Vem
circulando, nas redes sociais, mensagem com cunho tendencioso em favor do presidente
da República, precisamente por visível ausência da verdade sobre o desempenho
do grande magistrado, ou seja, por haver nela importantes omissões, conforme se
verifica a seguir, em termos do que realmente aconteceu sobre os assuntos
enfocados nela.
A
aludida mensagem diz o seguinte: “Presidente Bolsonaro terminando o ano
assim: Não roubou o país; não comprou parlamentares; não deu dinheiro para a imprensa
suja, colocou água no Nordeste, desmascarou Moro e Mandetta e está mais forte
do que nunca.”.
Ao
que tudo indica, a transcrita mensagem tem por finalidade mostrar o balanço sobre
fatos acontecidos com o presidente brasileiro, para dizer que ele é o máximo e deve
ser mesmo a fortaleza enxergada para aqueles que abraçam as ideias altruísticas
dele, à frente do governo, sem conseguir ver os defeitos dele.
Nesse
caso, parece que seja conveniente a colocação de informações mais consistentes
sobre os mesmos temas, para harmonização com os fatos reais, de vez que, na mensagem
em referência, não foi dito com clareza que o presidente do país termina o ano
tendo se filiado a partido que integra o Centrão, que é conhecido como o grupo
político que tem a índole fisiológica incompatível com os princípios da ética,
moralidade, honestidade, dignidade, entres outros exigidos na salutar
administração pública.
Indubitavelmente,
isso, em forma de balanço do desempenho de gestão, como ali é mencionado, tem
importância capital para os brasileiros que primam pela prevalência dos princípios
republicanos.
Quem
se associa e finalmente se integra a grupo político que já foi atacado pelo
presidente do país, à época da sua campanha eleitoral, como desmoralizado, precisa
ter o mesmo tratamento, como forma de harmonização da confraria entre amigos do
mesmo nível, porque não tem, na prática, como se integrar e ser tratado
diferentemente do conjunto.
Ou
seja, o presidente do país demonstrou não ter o menor pudor em fazer parte
desse grupo moralmente desprezível, fato este que implica que ele não tem condição
moral para exigir moralidade de ninguém, mesmo que não pratique ato própria de
corrupção, como dito na mensagem, mas ele se associou em forma de cumplicidade
com o grupo que ele acusava de ser a "velha política", praticante do
recriminável esquema conhecido como o “toma lá, dá cá”, que ainda continua com
a mesma índole fisiológica.
O
Centrão, na atualidade, ocupa importantes cargos no Palácio do Planalto, como
notório integrante do governo e recebedor de emendas parlamentares, em troca de
apoio aos projetos do Executivo no Congresso Nacional, em confirmação das promíscuas
políticas públicas.
Na
verdade, hoje, o Centrão, infelizmente, governa o Brasil, em que pese ele ter
sido o grupo político que foi detonado pelo próprio presidente do país, no auge
da sua campanha eleitoral, mas agora, por indiscutível conveniência pessoal e
política, ele se tornou um deles, com a cara que nem se ruboriza de vergonha.
É
preciso ficar muito claro de que o integral acolhimento do famigerado Centrão
no governo constitui forma clássica de condenável desvio de finalidade de gestão
pública e isso é sim forma de corrupção com o dinheiro público, por delegar
cargos públicos para ser dirigido por políticos normalmente despreparados e
ainda com a índole de não terem compromisso com os princípios republicanos,
como antes isso era criticado em público pelo próprio presidindo país.
Como
corolário disso, em atenção aos princípios da moralidade e da dignidade, aos
integrantes desse grupo político reconhecidamente de índole fisiológica, o
governo sério e cônscio sobre o zelo da coisa pública jamais poderia entregar ministérios
e órgão públicos para serem dirigidos por eles, sabendo sobre possível risco
que isso envolve, por força das experiências com governos do passado, em que
muitos de seus componentes terem sido investigados e condenados à prisão pela
Justiça, justamente por improbidade administrativa, conforme evidenciam os
fatos de amplas investigações.
Nesse
aspecto, é possível sim se constatar que não existe a menor possibilidade de tornar
senão o presidente do país bastante fragilizado, por ter promovido a decadência
moral do seu governo, ao conviver diuturnamente com o adjutório logo de membros
e lideranças do decadente Centrão, para gerenciar os negócios do Brasil.
Nesse
aspecto, o presidente do país deixa claro que cometeu calote eleitoral, porque
muitos brasileiros honrados votaram nele exatamente em razão da forma como ele
repudiava os métodos praticados pelo Centrão, mas o seu compromisso, nesse
sentido, foi jogado para o espaço sideral, por questões de conveniência
política.
A
outra importante informação diz respeito à compra de parlamentares, ou seja, o
presidente “não comprou parlamentares”, quando a instituição do “orçamento
secreto” foi exatamente para essa finalidade e muitos congressistas confirmaram
o recebimento de emendas provenientes dele.
Como
desconhecer a existência do "orçamento secreto", que é verdadeira excrescência,
em forma de orçamento público, porque ele foi aprovado justamente para a compra
da consciência de parlamentares, com o total consentimento do presidente do
país?
Há
sim denúncias da liberação de verbas do "orçamento secreto" para
aprovação de PEC do governo e isso se chama autêntica compra de parlamentares,
que é forma vergonhosa e indigna tanto para quem compra como para quem aceita
as verbas, porque os congressistas já ganham regiamente para legislar em benefício
do Brasil e do povo, sem necessidade alguma dessa maledicência.
É
deplorável que brasileiros que se dizem honrados e dignos fiquem apoiando
mensagens inverídicas e fazendo compartilhamento de publicidade sobre matérias
imprecisas e distorcidas, em favor de inverdades em defesa de algo inexistente
ou incompleto, porque isso somente contribui para prejudicar não somente a
verdade, mas especialmente os interesses dos brasileiros, que têm todo direito
de serem informados sobre o que acontece realmente no governo.
É
muito triste que muitos brasileiros prefiram fechar os olhos para essas
imundícies, porque a sua omissão já era bastante prejudicial aos princípios da
moralidade, quanto mais ainda quando se dignam a publicitar inverdades, como a
que consta da mensagem mentirosa e incompleta constante do texto em referência,
possivelmente para se mostrar a grandeza de quem, na verdade, se houve muito
negativamente, ao entregar o governo a grupo político desmoralizado, à luz das
próprias descrições feitas no passado.
A
propósito da afirmação de que o presidente do país “está mais forte do que
nunca.”, supostamente, por óbvio, tendo por base os fatos constantes da
mensagem indigna, convém que se diga que o noticiário da imprensa de hoje publica
as seguintes importantes manchetes: “Desaprovação do desempenho de Bolsonaro
atinge 62,3%, segundo pesquisa CNT/MDA”, “Bolsonaro perde quase 40% dos
votos que teve no 2º turno” e “Base aliada de Bolsonaro briga feio por
mais cargos, verbas e poder”.
A
base aliada referida no parágrafo anterior é precisamente o poderoso Centrão,
que mostra o seu verdadeiro instinto fisiológico, em clara demonstração da sua
sanha por poder, que o presidente não
tem forças para negar absolutamente nada, porque ele já se tornou refém dessa
desgraça de grupo político, que ele já conhecia muito bem os malefícios dele
diante dos cofres públicos, conforme estampa muito bem a mencionada manchete,
que não poderia ser mais cristalina.
À
vista do exposto, ao contrário do que os seguidores do presidente do país tentam
passar outra imagem bem diferente da
real, na verdade, quer queira ou não, porque os fatos mostram que o mandatário
brasileiro “está mais fraco do que nunca”.
Espera-se
que os verdadeiros brasileiros, que amam os interesses do Brasil, se
conscientizem de que é preciso a urgente negação da mentira e a defesa
intransigente do que realmente acontece de verdade no governo, doa quem doer,
porque a moralização e a dignidade da administração pública são princípios essenciais
para o desenvolvimento socioeconômico que tanto é ansiado pela sociedade.
Brasília,
em 17 de dezembro de 2021
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