalto e
estará acompanhado por ministros das áreas ligadas ao meio ambiente.
Em
recente carta endereçada ao presidente norte-americano, o mandatário brasileiro
prometeu, pasmem, zerar o desmatamento ilegal, evidentemente no Brasil, até o
ano de 2030, tendo ele declarado que “Queremos reafirmar nesse ato, em
inequívoco apoio aos esforços empreendidos por vossa excelência, o nosso
compromisso em eliminar o desmatamento ilegal no Brasil até 2030 (sic)”.
Ao
ensejo, o presidente brasileiro deixou claro que, para se alcançar os objetivos
pretendidos, há necessidade de "recursos vultosos e políticas públicas
abrangentes".
Nesta
data, quando acontece a Cúpula Virtual do Clima, aniversaria a famosa reunião
ministerial do governo brasileiro, por vários aspectos assombrosos, em que
também ficou marcado o pronunciamento do ministro do Meio Ambiente, que afirmou
era preciso “passar a boiada”, a respeito da desregulamentação da
legislação ambiental, aproveitando o momento em que a preocupação principal era
o foco com o combate à pandemia do coronavírus, dando a entender que a opinião internacional
não estaria nem aí para questões ambientais, o que bem demonstra, por parte do
ministro, o interesse pela preservação das matas brasileiras, quando, a princípio,
o normal seria o endurecimento das regras sobre a importante tema.
A
propósito do assunto a ser tratado na reunião em causa, o presidente
norte-americano pretende marcar a sua liderança mundial, tendo oportunidade para
afirmar o seu enorme interesse sobre as questões que envolvem o clima mundial,
em termos de luta pelas preservação e integridade ambiental, porque este foi um
dos principais temas e pilares da sua campanha à Presidência dos EUA.
Além
desse fato, a reunião em apreço servirá como vitrine para o "esquenta"
da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a COP-26, com realização
prevista para o período entre 1º e 12 de novembro vindouro, em Glasgow, na
Escócia.
Enquanto
isso acontece, o ministro do Meio Ambiente brasileiro foi, recentemente,
denunciado ao Supremo Tribunal Federal, pelo superintendente da Polícia Federal,
no Amazonas, sob possível envolvimento dele em crimes de advocacia
administrativa, organização criminosa e por dificultar a ação da fiscalização
ambiental, fato que é da maior gravidade para a imagem do Brasil, não somente
internamente, mas especialmente no exterior, porque se trata de situação de
clara incompatibilidade com a seriedade que precisa ser demonstrada na execução
das políticas relacionadas com o meio ambiente.
Como
que o principal executor das ações governamentais poderia se envolver em crimes
ambientais da maior magnitude, porque isso tem força da negação às medidas referentes
ao controle e à fiscalização contra as organizações criminosos que atuam devastando
as matas brasileiras?
Agora,
diante dessa gravíssima acusação, ao que se tem conhecimento, o governo brasileiro
simplesmente a ignorou e determinou o afastamento do mencionado agente público
da PF, dando a entender que ele, no caso, é o culpado e o ministro permanece
intocável no importante cargo, quando, no mínimo, ele precisaria se explicar
sobre fatos da maior gravidade.
O certo
mesmo é que, diante de muitas denúncias sobre o avanço do desmatamento no
Brasil, com destaque para a Amazônia, diversas celebridades e especialistas em
meio ambiente aderiram ao movimento “#ForaSalles”, organizado pelo Coletivo de
Cidadãos e Cidadãs em Defesa das Floresta, fato este que demonstra a insatisfação
de parte da sociedade sobre o desempenho do ministro que tem a incumbência de
zelar e cuidar, com prioridade, das questões necessárias à proteção das matas
brasileiras.
A
depender do empenho demonstrado pelo governo brasileiro, isso em proporção aos
atos demandados como política pública de real combate ao deplorável desmatamento,
certamente que o Brasil nunca será contemplado com recursos para se evitá-lo,
justamente porque os crimes ambientais nessa área somente aumentam no ritmo
inverso do que é propagado pelo presidente brasileiro, conforme mostram os
fatos.
Ou
seja, não tem mais como enganar ninguém, diante da tecnologia de controle do setor,
que acompanha pari passu a evolução da criminalidade ambiental, enquanto
o presidente fica negando a realidade, quando deveria assumi-la e adotar medidas
severas contra os criminosos aproveitadores da natureza.
Na
verdade, falta ao governo brasileiro o sentimento que é abundante nos países
evoluídos e desenvolvidos, quanto ao elevado princípio da seriedade, fato este que
só demonstra o alto nível de desprestígio do Brasil perante a comunidade
internacional.
Não
tem o menor cabimento que o mandatário brasileiro faça afirmações que são
desmentidas pelos fatos, como nesse caso do desmatamento, em que a ingente preocupação
vem de longa data, mas a sua incidência apenas bate recorde, como aconteceu
agora, em março, o que apenas materializa verdadeiro desastre ambiental, tanto
para o meio ambiente como para aprofundar a falta de credibilidade gerencial do
presidente que muito fala, mas os fatos confirmam a insofismável realidade
sobre a destruição florestal, com o crescente desmatamento das matas amazônicas.
É
preciso que o governo brasileiro demonstre verdadeiro amor à preservação das
florestas brasileiras, tendo por real propósito o integral compromisso de
seriedade na execução das políticas voltadas para os cuidados efetivamente necessários,
abandonando de vez as desacreditadas práticas consistentes em afirmações infundadas
que são desmentidas pelos próprios fatos criminosos vindos do meio ambiente,
que são autênticos e jamais mentem.
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